Antevisão da 8ª etapa do Giro

A montanha está de regresso para um fim-de-semana que promete. O primeiro round é já amanhã com mais uma chegada em alto.

Percurso

Continuamos na costa transalpina, com uma ligação de 209 quilómetros até Montevergine di Mercogliano, mas desta vez o terreno é tudo menos simpático. O traçado é relativamente calmo até aos 20 quilómetros finais, onde uma subida de 2ª categoria espera os ciclistas. É uma ascensão longa, mas não muito dura, raramente sobe acima dos 7%, com 17.1 kms a 5% poderemos ter uma subida final algo táctica, especialmente se o vento estiver frontal.

Favoritos

A primeira chegada em alto, no Etna, ficou marcada por um grande espectáculo e duelo entre os favoritos, vendo grandes figuras ir para a fuga do dia. A questão é que duvidamos que o mesmo aconteça aqui, a distância é maior, algumas formações já estão recalcadas do que aconteceu no Etna. A Mitchelton-Scott tem a camisola rosa e 1 etapa, não estará particularmente interessada em perseguir, enquanto que Pinot, Lopez, Aru e Froome estão a apontar à 3ª semana. Portanto, é provável que a fuga resulta amanhã, com ciclista que não fazem perigar a geral.

Robert Gesink disse antes do Giro começar que as etapas seriam o seu foco, e o holandês realmente tem andado a perder tempo constantemente, excepto na etapa do Etna, onde se imiscuiu na fuga e foi dos melhores. Estando a mais de 14 minutos tem toda a liberdade do Mundo e a subida final assenta-lhe bem.

Hugh Carthy tem passado algo despercebido, mas o britânico é um talento enorme e procura afirmar-se no World Tour, depois de ter dado o salto desde a Caja Rural. É um trepador por natureza, que já está afastado dos melhores e que adora estas subidas bem longas.

Outsiders

Caso haja interesses conjugados não seria de descartar uma vitória e dilatação de diferenças por parte do camisola rosa, Simon Yates. Yates está a voar neste momento, e para além de ser um dos mais fortes na luta pela geral, é também um daqueles que tem uma explosão assinalável.

Por falar em ciclistas com uma boa ponta final, não se pode descurar Thibaut Pinot, que fez um poderoso sprint pelo 3º lugar no Etna para ficar com as bonificações. A FDJ tem uma boa equipa para impor um ritmo elevado na primeira parte da subida, mas será difícil para Pinot controlar os ataques dos rivais.

Outra aposta para a fuga pode ser Jan Hirt. A Astana não quer repetir o erro da 6ª etapa ao não ter ninguém a integrar a fuga. Jan Hirt andou muito bem no ano passado precisamente no Giro, está a mais de 30 minutos na classificação geral e mostrou boa forma no Tour of the Alps.

Possíveis surpresas

Entre os favoritos da classificação geral é preciso mencionar mais alguns nomes, Domenico Pozzovivo tem estado muito sólido na montanha, Tom Dumoulin tem controlado bem os adversários e Michael Woods tem a explosão necessária caso a subida não seja extremamente atacada. Quanto a mais hipóteses para a fuga, a Movistar é uma equipa a ter em atenção, com Eduardo Sepulveda e Ruben Fernandez já muito atrasados. A Bardiani vai tentar algo, provavelmente amanhã será a vez de Manuel Senni, mas cuidado com Giulio Ciccone. Alessandro de Marchi é um dos grandes combativos do pelotão e não será surpresa amanhã vê-lo a tentar de novo. Hubert Dupont e Mikael Cherel são excelente opções dentro da Ag2r, enquanto que a Androni, que ainda não falhou 1 fuga no Giro, tem Mattia Cattaneo e Fausto Masnada. Atenção ainda à Israel Cycling Academy, com o duo Ben Hermans e Ruben Plaza.