Antevisão da 5ª etapa do Tour
Depois de uma etapa que valeu pela emoção no seu final, a média montanha vai aparecer no Tour e espera-se uma etapa animada, num final que pode surpreender.
Percurso
Com as dificuldades a entrarem no Tour progressivamente, os 204,5 quilómetros entre Lorient e Quimper são prova disso. Um clássico dia no carrossel, praticamente sem um metro plano na 2ª metade da jornada. Ao todo há 5 contagens de montanha, 2 de 4ª categoria e 3 de 3ª categoria, e haverá ciclistas atacantes com esta etapa debaixo de olho. Indo às principais dificuldades, a 45 kms do final há 3 kms a 6.2% e a última contagem está a 23 kms da meta, sendo 2.2 kms a 5.9%, mas depois disso ainda há colinas não categorizadas a 12 e 6 kms do risco de meta. Essa colina a 12 kms marca mesmo o sprint intermédio, o que pode ser tentador para algumas ciclistas da classificação geral. O final é tudo menos fácil, rotunda a 1200 metros, curvas a 700 e 300 metros do final. A juntar a isto, o quilómetro final tem 4,8% de inclinação média, mas rampas de 7%.
Favoritos
Para se ganhar a etapa terá de se ser um ciclista muito completo, numa jornada a fazer lembrar a Amstel Gold Race. Resta saber quem irá perseguir, há algumas equipas que vemos a poder fazer esse trabalho, a Bora-Hansgrohe, a Bahrain-Merida ou a Team Sunweb, tudo depende se vão dedicar mais corredores à perseguição ou ao seu líder na classificação geral.
Esta tirada parece ter sido desenhada à medida de Peter Sagan, algumas colinas, não extremamente duras, onde o campeão do Mundo se sente na praia. Teve um dia mau, raro nele, no contrarrelógio colectivo, mas hoje voltou aos bons resultados, cimentando a posição na camisola verde.
Sonny Colbrelli hoje nem sequer foi sprintar, pensando precisamente na etapa de amanhã. O italiano já brilhou na Amstel Gold Race e tem evoluído neste tipo de percursos, o problema será o apoio da equipa, que deverá estar completamente focada em Vincenzo Nibali. Colbrelli terá de seguir na roda e esperar pelo melhor.
Outsiders
Outro ciclista com estas características é Michael Matthews, e o australiano da Team Sunweb também não se desgastou, nem se mete na confusão do sprint hoje, sabendo que a revalidação da camisola verde é agora uma miragem. Matthews vai querer uma corrida atacada e acelerada, para sufocar ao máximo Sagan e Colbrelli.
Philippe Gilbert tem trabalhado imenso, mas também tem reivindicado mais e melhores oportunidades nos últimos dias. Este é um percurso excelente para o ex-campeão do Mundo, que sabe que tem de atacar de longe.
Não descartem Alejandro Valverde, nunca descartem Alejandro Valverde. O espanhol este ano já bateu bons sprinters e este final é bom para ele. Será o ciclista mais beneficiado se a corrida explodir, o que duvidamos que vá acontecer. Mesmo num sprint contra os melhores puncheurs é capaz de fazer top 5.
Possíveis surpresas
Muito cuidado com a fuga no dia de amanhã, é que como vimos hoje o entendimento entre as melhores equipas não é fácil, principalmente porque quase todas parecem ter um homem para a classificação geral e as que apostam em sprinters puros não irão trabalhar amanhã. Dos sprinters pensamos que seja duro demais para Gaviria, Groenewegen, Greipel, Cavendish e Kittel, talvez Arnaud Demare consiga andar entre os melhores, a par de Jasper Stuyven ou John Degenkolb. Para a fuga atenção a homens combativos, como Toms Skujins, Thomas de Gendt, Anthony Turgis, Tom Jelte Slagter ou Rein Taaramae, todos eles a mais de 5 minutos na classificação geral. Quanto a mais ciclistas que podem brilhar, atenção a Andrea Pasqualon, esta será a melhor oportunidade do italiano da Wanty durante este Tour e ele chega em excelente forma, Julian Alaphilippe, Michal Kwiatkowski e Greg van Avermaet podem fazer uma gracinha caso a corrida esteja aberta e ainda olho em Daryl Impey, caso o campeão sul-africano esteja recuperado da queda sofrida na etapa 2.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Magnus Cort Nielsen e Geraint Thomas.
Tips do dia
Arthur Vichot a bater Tom Slagter -> odd 1,50