Antevisão da 11ª etapa do Giro

Os puncheurs vão voltar a ter uma nova oportunidade já amanhã, isto depois de uma jornada que não vai ser esquecida tão cedo por muitos ciclistas.

Percurso

Os 156 quilómetros entre Assisi e Osimo é um clássico do Giro, curta e explosiva, encaixando-se na perfeição na categoria de média montanha. Apesar das 2 contagens de montanha de 3ª categoria pelo caminho, a atenção está toda focada nos 30 quilómetros finais. O sprint intermédio, a 30 kms da meta está localizado numa colina que tem 1.8 kms a 7.8%, e ainda antes de Osimo há uma colina com rampas de 16% e com empedrado, a cerca de 5 kms do final. Segue-se uma descida, antes da abrupta entrada na ascensão final, com 500 metros a 12.4%. Depois há algum falso plano, mais uma parte a subir a 7% e os últimos 500 metros são planos.

Favoritos

Após a diabólica etapa de hoje, é muito difícil de prever aquilo que irá acontecer amanhã, no entanto como as etapas 12 e 13 serão, possivelmente para os sprinters, as equipas dos homens da classificação geral deverão meter a sua equipa a trabalhar, na tentativa de ganharem tempo.

Enrico Battaglin tem tido um Giro de qualidade elevada, tendo ganho a etapa 5, numa chegada parecida com esta e sido 3º na etapa 4, numa dura rampa final. Ainda hoje foi 4º, pelo que o ciclista italiano parece estar na forma da sua vida. A LottoNL-Jumbo não deverá trabalhar mas o seu ciclista é muito rápido e pode dar mais uma vitória à equipa.

Ainda hoje o camisola rosa Simon Yates foi buscar mais 3 segundos de bonificação e, numa entrevista depois da etapa, veio dizer que vai querer aproveitar todas as oportunidades. O britânico está na forma da sua vida e, apesar de preferir que a etapa acabasse 500 metros antes, é muito rápido em grupos restritos, como já confirmou neste Giro.

Outsiders

Thibaut Pinot é mais um que procura conseguir bonificações e reduzir as diferenças para os seus rivais. Tem sido dos mais regulares nas chegadas deste género, estando sempre entre os melhores. Entre os homens da classificação geral é dos mais rápidos e vai estar, com toda a certeza na luta.

Este tem sido um Giro incrível para José Gonçalves. O português foi 3º na etapa 5, num final muito parecido com este, e mesmo nas restantes etapas tem estado na luta, tal como aconteceu hoje. Em grupos restritos é muito rápido e, se estiver bem colocado, poderá conseguir uma vitória para Portugal.

Um dos poucos ciclistas que pode atacar na subida final e distanciar todos os adversários é Michael Woods. O canadiano é um dos melhores puncheurs presentes e, sendo um especialista das Ardenas, o muro final é perfeito para ele. Mesmo num sprint, o ciclista da EF Education First tem algumas hipóteses.

Possíveis surpresas

Desde que ganhou na etapa 4, Tim Wellens tem estado em quebra e já não parece estar na mesma forma, pelo que será provável não o ver na discussão da etapa no entanto este pode ser o seu último objetivo e não podemos subestimar o belga. Giovanni Visconti é mais um que espera estar na luta no sprint final, mas para isso terá de passar a subida final que está no limite das suas capacidades. Patrick Konrad é uma excelente opção para este final, ele que não é um ciclista muito marcado, mas que deverá passar a subida e é relativamente rápido. Maximilian Schachmann esteve perto na etapa 5 e porque não tentar amanhã? O alemão não tem medo de atacar e é rápido. Por fim, a Astana também tem uma palavra a dizer com Luis Leon Sanchez ou Pello Bilbao. A fuga também pode ter hipóteses, isto dependendo de quem esteja nela, e aí Fausto Masnada, Giulio Ciccone, Jarlison Pantano e Gianluca Brambilla são sérias opções.