Antevisão da De Brabantse Pijl

Com as clássicas do empedrado para trás, os ciclistas e as equipas viram as suas atenções para a semana das Ardenas e nada melhor que testarem as suas pernas da De Brabantse Pijl, uma prova muito semelhante àquelas três que vão acontecer na próxima semana.

Percurso

Com 201,9 kms, a prova tem um início relativamente plano, passando por pequenas subidas aos kms 13, 56, 66 e 71, no entanto não devem servir para fazer diferenças. Os ciclistas regressam a Overijse, ultrapassando mais 4 pequenas dificuldades (Karbosstraat, Rue de Nivelles, Chaussee de Bruxelles e Rue Francois Dubois). Normalmente, a corrida começa a aquecer a partir do km 132, quando o pelotão passa pela primeira vez pela linha de meta, isto já depois de terem sido ultrapassadas 4 das 5 subidas que estão presentes no circuito final.

Serão, 3 voltas a um circuito com 23.4 kms, com 5 subidas, uma delas em pavê. A primeira delas é o Hagaard (360 metros a 10%) que acontece 2.7 kms após a passagem pela meta. Segue-se o Hertstraat (700 metros a 4.2%), 3.8 kms mais à frente, e o Holstheide (950 metros a 5.3%), 6.8 kms depois. Após esta sucessão de subidas, os ciclistas têm um pequeno descanso até aos 4 kms finais, onde aparece o Ijskelderlaan (1.12 kms a 4.3%), que é a subida em pavê. Posteriormente, existe uma descida técnica que guia os ciclistas ao último desafio da prova, o Schavei (700 metros a 5.2%), que começa a apenas 1200 metros da meta. Esta subida termina a 200 metros do fim, onde existe uma curva para a esquerda que leva o que restar do pelotão à reta da meta que, por sua vez, é em ligeira subida.

As subidas podem não ser muito duras, no entanto ao serem 26 podem fazer moça nos ciclistas e levar a que apenas um pequeno grupo discuta a vitória.

Perfil da prova

Favoritos

Devemos ver uma corrida atacada, principalmente por parte das equipas da Lotto Soudal e BMC, visto que têm alguns dos principais favoritos mas num grupo mais alargado de ciclistas não conseguem derrotar outros com uma mais rápida ponta final.

Tiesj Benoot está a ser uma das principais confirmações da temporada. O jovem belga voou em todas as clássicas que disputou sendo, de longe, dos mais fortes. Falhou o Paris-Roubaix por opção, para preparar as clássicas das Ardenas e tem aqui um importante teste. 3º no ano passado, Benoot já sabe o que é estar ao ataque nesta prova e estando na Lotto Soudal, uma equipa muito forte, tem tudo para estar na discussão. É rápido em grupos restritos.

O vencedor de 2017 foi Sonny Colbrelli e o italiano volta a ser um dos grandes favoritos. Colbrelli esteve doente durante a temporada de clássicas do empedrado mas a prestação bastante positiva no Tour de Flandres faz-nos crer que o corredor da Bahrain está totalmente recuperado. É dos mais rápidos em prova e esta prova é perfeita para si.

Outsiders

Tim Wellens não corre desde o Paris-Nice, pelo que a sua forma pode ser uma incógnita, no entanto as Ardenas são um objetivo claro do belga, pelo que já deve apresentar boa forma. Com a companhia de Benoot, faz uma dupla temível e os dois podem partir a corrida. Não é tão rápido como alguns dos seus adversários no entanto este ano sempre que aposta numa prova é difícil de bater.

Um ciclista que começou, finalmente, a ganhar foi Daryl Impey. A vitória no Tour Down Under e as boas exibições na Cadel Evans Road Race e mais recentemente na Volta a Catalunha, onde discutiu, praticamente, todas as etapas, fazem dele um sério candidato. O campeão sul-africano tem subido melhor que nunca e tem uma boa ponta final.

Dylan Teuns também pode achar esta prova fácil demais para as suas características, mas se esta se tornar muito seletiva estará, certamente, na luta. Juntamente com Benoot e Wellens, este é um dos melhores puncheurs presentes. Mostrou já boa forma no País Basco, pelo que o seu pico de forma foi programado para a altura certa.

Possíveis surpresas

Enrico Battaglin é um ciclista muito regular mas é daqueles que nunca ganha. O italiano passa muito bem as dificuldades e é rápido em grupos restritos, prova disso são os top 10 em etapas e provas que terminam ao sprint em pelotão mais reduzido. Jan Tratnik vem de vencer a Volta a Limburgo, uma competição parecida com esta. O esloveno tem características parecidas com as de Battaglin e, por isso, pode surpreender e vencer se os favoritos se marcarem entre si. A Quick-Step vem sem um claro favorito e, por isso, Pieter Serry deve ter a sua oportunidade. O belga tem tido uma temporada positiva, com excelentes resultados e deverá querer uma corrida atacada. Como já referimos, Lotto Soudal e BMC são as equipas mais fortes, prova disso é a presença de Jelle Vanendert, que deve achar esta prova um pouco fácil, Patrick Bevin e Brent Bookwalter, sendo todos eles ciclistas com características para discutir a prova. Destacamos, ainda, Enrico Gasparoto, Jhonatan Narvaez, Bob Jungels, Marco Canola e Carlos Verona.