Antevisão do Tirreno-Adriático
O ciclismo continua em itália, agora com “A Corrida dos Dois Mares”, que este ano tem um pelotão repleto de estrelas quer na luta pela geral quer para a disputa das etapas.
Percurso
A 53ª edição do Tirreno-Adriático estará na estrada com um percurso muito equilibrado, com chegadas e etapas para todo o tipo de ciclistas.
Tudo começa com um contra-relógio coletivo de 21,5 quilómetros disputado em Lido di Camaiore. Um percurso totalmente plano servirá para marcar as primeiras diferenças na classificação geral.
Os sprinters terão a primeira oportunidade na chegada a Follonica, num final que será feito num circuito de 8300 metros a ser ultrapassado por 3 vezes e sem dificuldades de maior.
Uma maratona de 229 quilómetros liga Follonica e Trevi, numa etapa em que as dificuldades começam a aparecer. A tirada é tudo menos fácil, com várias duras subidas pelo percurso, no entanto a maior dificuldade surgirá no final. Primeiramente será ultrapassada a 12 quilómetros da chegada, antes de uma volta à cidade. 2500 metros a 8% de inclinação, mas com os 1500 metros finais a 11,5% e os últimos 300 metros a 20% marcaram o final da etapa, naquilo que se parece como Mur de Huy.
A 4ª etapa terá a única chegada em alto da prova, com o final em Sarnano Sasstotetto. 205 quilómetros com um terreno ondulante antecedem a subida final que tem 11,8 quilómetros a 7,2%. O miolo da subida será o mais duro e as diferenças e os ataques terão de ser feitos nessa parte da escalada.
Filottrano e o Tirreno-Adriático homenagearão Michele Scarponi na 5ª etapa, numa chegada difícil. A corrida animará a 4700 metros da chegada com uma subida já em Filottrano (1,8 kms a 7,8%, com rampas a 16%). Uma pequena descida leva aos 1500 metros finais, que são a 5,1%, com rampas máximas de 10%. Mais uma vez, os puncheurs vão estar a esfregar as mãos.
Um início mais difícil não vai impedir os sprinters de voltarem a brilhar na 6ª etapa, uma tirada de 153 quilómetros com chegada a Fano.
Para terminar, a organização voltou a colocar o contra-relógio individual de San Benedetto del Tronto, que tem um total de 10,05 quilómetros, sendo estes feitos numa estrada larga, já que metade é a subir uma avenida e a outra metade a descê-la.
Favoritos
Um percurso equilibrado, onde muitos ciclistas têm hipóteses de ganhar, nas 2 etapas de média montanha e na chegada ao alto alguns corredores vão ter de recuperar as perdas dos 2 contra-relógios, um individual e um colectivo, o lote de ciclistas de alto gabarito é vasto.
Tom Dumoulin vai querer deixar os azares do Abu Dhabi Tour para trás. O actual campeão do Mundo de contrarelógio furou no contrarelógio e deu oportunidade a Wilco Kelderman na chegada em alto, tendo de novo azar aí. A condição física não parece a ideal, mas será suficiente para ganhar tempo no contra-relógio individual e talvez nas chegadas duras e explosivas. Vai começar a prova doente, no entanto o holandês diz já estar a sentir-se melhor e espera recuperar nas primeiras etapas.
Com o caso Chris Froome ainda na baila, pensamos que a Team Sky irá apostar todas as fichas em Geraint Thomas. Thomas veio ao Algarve, brilhou na Fóia e no contrarelógio e só perdeu a Algarvia porque Michal Kwiatkowski fez uma jogada de mestre. Deverá estar em grande forma porque quer estar bem nas clássicas e não é mau nas chegadas mais explosivas. Atenção ao contrarrelógio colectivo, onde a Team Sky pode levar vantagem grande.
Outsiders
Chris Froome foi à Andaluzia estrear-se e trabalhar para Wout Poels, ainda assim andou entre os melhores ocasionalmente. O processo de que está a ser alvo poderá afectar-lhe o rendimento, mas o britânico esteve recentemente em altitude e está a preparar-se para correr no Giro como se nada se passasse.
Mikel Landa tem hipóteses sérias de um pódio, se estiver na mesma condição física da Volta a Andaluzia. Andou muito bem nas chegadas explosivas e vai ter de fazer a diferença aqui na montanha, de novo. A Movistar tem Andrey Amador e Jaime Roson para endurecer o ritmo aí e Nelson Oliveira, Daniele Bennati e Jasha Sutterlin serão ajudas essenciais no contra-relógio colectivo.
Primoz Roglic tem aqui o seu primeiro grande objectivo da época, começou bem em Valencia, com um 6º posto, o que indica que está a subir bem. Vai contar com ajudas preciosas, George Bennett na montanha e uma equipa que está a progredir a passos largos no contra-relógio para o esforço colectivo.
Possíveis surpresas
As opções na Team Sky são muitas, para além de Froome ainda há Gianni Moscon e Michal Kwiatkowski, que aqui deverão estar ao trabalho dos seus colegas, mas nunca se sabe como a corrida se vai desenrolar tacticamente. A Sunweb também não tem só Tom Dumoulin, com Wilco Kelderman a ser uma alternativa mais que válida, tendo as características desta prova. Miguel Angel Lopez está simplesmente a voar na montanha neste momento, 2º no Tour of Oman e no Abu Dhabi Tour, foi o único capaz de seguir Valverde no Abu Dhabi Tour. Fabio Aru pode andar entre os melhores, mas melhor que top 10 não deve fazer, o mesmo se aplica a Adam Yates e Rigoberto Uran. Simon Spilak é um especialista em provas de 1 semana e uma caixinha de surpresas. Cuidado com Bob Jungels, a Quick-Step vai deixá-lo em boa posição após o contra-relógio colectivo e o luxemburguês vem de um 5º lugar na Volta ao Algarve. Vincenzo Nibali ainda não parece com a condição necessária para lutar entre os melhores, Romain Bardet e Rafal Majka devem estar frustrados com a quantidade de contra-relógio que há, tendo em conta que estão grande forma e Rohan Dennis vai tentar fazer o mesmo do Abu Dhabi Tour (9º no final), ganhar tempo nos contra-relógios e perder o mínimo possível na montanha.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são George Bennett e Jaime Roson.
Tips do dia
Para a geral: Bob Jungels a bater Rohan Dennis -> odd 1,725
Para a etapa 1: Team Sunweb a bater Trek-Segafredo -> odd 1,30