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Antevisão do Criterium du Dauphine


O World Tour está de regresso com mais uma prova por etapas, esta de preparação para o Tour de France e onde estarão alguns dos candidatos aos primeiros lugares.

Percurso

O Criterium du Dauphine começa com um prólogo de 6.6 kms nas ruas de Valence. A distância é curiosa, permite a que alguns sprinters e os puros especialistas de contra-relógio estejam na luta. É praticamente plano, só tem uma pequena subida na parte final e tem um misto de rectas grandes com curvas apertadas.

Esta é uma primeira etapa em linha nada comum, muito mais dura que o habitual. Os ciclistas começam logo a subir, com 8.5 kms a 4.5% e ainda no início têm praticamente 12 kms a 5%. Depois de uma fase mais calma, os últimos 50 kms voltam a ser duros, com 2.3 kms a 4.3% e um circuito final com 2 passagens por uma subida com 1.3 kms a 5%, a última delas apenas a 4 kms do final. Os últimos 500 metros também são em ligeira subida. Grande parte do terreno é em subida, mas nenhuma das subidas tem inclinações por aí além e é possível alguns sprinters sobreviverem.

Os sprinters não terão muito descanso na 2ª etapa, que tem um miolo bastante complicado, com 5 kms a 4.8%, 5 kms a 5.1%, 1.5 kms a 4.8%, 4.9 kms a 4.3% e 3.8 kms a 6.1%, a última destas subidas a 30 kms da meta. Parecida com a etapa anterior pelo facto de nenhuma das ascensões ser extraordinariamente dura, neste dia as dificuldades estão muito mais afastadas da meta.

A 3ª etapa será um contra-relógio colectivo de 34.5 kms praticamente plano na sua totalidade, perfeito para equipas com grandes motores.

Esta edição do Dauphine não perdoa e logo ao 5º dia (4ª etapa) temos a primeira de 4 jornadas de alta montanha. 181 kms entre Chazey-Sur-Ain e Lans-En-Vercors. As 2 principais dificuldades estão concentradas na parte final, com o imponente Col du Mont Noir (17.6 kms a 6.9%) a 38 kms da meta. A chegada será feita na outra subida, 4.8 kms a 7.5%, claramente a ascensão mais difícil em termos de inclinação, tendo 1 km a 10.4%.

A 5ª etapa pode-se resumir com um Unipuerto, apesar das 2 contagens de 2ª categoria como ao início. Sendo assim, os últimos 12700 metros têm 7% de inclinação média, com chegada a Valmorel, na primeira de 3 etapas muito curtas. Esta montanha é muito constante, raramente desce dos 6% e sobe dos 8%.

A ligação entre Frontenex e La Rosière é das mais curtas de sempre neste tipo de competições, somente 110 kms. Ainda assim, os organizadores conseguiram compactar 4 contagens de montanha (2 de Categoria Extra, 1 de 1ª categoria e 1 de 2ª categoria). Os ciclistas começam com 27 kms quase sempre a subir, sendo que para o Montee de Bisanne só contam 12.4 kms a 8.1%. A meio da etapa aparece o Col du Pré, 12.6 kms a 7.6%, ao qual se segue o Cormet de Roselend, com 5.7 kms a 6.4%. O final coincide com a ascensão a La Rosière (17.6 kms a 5.8%), uma montanha com um início e um final acessível, mas um miolo duríssimo, onde devem surgir os ataques.

Para terminar esta edição anormalmente dura do Criterium du Dauphine temos 136 kms entre Moutiers e Saint-Gervais Mont Blanc, que incluem 4 contagens de 1ª categoria. Na 1ª metade há o Cormet de Roseland (19 kms a 6%) e o Cote de La Route des Villes (3.2 kms a 5.9%) e a 48 kms do final o Col des Saisies (15.1 kms a 6.4%). Segue-se uma longa fase de descida e terreno plano até à temível sequência final, que começa com o Cote des Amerands (2.7 kms a 11.2%), que tem 2 kms a 13%. Depois há 2 kms planos, 1 km descida e começa a subida final, o Montee du Bettex, com 7 kms a 7.7% e um final terrível, a mais de 10% de inclinação.

Favoritos

O contra-relógio coletivo terá um papel fundamental no que diz respeito à classificação geral. Muitos ciclistas perderão aí tempo e depois vão ser obrigados a atacar nas 4 etapas de montanha finais.

Estar na Team Sky é logo uma grande vantagem para qualquer ciclista e Geraint Thomas tem, aí, um ponto a seu favor, para além do prólogo inicial. Depois de ter desiludido na Romandia, o britânico está de volta à competição, preparando o Tour de France, e quererá limpar a má imagem deixada na Suíça.

Adam Yates regressou na Califórnia, após lesão, e esteve logo em evidência. Desta forma, ainda deve estar melhor aqui, numa prova que lhe assenta na perfeição. Sobe muito bem e a sua equipa Mitchelton-Scott costuma andar sempre bem nos contra-relógios coletivos, pelo que estará entre os melhores antes da montanha chegar.

Outsiders

Romain Bardet é um ciclista que costuma andar sempre bem no Dauphine e este ano não deve ser diferente. O francês deve estar a esfregar as mãos ao ver 4 chegadas em alto, no entanto o contra-relógio coletivo vai fazê-lo perder tempo, pelo que vamos ver o francês ao ataque, tentando recuperar o tempo perdido.

Este tem sido um ano de afirmação para Emanuel Buchmann. O alemão da Bora-Hansgrohe tem estado sempre entre os melhores nas provas de uma semana (10º no Abu Dhabi, 4º no País Basco e 9º na Romandia). Já no ano passado andou bem aqui e a sua equipa traz bons elementos para fazer um bom contra-relógio coletivo.

Não fosse o contra-relógio coletivo e Marc Soler seria um dos grandes favoritos à vitória e, mesmo assim, continua a ser um sério candidato. Sabe-se que a Movistar deve perder algum tempo mas se o jovem espanhol tiver a forma que já demonstrou este ano, dificilmente alguém o seguirá.

Possíveis surpresas

Muitos ciclistas vão tirar partido do contra-relógio coletivo e aí BMC e Quick-Step são das equipas mais fortes. Damiano Caruso, que esteve numa situação parecida no Tirreno-Adriático, Dylan Teuns, Bob Jungels e Julian Alaphilippe deverão ser os principais beneficiados e achamos que poderá ser o italiano a andar melhor. Dan Martin tem tido um ano para esquecer e esta será mais uma difícil prova, primeiro porque não tem tido um ano muito bom e segundo porque a UAE Team Emirates deverá perder muito tempo no TTT. A Team Sky também tem alternativas a Geraint Thomas, sendo elas Michal Kwiatkowski e Gianni Moscon, mas será difícil aguentarem com os melhores na alta montanha. Por fim, destacar os jovens David Gaudu e Pierre Latour.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Guillaume Martin e Tiesj Benoot.

Tips do dia

Emanuel Buchmann a bater Damiano Caruso -> odd 1,725

Adam Yates a bater Ilnur Zakarin -> odd 1,445

Marc Soler a bater Pello Bilbao -> odd 1,445

Para o prólogo: Patrick Bevin a bater Gianni Moscon -> odd 1,365


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