Antevisão da Volta a Califórnia
Todas as atenções estão viradas para o Giro no entanto o World Tour continua em solo americano com uma prova que costuma ter espectáculo. Ivo Oliveira e Ruben Guerreiro são os representantes nacionais em terras californianas.
Percurso
A 13ª edição da Volta a Califórnia começa com uma curta etapa de 134,5 quilómetros em Long Beach. Serão 12 voltas a um circuito de 11,2 quilómetros. O circuito tem várias viragens complicadas, uma delas já bem perto da meta.
O 2º dia terá logo a primeira chegada em alto. Gibraltar Road será o palco da primeira batalha entre os homens da classificação geral. 12 quilómetros a 8% que prometem ser muito duros e de muito espectáculo.
Laguna Seca receberá o final da 3ª etapa, numa jornada de 197 quilómetros que fica marcada pelas 3 subidas categorizadas nos últimos 30 quilómetros. Cachagua Road (3 kms a 7,6%), Caureless Grade (5,4 kms a 5,75%) e Mazda Raceway (1,1 kms a 10,3%) serão as dificuldades finais, com a última a estar a apenas 2500 metros da chegada, antes da descida até à meta.
Nova etapa decisiva para a classificação geral surgirá no 4º dia, com o contra-relógio individual que liga San José a Morgan Hill, num total de 34,7 quilómetros. Não é um percurso plano, tendo um pequeno topo a meio do percurso.
Elk Grove receberá nova chegada ao sprint. O perfil é maioritariamente plano e as dificuldades da etapa surgem no final, com várias curvas perigosas nos derradeiros quilómetros.
Se a classificação geral ainda não estiver decidida, a 6ª etapa será o palco para isso. Etapa de alta montanha, com 196,5 quilómetros e 4800 metros de desnível acumulado positivo. Os ciclistas sobem desde o início até aos 120 quilómetros, passando por 5 contagens de montanha. Seguem-se 70 quilómetros de descida que antecedem as duas subidas finais: Dagett (12,7 kms a 6,1%) e South Lake Tahoe (1,7 kms a 5,9%).
Sacramento receberá a consagração do vencedor de mais uma edição da Volta a Califórnia, naquilo que se espera mais uma chegada ao sprint, após 143 quilómetros.
Favoritos
Apesar das duas duríssimas etapas de montanha, a presença do longo contra-relógio individual vai marcar, e muito, a classificação geral. Desta forma, apenas um ciclista completo poderá triunfar em solo americano.
Egan Bernal partiu a clavícula na Volta a Catalunha no entanto regressou em grande no Tour de Romandie, ficando em 2º da classificação geral. O colombiano é um talento incrível e já se pode considerar um dos grandes trepadores do ciclismo. É rápido em grupos restritos, correr em altitude não será um problema e anda muito bem no contra-relógio.
Adam Yates não corre desde a Volta a Catalunha, onde se lesionou numa queda. É uma pequena incógnita, mas acreditamos que o britânico esteja já com uma boa condição física, ele que foi 4º nas duas provas por etapas que fez em 2018. É muito explosivo e, por isso, as etapas de montanha assentam-lhe que nem uma luva sendo que o seu problema será o contra-relógio.
Outsiders
Um dos antigos vencedores presentes é Tejay van Garderen. O americano ganhou esta prova em 2013, ainda antes de se tornar World Tour, numa altura em que Garderen é uma das grandes promessas do ciclismo mundial. Este ano andou bem na Volta ao Algarve, foi 3º, mas ao correr em casa este deve ser um grande objetivo. Sabe que vai perder tempo na montanha mas o contra-relógio pode favorecê-lo.
Rafal Majka é um dos melhores trepadores presentes e, no ano passado, foi o melhor nas montanhas mas o contra-relógio fez com que terminasse em 3º. Este ano vai ter o mesmo dilema, já que o contra-relógio é longo e sabe que vai ter que ganhar muito tempo na montanha.
Outro colombiano que deve estar na discussão é Daniel Martinez. O colombiano tem tido um excelente ano, onde se destaca o 7º lugar na Volta a Catalunha. Vem de uma boa prestação na Romandia, depois te uma lesão, o que mostra que só pode melhorar. As etapas de montanha são perfeitas para si e deve andar bem no contra-relógio.
Possíveis surpresas
A BMC não confia só em Tejay van Garderen, pois também tem Brent Bookwalter, um ciclista que anda sempre bem nas provas norte-americanas. Não é dos melhores trepadores nem dos melhores contra-relogistas mas é muito competente em tudo o que faz. Ian Boswell foi 5º no ano passado e pode muito bem repetir o resultado, ele que também costuma andar bem nas provas caseiras. Neilson Powless é um talento norte-americano que anda bem em todo o tipo de terreno e terá aqui uma oportunidade rara de liderar a LottoNL-Jumbo. Peter Stetina, Kristijan Durasek, Mathias Frank e Lachlan Morton podem andar com os melhores.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Taylor Eisenhart e Matteo Fabbro.
Tips do dia
Max Walscheid a bater Daniel McLay -> odd 1,665
Mark Cavendish a bater Alexander Kristoff -> odd 1,83