Guerra aberta entre Nacer Bouhanni e Cofidis
Esta é já uma história com muitos capítulos e tudo começou no início da temporada. Nacer Bouhanni era o líder indiscutível da Cofidis e tinha algumas “mordomias”, como o seu pai a acompanhá-lo em todas as provas e, este ano, com a chegada de Cédric Vasseur isso foi retirado.
As vitórias não apareciam e, apesar disso, Nacer Bouhanni esperava estar presente na Milano-SanRemo mas enganou-se. Segundo Vasseur, em declarações ao L’Equipe, Bouhanni disse que estava pronto para o primeiro Monumento da temporada após ter feito uma hora e meia de treino, algo que o francês achou insuficiente. Dois dias depois, lá estava Bouhanni na partida da Volta a Catalunha. Foi 7º na primeira etapa e não partiu para a segunda tirada.
Com isto, a equipa levou-o a fazer testes fisiológicos, onde se chegou à conclusão que este não apresentava a forma que dizia ter e que estava muito pior do que aquilo que a equipa pensava. Vasseur disse ao L’Equipe que “com base nestes resultados, ele não está no top 10 de ciclistas da equipa. O lugar dele na equipa do Tour pode estar em risco. Fazemos o melhor para lhe dizer isto, mas quem tem de trabalhar é o ciclista, não somos nós.”
O próximo capítulo surgiu na semana passada. Circuit Cycliste Sarthe, primeira etapa. Bouhanni era o sprinter mais conceituado presente e, como a primeira tirada era plana, tudo apontava para uma chegada ao sprint. No entanto, após 100 quilómetros, mais um abandono para o controverso ciclista. Quem não gostou foi Cédric Vasseur que voltou à carga. “O Nacer não se comportou como um líder. Deixou os seus companheiros sozinhos à chuva. O capitão deve ser o último a deixar o navio e, por isso, ele deve acabar as provas, é o mínimo que lhe pedimos. Não confiamos mais nele. Nem numa corrida amadora o colocávamos”.
Se as coisas já estavam difíceis para Nacer Bouhanni, agora ainda mais complicadas estão. Cédric Vasseur arrasou por completo o seu principal ciclista, criticando a sua forma, a maneira como treina e a sua atitude quando está em competição.
Com contrato até ao final de 2019, veremos se Bouhanni não abandonará antes do previsto a equipa da Cofidis. Para já, o amante do pugilismo terá a oportunidade de dar resposta na estrada no próximo dia 5 de Maio, na Eschborn-Frankfurt.