Antevisão do Dubai Tour
O primeiro round entre a elite do sprint mundial está quase a começar! O Dubai Tour vê a grande maioria estar presente no entanto nem todos vão conseguir vencer nem discutir a corrida até ao fim.
Percurso
Tudo começa com uma etapa de 167 kms entre o Dubai e a ilha de Palm Jumeirah, um final já tradicional neste Dubai Tour. Numa etapa completamente plana, tudo se vai resumir aos últimos quilómetros, onde a última curva fica a 800 metros, sendo perfeito para um sprint em potência.
Mais uma etapa plana, com partida e no Dubai e agora com chegada a Ras al Khaimah. O dia mais longo de competição tem 190 kms e nova chegada ao sprint, com a reta da meta a ter 300 metros de comprimento.
O terceiro dia será praticamente passado no deserto pelo que o vento pode-se fazer sentir. Pela primeira vez, existe uma subida, mas nada que servirá para fazer diferenças. Fujairah será o palco da chegada, numa reta da meta com 2000 metros, pelo que será mais um sprint em que a potência e a frescura serão essenciais.
Hatta Dam surge na quarta etapa e é aqui que muitos sprinters poderão dizer adeus à classificação geral. Não serão 172 kms planos, já que existem duas pequenas dificuldades, onde as rampas chegam a atingir os 10% antes dos 10 quilómetros finais, mas tudo será decidido nos últimos 200 metros, com a ascensão a Hatta Dam (200 metros com rampas entre os 12% e 17%).
O Dubai será o palco de partida e término da última etapa. Será mais uma chegada ao sprint, esta com mais drama já que a classificação geral poderá estar em jogo. Duas curvas a 1400 metros e 500 metros do fim, vão animar o final, pelo que os comboios serão fundamentais.
Favoritos
O Dubai Tour mantém o seu formato habitual, portanto tudo será decidido por 2 factores: as bonificações e o final em Hatta Dam. A prova vai para a sua 5ª edição, na 1ª o percurso foi diferente, na 2ª Mark Cavendish ganhou e Marcel Kittel triunfou em 2016 e 2017, mas no ano passado a tirada de Hatta Dam foi cancelada. Portanto, a classificação geral ou vai para um sprinter que polariza vitórias em etapa e depois se defende em Hatta Dam, ou vai para um sprinter que vai somando algumas bonificações e depois se destaca em Hatta Dam.
John Degenkolb parece ter recuperado o seu “mojo” e o alemão é um claro especialista em Hatta Dam, tendo ganho aí em 2015. Começou a época em forma e vem de vitórias em Espanha que elevaram ainda mais a sua moral. O comboio com Alafaci, Boy van Poppel e Nizzolo é de respeito.
Elia Viviani começou a temporada melhor que nunca, na Austrália mostrou que está com uma excelente ponta final e que está a passar pelas colinas com uma excelência que não lhe era reconhecida. A Quick-Step Floors tem muita experiência, Lampaert e Sabatini são dos melhores lançadores do Mundo.
Outsiders
Se há sprinter que poderá dominar as chegadas em pelotão massivo é Marcel Kittel, mas o estado de forma do alemão é desconhecido e o facto de ter mudado de equipa e estar aqui a estrear o comboio Kuznetsov-Haller-Zabel pode ser um factor que prejudica os resultados do alemão, que já mostrou que se consegue defender em Hatta Dam.
Dylan Groenewegen evoluiu imenso no ano passado, passou para um patamar superior na “Liga dos Sprinters” e a Team LottoNL-Jumbo está cheia de confiança após o triunfo, também a sprintar, de Danny van Poppel. O holandês também passa bem pequenas colinas e tem Tom Leezer para o lançar.
Alexander Kristoff encontrou nova motivação e nova vida na UAE Team Emirates e vai contar com a ajuda do seu amigo Sven Erik Bystrom e com o rápido Simone Consonni. A condição física do norueguês também é uma incógnita, ainda para mais quando costuma demorar a começar a carburar. Como vencedor do Tour de Flandres, Hatta Dam não é uma enorme dificuldade para ele.
Possíveis surpresas
É curioso Mark Cavendish estar somente nesta categoria, mas o “Míssil da Ilha de Man” teve um 2017 muito complicado e seria surpreendente vê-lo entrar em 2018 com muitas vitórias. O tradicional comboio de Eisel-Renshaw já não é o que era e não acreditamos que o britânico se aguente em Hatta Dam. Nacer Bouhanni é uma opção interessante, provavelmente não irá bater os tubarões nas chegadas mais rápidas, mas como passa bem a média montanha vai beneficiar das etapas com mais colinas. Tem um ponto a provar em 2018 e isso pode jogar a seu favor. Magnus Cort Nielsen vai estrear-se pela Astana e o dinamarquês é um talento enorme que vai ter mais liberdade na formação cazaque. Sonny Colbrelli será o homem rápido da Bahrain-Merida, mas não terá hipóteses nas etapas planas, tal como Adam Blythe e Jean Pierre Drucker, que andarão sempre a rondar o top 10. Em relação a homens rápidos, também aqui está Jakub Mareczko, que no seu continente favorito pode fazer uma gracinha se conseguir boas colocações antes do sprint. Em relação a classicómanos com capacidade de ganhar no Hatta Dam, estamos a ver Dylan Teuns, belga que acabou 2017 a voar.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Amund Grøndahl Jansen e Luca Pacioni.
Tips do dia
Dylan Teuns a bater Loic Vliegen -> odd 1,445 (geral)
Sonny Colbrelli a bater Nacer Bouhanni -> odd 1,50 (geral)
Adam Blythe a bater Eric Young -> odd 1,365 (etapa 1)