Antevisão da 17ª etapa do Tour
65 quilómetros, uma partida intervalada que não deve dar em nada e promessas de muitos ataques. Este é o menu para amanhã no Tour.
Percurso
O dia por que muitos fãs desta modalidade esperavam, o dia em que as etapas curtas são levadas a um novo extremo, com os 65 quilómetros entre Bagneres-de-Luchon e Saint-Lary-Soulan. A organização conseguiu compactar nesta curta distância 3 contagens de montanha (2 de 1ª categoria e 1 de categorial extra). A jornada começa a subir de imediato, com o Monteé de Peyragudes (14.9 kms a 6.7%), os ciclistas descem 10 kms, têm, por ventura, os únicos quilómetros planos da etapa e começam a subir o Col de Val Louron-Azet (7.4 kms a 8.3%). Tudo acaba no Col du Portet, montanha que coincide com a meta e que tem 16 kms a 8.7% de inclinação média. Este Col du Portet é especialmente duro, para além da distância, tem 7 kms onde a inclinação é superior a 9%.
Favoritos
Uma questão importante: como será feita a partida? Todo o hype é volta desta partida é um pouco infundado. O alinhamento será feito por grupos, à frente estarão os 20 primeiros, por ordem da classificação geral. Primeiro os 10 melhores classificados, em estilo Moto GP e depois do 11º ao 20º, alinhados lado a lado. Depois agrupar-se-á um grupo de 20 e por fim grupos de 40 ciclistas até não haver ciclistas. Todos partem ao mesmo tempo e separados por escassos metros. Ou seja, é quase certo que os ciclistas da classificação geral irão aguardar pelos seus gregários, os que quiserem fazê-lo e não se irão fazer grandes diferenças.
A etapa é muito curta e é a melhor oportunidade para fazer diferenças na classificação geral. Portanto, devem ser os favoritos a discutirem a vitória na etapa, talvez com um puro trepador que já esteja atrasado na discussão, pois têm liberdade para atacar. Este é o local perfeito para atacar, enquanto a Team Sky deve estar na defensiva, a menos que haja uma pequena guerra interna quando os líderes estiverem isolados.
O herói da jornada do Alpe d’Huez, Steven Kruijswijk, adora este tipo de etapas. Nesse dia atacou de longe e acreditamos que o faça de novo, podendo colher os frutos até porque a etapa é mais pequena. A Team LottoNL-Jumbo tem 2 cartas para jogar e acreditamos que guarde mais Roglic, até porque Kruijswijk é quem tem mais liberdade dos 8 primeiros e quem luta mais diretamente pelo pódio pode ficar a fazer marcação directa.
Outro ciclista que pode ter um pouco mais de liberdade é Romain Bardet. Sabendo que Bardet está a 1:30 e que o contra-relógio é a sua arma mais fraca, um ataque de Bardet nos últimos 5 quilómetros pode não ser seguido de forma tão directa, e Bardet é bem explosivo.
Outsiders
Chris Froome fez uma grande 3ª semana no Giro e segundo o que a Team Sky refere, está nos planos fazer outro pico de forma nesta 3ª semana. Estas etapas curtas e explosivas não parecem fazer bem o estilo de Froome, mas quando as pernas estão lá não há terreno ao qual o britânico não se adapte.
Tom Dumoulin disse que guardou todas as fichas e energias para amanhã e esperamos que o holandês a dar tudo e atacar a dupla da Team Sky com toda a força. Dumoulin está em grande forma e não parece estar a acusar o desgaste do Giro, a etapa curta parece ir de encontro às características dele.
Ainda temos dúvidas quanto ao nível de Geraint Thomas nesta 3ª semana, o britânico esteve simplesmente soberbo, senão perfeito até agora, mas nunca fez 3 semanas com este nível de stress e intensidade até agora, será que o seu corpo vai aguentar? Se estiver como até agora, tem legítimas hipóteses.
Possíveis surpresas
Esta é uma etapa para puros trepadores, não há volta a dar. Daqueles que já estão afastados na classificação geral e que podem atacar logo de início, atenção a Rafal Majka e Mikel Nieve, que já estiveram bem próximos de uma vitória em etapa. De resto, atenção com Pierre Rolland, David Gaudu e os incontornáveis Julian Alaphilippe e Bauke Mollema, que tantas vezes têm estado em fuga. Entre os favoritos pensamos que Primoz Roglic vai ser muito marcado, todos sabem que o esloveno é exímio no contrarrelógio e não lhe podem dar muita vantagem. A Movistar deve arriscar tudo, mas nem Landa, nem Quintana, nem Valverde parecem com pernas para fazer grandes estragos face a concorrência, que parece bem sólida. Cuidado ainda com Daniel Martin, que não tem nada a perder.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Ilnur Zakarin e Darwin Atapuma.
Tips do dia
França melhor que Bélgica –> odd 1,20 (stake alta)
Steven Kruijswijk melhor que Mikel Landa –> odd 2,25