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Antevisão do Paris-Nice


“A Corrida para o Sol” marca o início das provas por etapas World Tour na Europa. Com um pelotão menos forte que em anos anteriores, a corrida torna-se mais aberta e aí, Rui Costa pode ter uma palavra a dizer.

Percurso

O Paris-Nice começa com uma etapa algo estranha, são 134,5 kms que a organização apelida de planos, mas o final abre perspectiva a muitos ciclistas. A meta coincide com uma contagem de 3ª categoria que tem 1900 metros a 5,4%, o que abre as portas ciclistas com múltiplas valências.

A 2ª jornada essa sim é totalmente plana, 187,5 kms sem uma única contagem de montanha. Mas atenção, que os últimos 500 metros têm uma pendente de praticamente 5%.

Ao 3º dia uma maratona de 210 kms, com 3 contagens de montanha, a última delas a 22 kms do final. Essa subida tem 4,6 kms a 4,7%, não é extremamente dura, mas pode levar a ataques na parte final. Outra plataforma para os ciclistas ofensivos pode ser o penúltimo quilómetro, com rampas de 7%.

Saint-Etienne vai acolher o final do contrarrelógio individual do 4º dia. São 18400 metros sem grandes dificuldades, propícios a grandes diferenças serem feitas pelos puros especialistas. Atenção que partes do percurso parecem algo sinuosas.

A 5ª etapa tem alguma montanha, mas mais da 1ª metade da mesma. O Col de Lagarde-D’Apt tem 11 kms a 7% de inclinação média, mas está a 90 kms da meta. A última subida antes da chegada em Sisteron é o Cote de la Marquise, com 1300 metros a 6,4%, situado a 13 kms do final.

À 6ª jornada finalmente a entrada na alta montanha, 198 kms entre Sisteron e Vence, com 5 contagens de montanha, 4 de 2ª categoria e 1 de 1ª categoria, todas na 2ª metade da etapa. Pensamos que as principais diferenças irão fazer-se no Cote de la Cotte Sur Loup, que está a 9 kms da meta e tem 1800 metros a 10%. Depois disso há uma descida e um longo falso plano até Vence, com um sprint intermédio no meio, deve ser um final de tirada interessante.

A montanha continua ao 7º dia, sobe e desce constante, que culmina com a chegada a Valdeblore La Colmiane. Ao longo do dia há várias subidas, mas nenhuma especialmente dura e mesmo aquela que coincide com a chegada não é propriamente o Zoncolan. São 16,3 kms a 6,2%, uma ascensão onde os contrarrelogistas até se podem defender, tem algumas plataformas de descanso e nunca supera os 9%.

Para terminar em beleza temos a clássica etapa com partida e chegada a Nice. São 110 kms com 6 contagens de montanha, o Cote de Levens (6,2 kms a 5,6%), o Cote de Chateauneuf (5,3 kms a 4,3%), o Col de Calaison (6,3 kms a 4,5%), o Cote de Peille (6,6 kms a 6,8%), o Col d’Eze (1,6 kms a 8,1%) e ainda o Col des Quatres Chemins (5,5 kms a 5,5%), somente a 9 kms da meta. Em outras edições esta etapa de Nice tem sido mais dura, o Col d’Eze não é ultrapassado na totalidade, mas espera-se muito espetáculo, é aqui que a classificação geral e da montanha serão decididas.

Favoritos

Para se ganhar este Paris-Nice é preciso ser um ciclista que tenha uma boa equipa para o apoiar nas etapas, andar bem no contra-relógio da 4ª etapa e ser um bom trepador, como se tem visto nas últimas temporadas. Sem uma grande figura presente, a corrida fica mais aberta.

A Team Sky traz uma equipa fortíssima, com 3 sérios candidatos, incluindo o vencedor do ano passado Sergio Henao, no entanto pensamos que o líder será Wout Poels. Depois de ter desiludido na Comunidad Valencia, ganhou a etapa rainha e foi 2º na Andalucia. Tem melhorado muito nos contra-relógios e é um dos melhores trepadores presentes, bem como um ciclista explosivo, perfeito para conseguir bonificações.

Bauke Mollema é um dos ciclistas mais regulares do pelotão internacional. O holandês vem de fazer a Volta ao Algarve, onde acabou em 4º e mostrou já boa forma. Não é um ciclista que ganhe muito, mas está sempre lá. Anda bem em qualquer tipo de terreno e tem uma boa ponta final.

Outsiders

Tejay van Garderen apareceu em muito boa forma na Volta ao Algarve, finalizando no pódio e surpreendendo muitos. Há muito que o norte-americano não andava assim. Especialista no esforço individual, o ciclista da BMC terá que se defender na chegada em alto, para não perder muito tempo.

No ano passado, Julian Alahphilippe chegou a liderar o Paris-Nice, “rebentando” na chegada em alto da prova. Tem várias etapas ao seu jeito, podendo conseguir amealhar bonificações fundamentais, para o desfecho final. Tudo vai depender da etapa 7, já que no contra-relógio também se consegue defender. Vem de uma vitória na Colombia Oro y Paz.

Quem não gosta do contra-relógio é Daniel Martin. O irlandês andou muito bem no Algarve, estando ao ataque na Fóia e sendo dos melhores dos favoritos no Malhão. 3º no ano passado, Martin é um dos ciclistas mais regulares nas provas de uma semana. A chegada em alto e as outras duas etapas com chegadas em pequenos topos são perfeitas para si.

Possíveis surpresas

Como já referimos, a Team Sky vem com várias opções e para além de Wout Poels tem o vencedor do ano passado Sergio Henao e David de la Cruz. O campeão colombiano vem de uma exibição razoável na Colombia Oro y Paz, no entanto não parece em tão boa forma como no ano passado, já o espanhol vem de ganhar um contra-relógio na Andaluzia após ter desiludido durante as restantes etapas, onde nunca andou com os melhores. Tim Wellens é um perigo à solta pois está numa forma incrível e não pode ser descartado, apesar de chegada em alto que o fará perder algum tempo. Cuidado com Marc Soler que esteve discreto na Vuelta a Andaluzia mas acabou no pódio, ele que já fez bons resultados em provas de uma semana World Tour. A Astana traz o duo Luis Leon Sanchez/Jakob Fuglsang que já esteve em evidência em várias provas este ano. Olhando para ambos, não será fácil ganharem já que se “LuisLe” anda melhor no contra-relógio, mas terá dificuldades na montanha, Fuglsang será o melhor na alta montanha mas perderá tempo no esforço individual. Rui Costa pode sonhar com um bom lugar na geral, já que se defende no contra-relógio e na montanha é sempre muito regular. Por fim, destacar nomes como Ilnur Zakarin, Ion Izagirre, Tony Gallopin, Esteban Chaves e Jesus Herrada.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Lilian Calmejane e Felix Grossschartner.

Tips do dia

Para a geral: Wout Poels a bater Sergio Henao -> odd 1,445

Para a etapa 1: Bauke Mollema a bater Warren Barguil -> odd 1,90


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