Antevisão da 9ª etapa do Tour
Está aí o dia que muitos fãs de ciclismo aguardavam, o pedaço de Paris-Roubaix nesta edição do Tour, uma jornada que promete muito e onde devemos assistir a uma classificação geral reformulada.
Percurso
E aí está a tirada que muitos esperavam, a adaptação do Paris-Roubaix, desta vez com um Arras-Roubaix, que tem 156 quilómetros. O que está no menu são 21700 metros de empedrado, dividido em 15 sectores, incluindo o mítico Mons-en-Pevele. Os sectores começam a quilómetro 47.5 e acabam somente ao quilometro 148.5, e promete lançar uma nova dimensão à corrida. Caso haja um final ao sprint em grupo reduzido, a última curva é apertada, a 400 metros da meta.
Favoritos
Numa tirada com características tão particulares, é importante ver quem tem historial no Paris-Roubaix, e podemos ver que temos uma lista de participantes recheada nesse campo. 23 ciclistas que estão no Tour já fizeram top 10 no Inferno do Norte, são eles Sylvain Chavanel, Heinrich Haussler, Matthew Hayman, Niki Terpstra, Damien Gaudin, Greg van Avermaet, Alexander Kristoff, Sep Vanmarcke, Peter Sagan, John Degenkolb, Geraint Thomas, Jens Keukeleire, Luke Rowe, Yves Lampaert, Edvald Boasson Hagen, Edward Theuns, Andre Greipel, Arnaud Demare, Jasper Stuyven, Gianni Moscon, Silvan Dillier, Nils Politt e Taylor Phinney, sendo o top 8 do Paris-Roubaix deste ano está aqui todo, por ordem, Sagan, Dillier, Terpstra, van Avermaet, Stuyven, Vanmarcke, Politt, Phinney.
As equipas amanhã estarão num dilema, a maior delas tem líderes para a classificação, e o apoio destes especialistas é crucial. Etapa ou geral? Que ciclistas terão liberdade para procurar a glória. Basicamente pensamos que a corrida será o que a Quick-Step quiser, a formação belga tem 4 ciclistas de clássicas, 2 sprinters e 2 homens da geral e ditará o ritmo e o rumo da corrida, será difícil perder a corrida, também porque sabe que os seus 2 homens para a geral acabarão por fraquejar na alta montanha.
Niki Terpstra é daqueles ciclistas que não costuma falhar quando tem uma oportunidade e aqui tem uma chance enorme. Tem-se mostrado muito forte, sempre trabalhando, contribuindo para bordures. O vencedor do Tour de Flandres deste ano é um grande favorito.
É verdade que a Bora-Hansgrohe tem Rafal Majka, mas a equipa germânica não se pode dar ao luxo de ter Peter Sagan a esperar por Majka, principalmente quando a classificação por pontos ainda está totalmente em aberto. Majka tem Bodnar, Postlberger, Burghardt, podendo inclusivamente ficar Daniel Oss para ajudar Peter Sagan, o vencedor do Paris-Roubaix 2018.
Outsiders
Dentro da Quick-Step Floors, Philippe Gilbert já reclamou por mais e melhores oportunidades e aqui está ela para o ex campeão-mundial. Gilbert tem uma boa ponta final, ao contrário de Terpstra, e pode beneficiar disso, no entanto parece-nos um ciclista mais marcado.
Dos ciclistas da classificação geral só um já fez top 10 e conhece como a palma das mãos esta realidade, chama-se Geraint Thomas. O britânico é dos poucos ciclistas que sabemos que não irá esperar por ninguém, fará a sua própria corrida, e não seria de admirar que ficasse no pódio. Achamos a vitória difícil, porque num grupo reduzido vai sempre trabalhar para ganhar tempo aos adversários.
É verdade que Sep Vanmarcke disse que estava aqui para trabalhar para Rigoberto Uran, mas a presença de Taylor Phinney, alguém que fez top 10 este ano no Paris-Roubaix, pode libertar o belga do trabalho de protecção, assim a EF Education First decida.
Possíveis surpresas
Pensamos que Dillier e Naesen estarão muito presos a Bardet, a grande aposta da Ag2r, tal como Haussler, Durbridge e Stuyven nas respectivas equipas. Quanto aos homens rápidos, Kristoff, Demare e Greipel não nos têm impressionado, sendo que destes talvez Kristoff seja aquele com mais hipóteses de chegar entre os melhores. Claro que a Quick-Step tem mais opções, Yves Lampaert é o campeão belga e também conhece as clássicas como poucos. Como Mollema tem Stuyven, John Degenkolb pode ter luz verde para procurar o seu resultado, mas o alemão parece-nos longe dos tempos em que brilhou nesta prova. A Katusha-Alpecin não tem apoiado assim tanto Ilnur Zakarin e pode lançar Nils Politt ao ataque. Por fim, a grande dúvida nossa chama-se Greg van Avermaet, será que mesmo com a camisola amarela, o grande especialista em clássicas irá aguardar por Richie Porte caso seja necessário? É que A BMC não tem assim tantos especialistas, somente Kung e Schar se defendem neste tipo de terreno. Atenção às equipas continentais, onde Guillaume van Keirsbulck, Christophe Laporte ou Damien Gaudin podem fazer uma gracinha.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Michael Valgren e Jens Keukeleire.
Tips do dia
Geraint Thomas a bater Bob Jungels -> odd 1,725