Antevisão do Abu Dhabi Tour

Depois do Dubai Tour, e do Tour of Oman, temos o Abu Dhabi Tour para completar este tríptico de provas nesta zona do Globo. O percurso apresenta novidades, 3 etapas planas, 1 etapa de montanha e um contra-relógio que pode marcar algumas diferenças. Vão participar nomes de grande calibre, numa competição que em 2015 e 2016 foi em Outubro, em 2017 mudou-se para Fevereiro e deve manter-se por esta data. Rui Costa ganhou no ano passado e sai com o dorsal 1.

Percurso

A primeira etapa tem partida e chegada a Madinat Zayed, são 183 kms planos, com um final algo técnico, há 2 curvas a 90 graus nos 3000 metros finais, uma a 2300 metros e outra a 1200 metros da meta, que antecede a recta da meta.

Em relação à primeira etapa só se altera a quilometragem, agora de 154 quilómetros, e o local de partida e chegada, o perfil é igual. O final é simples, uma grande recta, curva e contra curva e está aí a recta da meta, com cerca de 900 metros.

Sem mudar o tema, a 3ª etapa tem partida e chegada a Abu Dhabi e volta a não ter contagens de montanha. Este é talvez o final mais técnico, perto da Marina, curva larga a 1200 m e curva larga a 350 metros da meta, a colocação vai ser ainda mais crucial.

Finalmente ao 4º dia temos algo de diferente, um contra-relógio individual de cerca de 12 quilómetros totalmente plano em Al Maryah.

Para finalizar temos a etapa rainha, pela sua quilometragem, 199 quilómetros, e final coincidente com Jebel Hefeet, uma dura subida. Esta ascensão tem 10800 metros e 6,6% de inclinação média, mas é mais dura do que parece, com uma fase intermédia a 8% e rampas de 11%. Somente no final há algum descanso, com um final propício para homens explosivos, caso eles se aguentem nas duras rampas.

Favoritos

O contrarrelógio servirá para fazer algumas diferenças, mas a vantagem ainda será dos trepadores em Jabel Hafeet. Na história da prova há 3 vencedores, Esteban Chaves, Tanel Kangert e Rui Costa, mas somente o português poderá repetir o triunfo.

Alejandro Valverde – O espanhol entrou a todo o gás na temporada, como é hábito, nem parece que esteve 6 meses sem competir. Maiorca e Valencia mostraram um Valverde impressionante, com a capacidade explosiva intacta. Vai conseguir minimizar perdas no contrarrelógio, o que vai ser importante.

Julian Alaphilippe – Alaphilippe tem aqui uma temporada muito importante para confirmar todo o seu potencial e conseguir grandes vitórias. Vem com ritmo competitivo da Colômbia, onde ganhou 1 etapa. Recentemente melhorou muito no contra-relógio e os últimos 3 quilómetros de Jabel Hafeet são perfeitos para ele.

Outsiders

Rui Costa – Está aqui como campeão em título e tem esta prova como objectivo, assim o quererá a equipa, que está a correr em casa e está a meter toda a lenha no assador. Tem mais ritmo que Fabio Aru e deve ser ele a liderar a equipa, até porque o pico de forma das clássicas da Primavera aproxima-se. Conhece bem o terreno e a subida, pode ser uma vantagem.

Miguel Angel Lopez – O pequeno colombiano vem a voar, ajudou Alexey Lutsenko a ganhar o Tour of Oman, onde fez 2º, ambos deixaram todos para trás na Green Mountain. A Astana vai querer continuar o começo vitorioso de temporada e Lopez tem aqui uma equipa fortíssima para o ajudar, com Bilbao, Cataldo e Villella.

Ion Izagirre – O espanhol da Bahrain-Merida tem as características necessárias para se sair muito bem nesta prova, excelente contrarrelogista, consegue trepar com os melhores muitas vezes. Caso ganhe muito tempo no contrarrelógio, pode contar com a ajuda de Domenico Pozzovivo, exímio trepador.

Possíveis surpresas

Como já foi referido, a UAE Team Emirates, mete aqui a lenha no assador e também tráz Fabio Aru e Diego Ulissi, ciclistas que estarão com menor ritmo competitivo. No campo dos contrarrelogistas que se defendem na montanha, atenção a 2 ciclistas, Rohan Dennis na BMC e Jonathan Castroviejo na Team Sky, o espanhol é subvalorizado na montanha. 2 grandes ciclistas que iniciam aqui a temporada de 2018 serão as maiores incógnitas, Tom Dumoulin e Ilnur Zakarin, ambos bons para este percurso e com qualidade suficiente para ganhar. Corredores como Rafal Majka, Simon Yates e os companheiros de Majka, Formolo e Buchmann, perderão demasiado tempo no contrarrelógio e para a classificação geral será quase impossível. Atenção ainda a mais alguns nomes como Roman Kreuziger, Wilco Kelderman, Damiano Caruso, Alexandre Geniez e Enric Mas.