Antevisão da 9ª etapa do Giro

A anteceder o 2º dia de descanso, os ciclistas terão pela frente mais uma chegada em alto, esta onde se podem fazer grandes diferenças para a classificação geral.

Percurso

A dureza da alta montanha está de volta nesta 10ª etapa. A juntar à dureza da montanha teremos a quilometragem muito elevada, com 225 quilómetros. Após um início tranquilo a contagem de 2ª categoria de Roccarso irá colocar alguns ciclistas já em dificuldades, até porque tem partes acima dos 10%. Os últimos 40 quilómetros são praticamente sempre a subir, primeiro com a ascensão de Calascio (contagem de 1ª categoria no mapa, mas de 2ª categoria no Roadbook), que tem 14.8 kms a 5.5%. Após uma curta fase de relativamente descanso temos o Gran Sasso D’Italia, oficialmente com 26.5 kms a 3.9%, mas com os últimos 4 kms a 8.7%, e será aí que se farão, potencialmente, as maiores diferenças. A altitude pode ser um marco, com a chegada a estar a 2135 metros.

Favoritos

Muitas equipas guardaram energias na etapa de hoje, quem sabe, pensando já no dia de amanhã, onde se podem fazer diferenças enormes entre os homens da classificação geral. Assim, acreditamos que a fuga será controlada de perto, não só pela Mitchelton-Scott, mas também pela Groupama-FDJ e Astana.

Domenico Pozzovivo tem estado numa forma incrível desde o Tour of the Alps e parece não quebrar. O pequeno italiano tem estado sempre muito atento e tem finalizado todas as etapas que terminam em pequenos topos no top 10. Terá de aproveitar enquanto estiver em grande forma e as duras rampas da subida final são perfeitas para o ciclista da Bahrain-Merida ir embora e vencer isolado.

Um início de Giro terrível fez com que Miguel Angel Lopez ficasse longe da camisola rosa. Sabe-se que o colombiano costuma melhorar com o passar das etapas e amanhã é o primeiro grande teste. Uma longa subida a terminar já a uma altura considerável é perfeita para o “Superman”, que vai meter a Astana a trabalhar e vai atacar com toda a certeza.

Outsiders

Thibaut Pinot é um ciclista muito regular, como se tem vindo a comprovar desde o início do Giro e vai querer continuar a recuperar tempo aos seus adversários. Aguenta muito bem este tipo de jornadas longas e uma subida inclinada e longa é perfeita para as suas características.

O camisola rosa Simon Yates não pode ser esquecido. O britânico foi o mais forte no Monte Etna no entanto essa era uma subida que se adaptava melhor às suas características. É verdade que Yates adora subidas inclinadas no entanto esta é muito mais longa e é por isso que não o colocamos mais acima. Mas se continuar com esta forma, será um dos candidatos.

George Bennett tem sido uma das belas surpresas da temporada, na medida em que tem confirmado todo o seu potencial. Foi um dos mais fortes no Etna e precisa de recuperar tempo e, é quase certo vê-lo ao ataque. Estando um pouco longe na geral, poderá ter alguma liberdade para atacar.

Possíveis surpresas

Tom Dumoulin preferiria uma subida menos dura, no entanto o longo dia em cima da bicicleta é perfeito para o holandês que, dificilmente ganhará, mas se os favoritos se entreolharem muito aproveitará para atacar. A presença de Simon Yates poderá dar alguma liberdade a Esteban Chaves que poderá atacar sem resposta dos restantes adversários. Parece estar bem no entanto precisamos de ver mais de “Chavito”. Davide Formolo teve um dia para esquecer no Etna, mas hoje provou que está em muito boa condição física. Estando já atrasado, não deverá ter resposta e poderá aproveitar para ganhar. Acreditamos que nomes como Chris Froome e Fabio Aru correram mais na defensiva, tentando não perder tempo, eles que apontam o seu pico de forma mais para a frente na corrida. Depois da vitória de hoje, Richard Carapaz não pode ser esquecido, numa Movistar que também tem Carlos Betancur. Não acreditamos que a fuga possa chegar, no entanto nomes como Giulio Ciccone, Robert Gesink, Alessandro de Marchi e Fausto Masnada deverão marcar presença.