Antevisão da Gent-Wevelgem
Após a E3 Harelbeke, os classicómanos têm mais uma oportunidade de brilhar. Esta é uma prova menos dura, no entanto se for bastante atacada pode fazer com que os principais ciclistas consigam discutir a vitória entre si.
Percurso
Pelo terceiro ano consecutivo, a organização decidiu aumentar a distância da prova, este ano passou para os 250 kms, o que também pode alterar o desfecho desta competição. O número de ascensões manteve-se em 10.
Como é tradicional nas clássicas belgas, os primeiros 130 kms são totalmente planos, mas com as condições climatéricas, poderão ser absolutamente decisivos. A primeira subida é o Catsberg a faltar 115 kms, com mais 4 ascensões a surgiram entre os 111 kms e os 101 kms para o final, numa rápida sucessão. Esta fase será decisiva para o desfecho da corrida e poderá definir se os sprinters irão discutir a vitória ou não.
Outra sequência importante é o Baneberg, Kemmelberg e Monteberg, que surgem, respectivamente a 85, 77 e 73 quilómetros da linha de meta. Por fim, as últimas colinas surgem já dentro dos 40 quilómetros finais, com o Baneberg a faltar 39.5 kms e o muito duro Kemmelberg, que conta com rampas de 23% a 40 kms do final. A última parte do traçado é totalmente plana e pode originar algum reagrupamento, numa batalha que se espera muito dura.
Perfil da prova
Favoritos
Achamos que a corrida deste ano vai ser muito táctica, mais ainda que em anos anteriores, há equipas muito poderosas que vão querer pegar na corrida e reduzir o grupo, particularmente a Quick-Step Floors, que apesar de ter Viviani, e a BMC. Estas 2 formações têm os números para fazer uma importante definição na corrida e sufocar os sprinters aqui presentes. No meio disto tudo, pode eventualmente um grupo com segundas linhas de cada equipa escapar para a vitória. Olhando para anos anteriores o comum é haver um grupo de 40 ciclistas no final a discutir a corrida.
Philippe Gilbert pareceu muito bem nas clássicas disputadas até ao momento, com o pensamento no Paris-Roubaix, está progressivamente a melhorar a sua confiança e condição física. É de esperar um ataque de longe de Gilbert e a Quick-Step Floors pode bloquear a perseguição. Gilbert tem rapidez suficiente para bater muitos ciclistas num sprint em pelotão reduzido, caso nomes como Sagan ou Demare não estejam lá.
Arnaud Demare está a passar as subidas como nunca, a vitória na 1ª etapa do Paris-Nice foi realmente impressionante. Costuma estar na discussão desta prova, 2º em 2014 e 5º em 2016, lida muito bem com as provas longas, acima dos 230 kms. O problema de Demare será a falta de ajuda da equipa na parte final.
Outsiders
Peter Sagan não está a ter a melhor temporada até ao momento, saiu do Tirreno-Adriatico sem vitórias, foi 6º na Milano-Sanremo e vimos o campeão do Mundo sem pernas para seguir com os melhores na E3 Harelbeke. Não sabemos bem o que se passa com ele, se a condição física não está no melhor, se está doente ou se simplesmente teve um dia mau. O que é certo é que foi aqui 1º em 2013 e 2016, 2º em 2012 e 3º em 2014 e 2017, portanto é sempre um nome a ter em conta.
Michael Matthews teve problemas no ombro, mas regressou à competição na Milano-SanRemo. Aí surpreendeu imenso pois foi 7º apesar da falta de competição e foi 13º há 2 dias. A sua forma só pode melhorar e vai estar entre os melhores depois das colinas. Tem uma boa ponta final, mas vai querer a prova bem dura. Foi 8º no ano passado, somente na sua 2ª participação aqui.
Greg van Avermaet apareceu muito bem na E3 Harelbeke e confirmou que está para as curvas nesta temporada de clássicas. Melhor ainda para ele, Jurgen Roelandtas e Stefan Kung também estiveram muito bem, eles que vão ser necessários nas próximas semanas. A BMC vai querer atacar imenso a corrida para o campeão em título tentar defender o triunfo conquistado em 2017.
Possíveis surpresas
Há sempre a hipótese de uma corrida mais defensiva, e aí os sprinters entram mais em acção. Sonny Colbrelli é um ciclista cada vez mais completo, foi 8º na Omloop, 3º na Kuurne e 13º no ano passado na Gent-Wevelgem, vai estar na discussão. Jasper Stuyven continua a ser um dos ciclistas mais regulares nas clássicas, com John Degenkolb ainda longe do seu melhor, foi impressionante a recuperação que fez na E3 Harelbeke e tem uma boa ponta final. Matteo Trentin tem estado sempre na discussão, mas tem faltado sempre algo, ainda está sem pódios em 2018. Alexander Kristoff já vai com 2 vitórias em 2018, e apesar de ter falhado na E3 Harelbeke, gosta de provas longas e duras, já fez top 10 aqui. Corredores como Dylan Groenewegen e Elia Viviani entram mais na categoria dos puros sprinters e dificilmente estarão na discussão. Claro que os corredores que se mostraram muito bem na E3 Harelbeke têm de ser seguidos com atenção, Sep Vanmarcke, Gianni Moscon e Oliver Naesen estão em grande forma e todos têm uma ponta final razoável em grupos reduzidos. Obviamente a Quick-Step tem várias opções, onde se incluem Zdenek Stybar e Niki Terpstra. Cuidado ainda com o fenómeno Wout van Aert, Edward Theuns, Magnus Cort Nielsen e Alexey Lutsenko.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Luka Mezgec e Christophe Laporte.
Tips do dia
Arnaud Demare a bater Elia Viviani –> odd1,60
Arnaud Demare a bater Dylan Groenewegen –> odd 1,72