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Antevisão da Volta ao Alentejo


Após a Clássica da Arrábida, o pelotão nacional volta à competição com a disputa da Volta ao Alentejo, que este ano apresenta um percurso mais duro que o habitual.

Percurso

A 1ª tirada tem 173,5 kms e liga Vendas Novas a Serpa, tem somente 1 contagem de montanha de 4ª categoria, com o final em Serpa a parecer algo perigoso e em ligeira subida. Nos últimos 2 kms há sinalização de 4 rotundas e 2 curvas.

A 2ª etapa é uma pequena maratona, 205,2 kms entre Beja e Sines. Tal como no dia anterior, apenas há 1 contagem de montanha de 4ª categoria e o final volta a ser algo conturbado.

Na 3ª jornada há uma viagem de 149,3 kms entre Grândola e Arraiolos, mais um dia plano, mas com um final a subir, na ordem dos 3 a 4%.

Depois é tempo de jornada dupla, de manhã 64,2 kms em linha entre Monforte e Portalegre, na tirada com mais dificuldades montanhosas. A Serra de São Mamede tem 3300 metros a 8.4% e está apenas a 20 kms da meta, e ainda mais próxima está a ascensão ao Cabeço de Mouro, uma autêntica parede de 1,5 kms a 12,5%, à qual se segue uma rápida descida de 5.4 kms até Portalegre.

Da parte da tarde há o contrarrelógio individual em Castelo de Vide, são 8400 metros, mas o perfil não é fácil, tem uma subida de 1800 metros a 7.7%, logo ao início.

A Volta ao Alentejo 2018 termina em Évora, com 151,3 kms que ligam a capital do Alentejo Central a Castelo de Vide. Nesta etapa final apenas há a subida à Serra D’Ossa, com 5,9 kms a 3,8%. Os últimos 500 metros da etapa, no centro de Évora (Praça do Giraldo), têm 6% de inclinação média.

Favoritos

Esta é uma Volta ao Alentejo muito dura, sendo que o sábado será o dia decisivo com a etapa de montanha pela manhã e o difícil contra-relógio pela tarde. Assim, apenas um ciclista completo será capaz de vencer a 36ª Alentejana.

O galego Alejandro Marque é dos ciclistas mais completos aqui presentes e costuma andar bem aqui. O ciclista do Sporting/Tavira foi 5º na Clássica da Primavera e vem já com 15 dias de competição, sendo dos ciclistas mais rodados e com mais quilómetros nas pernas. Tem uma boa ponta final em grupos restritos, sobe bem e é um dos grandes especialistas do pelotão nacional no contra-relógio.

Depois da fabulosa exibição na Clássica da Arrábida, o jovem Dimitry Strakhov tem que ser considerado um dos favoritos. No ano passado foi 11º no Tour de l’Avenir, 4º na Volta a Madrid e 7º no GP das Beiras e só um bom trepador consegue estes feitos. Tem, também, bons resultados em contra-relógios e será um perigo. O ciclista da Lokosphinx é relativamente rápido.

Outsiders

Gustavo Veloso não tem o hábito de começar bem as temporadas, no entanto este ano teve uma prestação muito boa na Volta ao Algarve, onde terminou no 36º posto, pelo que a sua forma não parece ser tão mau como em anos anteriores. Tal como os ciclistas já referidos, é rápido em pequenos grupos, sobe bem e é um grande especialista de contra-relógio. Tem uma forte equipa para o apoiar, com Raul Alarcon e José Neves como principais escudeiros.

Um ciclista muito regular é Frederico Figueiredo. O jovem do Sporting/Tavira tem ainda pouco ritmo competitivo mas é dos melhores trepadores do pelotão nacional e caso tenha liberdade pode fazer um brilharete na etapa 4. Não é um corredor que goste de esforços individuais, mas sendo ele duro pode defender-se.

Henrique Casimiro é outro ciclista que fez a Volta ao Algarve e até se defendeu muito bem. O corredor da Efapel é um trepador muito competente e costuma estar na luta pelas principais provas nacionais com montanha. Daniel Mestre, Sergio Paulinho e David Arroyo formam um bloco muito forte, capaz de apoiar Casimiro nos momentos decisivos. Para ganhar terá de eliminar toda a concorrência na etapa de montanha.

Possíveis surpresas

As equipas portuguesas conhecem muito bem este terreno por isso são, à partida, as favoritas a obter bons resultados. Domingos Gonçalves é um ciclista muito possante, muito combativo, que vem de um bom resultado na Clássica da Arrábida. Esta prova está no limite das suas capacidades mas pode surpreender. A RP-Boavista tem, ainda, João Benta. Raul Alarcon teve uma queda feia na Prova de Abertura mas já voltou à competição. Se estivesse no máximo das suas capacidades seria o grande candidato no entanto é, por agora, uma incógnita. David de la Fuente e Márcio Barbosa são as apostas do Aviludo-Louletano, ao passo que Edgar Pinto liderará a Vito-Feirense-BlackJack. Nas equipas estrangeiras, atenção ao belga Dimitry Peyskens, ao espanhol Mikel Aristi e ao alemão Silvio Herklotz, que faz a sua estreia pela Burgos BH.


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