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Antevisão do Tour of the Alps


Durante esta semana o ciclismo não se restringe só às clássicas das Ardenas. Os corredores que querem fazer preparação mais específica para a Volta a Itália estão no Tour of the Alps. No menu está montanha, muita montanha, e uma lista de participantes de qualidade.

Percurso

O Tour of the Alps (antigo Giro del Trentino) presenteia-nos com um percurso bem duro, como é seu apanágio. 5 dias com muita montanha fazem com que os sprinters nem sequer ponham cá os pés e com que os trepadores estejam a roer-se para demonstrarem o que conseguem fazer quando o terreno empinar.

A primeira etapa é curta e explosiva, 135 kms com 2 subidas longas mas não excessivamente duras. Os primeiros 50 kms são numa tendência de subida, com períodos de descanso. Seguem-se 15 kms de descida, 45 kms de terreno plano e a ascensão a Serrada, com 19.2 kms a 5.5%. A contagem de montanha fica a 6 kms da meta e o último quilómetro volta a ser em ligeira subida, 800 metros a 6.2%.

Logo na segunda etapa irão fazer-se muitas diferenças, 145 kms terríveis, com o Passo Redebus para aquecer motores, são 15.7 kms a 6.2%. Só o que o pior aguarda os ciclistas mesmo no final, o Alpe di Pampeago, com 7700 metros a 9.8%, em que os últimos 4 kms são sempre acima de 10%

A terceira tirada é novamente abaixo dos 140 kms e não é tão dura. Após 70 kms relativamente fáceis, o Mendel Pass, com 15.2 kms a 6.4% vai dar para reduzir o pelotão. Após uma curta descida, os corredores ainda terão o Passo Palade, com 12.9 kms a 4%, a 26 kms da meta. A descida é longa, tem 18 kms e os 8 kms finais planos.

Na 4ª jornada temos um início e final na Áustria, 134 kms a ligar Chiusa/Klausen a Lienz. Com somente 2 contagens de montanha, ambas de 2ª categoria, este é talvez o dia mais acessível. A última ascensão, o Baneberg, parece perfeito para ataques de puncheurs, pois está a 10 kms da meta e tem 6.9 kms a 6.7%. É preciso ter muito cuidado com o final, pois é muito técnico.

Para o último dia a prova continua a Áustria, com final na mítica estância de Innsbruck, local de uma das provas do torneio dos 4 trampolins e do campeonato do Mundo de ciclismo este ano. A etapa fica marcada pelo circuito final e 3 passagens pela Oympia Climb, com 7.8 kms a 5.5%, a última das passagens fica somente a 12 kms do final.

Favoritos

Esta é uma das provas mais montanhosas de todo o calendário internacional, com subidas todos os dias. Com apenas um final em alto, ao 2º dia, as bonificações podem vir a ser essenciais para vir a definir o vencedor final.

Miguel Angel Lopez está aqui na última prova de preparação antes do Giro e por isso acreditamos que o colombiano já esteja em forma. Foi 2º no Tour de Oman e no Abu Dhabi Tour. A chegada em alto será a melhor etapa para si e vai ter que ser nesse dia que terá de fazer diferenças. Tem uma equipa muito forte, com Pello Bilbao, Jan Hirt e Luis Leon Sanchez como principais escudeiros.

Está na hora de Chris Froome aparecer! O britânico ainda não se viu esta temporada mas com o Giro aí à porta vai querer testar as suas pernas, principalmente na chegada em alto, onde será um dos favoritos. Em grupos restritos não é lento, podendo conseguir bonificações. David de la Cruz e Diego Rosa são dois gregários em forma.

Outsiders

Thibaut Pinot é mais um que vem preparar o Giro. Com poucos dias de competição esta temporada, o francês costuma andar bem nas provas que antecedem os grandes objetivos e vem de fazer 10º na Catalunha. É um dos melhores trepadores em prova, tem uma excelente ponta final mas, como já sabemos, os vários finais planos depois de descida podem ser difíceis para si.

Esta é uma prova que encaixa na perfeição a Domenico Pozzovivo. O pequeno ciclista fez sempre top 7 desde 2008, tendo ganho em 2012 e contando com mais 4 pódio, fantástico! Pela primeira vez na temporada, vai liderar a Bahrain-Merida e sabe-se que quando o italiano tem estas oportunidades não costuma falhar.

George Bennett tem sido uma das confirmações da temporada, tendo feito 9º no Tirreno-Adriático e 6º na Catalunha. Melhor muito desde o ano passado e está a subir melhor que nunca. A chegada em alto adapta-se nas suas características e também não é lento.

Possíveis surpresas

Fabio Aru tem no Giro o grande objetivo da temporada mas o italiano é uma caixinha de surpresas e nunca se sabe quando estará em forma, mas com a Grande Volta italiana tão perto não seria de estranhar em vê-lo na luta. Louis Meintjes começa agora a carburar e também o esperamos ver entre os primeiros e, com alguma sorte e marcação entre os favoritos, pode vencer. Muitas equipas trazem segundas opções, como é o caso da Astana com Pello Bilbao e Jan Hirt, Diego Rosa e David de la Cruz na Team Sky e Sebastian Reichenbach na Groupama-FDJ. Nas equipas Profissionais Continentais, destacamos Giulio Ciccone, italiano com muito talento e que pode ter alguma liberdade, Ben Hermans que será o líder claro da Israel Cycling Academy e já andou bem no Tirreno, e o português Amaro Antunes que tem aqui mais uma oportunidade de se mostrar ao mundo do ciclismo e estar na luta com os melhores trepadores.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são

Tips do dia

Para a geral: Amaro Antunes a bater Sergey Firsanov –> odd 1,5

Para a etapa 1: Thibaut Pinot a bater Chris Froome –> odd 1,57


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