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Antevisão da Volta a la Comunitat Valenciana


O ciclismo continua em Espanha, agora com a primeira prova por etapas em solo europeu. No ano passado, Amaro Antunes foi um dos destaques da competição, estando, novamente presente, para voltar a discutir os primeiros lugares.

Percurso

Após as clássicas da semana passada, a temporada europeia arranca em força, com a primeira prova por etapas, a Volta a la Comunitat Valenciana. Com 5 etapas, esta competição é perfeita para iniciar a época e meter alguns quilómetros competitivos nas pernas. O percurso é globalmente equilibrado e oferece chances a todos de brilharem.

A 1ª jornada consiste numa longa ligação de 191 kms entre Oropesa del Mar e Peñiscola. Com 1 contagem de montanha a meio da etapa, a luta deve estar entre os poucos sprinters aqui presentes. Nomes como Danny van Poppel ou Matteo Trentin são os favoritos.

A 2ª tirada já trás muita montanha, 5 subidas categorizadas, mas a última delas verdadeiramente dura e decisiva. A montanha de El Garbi tem 9,3 kms a 5,4%, mas tem um sector intermédio com 3 kms a 10%, está a 30 kms da meta e não é totalmente desconhecida dos ciclistas, foi ultrapassado na etapa 6 da Vuelta no ano passado, onde deu para se fazer grandes diferenças.

Diferenças também serão feitas, certamente, no contra-relógio colectivo na 3ª etapa, era para ser 30 kms, afinal são só 23 kms, para bem de algumas equipas com menos especialistas. Ter um perfil relativamente plano e termina em Calpe, onde muitas equipas realizam os seus estágios de pré-temporada.

A etapa rainha está mesmo à porta, 182 kms entre Orihuela e Canteras de Cocentaina. Atenção que esta chegada ao alto não é a mesma do ano passado. Este ano a etapa rainha é bem mais dura na parte intermédia e contabiliza um total de 7 subidas categorizadas, 2 delas de 1ª categoria. Mas tudo se deve decidir na ascensão final, com 4600 metros de extensão a 8,4% há espaço para os mais fortes fazerem a sua lei imperar.

A última tirada é curiosa, somente 135 kms, com uma contagem de 3ª categoria a 35 kms do final, certamente que vai encorajar a alguns ataques de ciclistas ofensivos. O final em Valencia não apresenta grandes dificuldades.

Favoritos

Esta será uma prova que vai ser decidida na chegada em alto da 4ª etapa e no contra-relógio coletivo que será disputado no dia anterior. Assim, apenas um bom trepador que esteja numa equipa apetrechada com bons ciclistas no esforço coletivo e individual pode ambicionar vencer.

O que dizer da Team Sky? Tem 5 grandes trepadores, todos eles capazes de ganhar a prova e coletivamente será uma das equipas favoritas ao TTT. Wout Poels ganhou esta prova em 2016 e inicia aqui a sua temporada. Costuma começar sempre muito bem as épocas e adapta-se muito bem a subidas íngremes e não muito longas, prova disso é a vitória em Xorret de Cati em 2016.

Gianni Moscon começou a sua temporada em Maiorca finalizando as duas provas mais duras entre os melhores, pelo que já se sabe que está em boa forma. Não é um trepador puro no entanto estas subidas são feitas à sua medida, curtas e explosivas. Pelo meio, pode conseguir bonificações importantes.

Outsiders

A fazer a estreia pela Team Sky, David de la Cruz está motivado para conseguir um bom resultado, ainda por cima a correr em Espanha. Não vai ter tarefa fácil em triunfar, já que prefere subidas mais longas e não tão inclinadas e tem os 2 ciclistas já referido à sua frente na hierarquia da equipa, mas o ex-QuickStep sempre começou bem todas as temporadas e quer marcar território na sua primeira prova pela nova equipa.

Alejandro Valverde regressou da melhor maneira após lesão. 3º no Trofeo Serra de Tramuntana e 4º no Trofeo Lloseta-Andratx fazem o murciano um dos grandes favoritos não só para a etapa rainha mas também para a 2ª etapa que, se for atacada, poderá ser decidida num pequeno grupo, onde o Bala será dos mais rápidos. O contra-relógio coletivo será onde Valverde e a Movistar se vão ter que defender, já que vão perder algum tempo para a Team Sky.

Amaro Antunes estará em estreia pela CCC na prova onde no ano passado foi 3º na chegada em alto. E porque não pensar em voos mais altos? O português está, agora, numa equipa que anda bem em contra-relógios coletivos, pelo que o tempo de perda para os adversários não será assim tanto. Assim, terá de correr atrás do prejuízo na chegada em alto que assenta muito bem ao algarvio.

Possíveis surpresas

Michal Kwiatkowski e Diego Rosa são outras opções para a Team Sky. Os dois ciclistas são muito bons trepadores no entanto deverão ter que trabalhar para os 3 ciclistas já referidos e só caso estes falhem devem assumir a liderança. A BMC será uma das favoritas para o contra-relógio coletivo e, por isso, terá ciclistas na luta pela geral. Brent Bookwalter demora a carburar no entanto nunca se pode descartar, ao passo que o jovem Kilian Frankiny poderá ser uma das surpresas da prova. A LottoNL-Jumbo chega, também muito apetrechada, tendo Primoz Roglic, Neilson Powless e Sep Kuss. Roglic será o líder declarado e tem tudo para estar entre os melhores. A geral não deve fugir a estes ciclistas, no entanto nomes como Merhawi Kudus, Ben Hermans, Alexis Vuillermoz, Pello Bilbao e Jakob Fuglsang poderão estar na luta pela chegada em alto e por um lugar no top 10.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Igor Anton e Hermann Pernsteiner.


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