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Antevisão do Santos Tour Down Under


O ciclismo está de regresso! Para começar uma nova temporada, as equipas deslocam-se para a Austrália, para correr o Tour Down Under, prova inaugural do World Tour e que, nos últimos anos, tem sido dominada pelos ciclistas da casa.

Percurso

O Tour Down Under continua com o seu traçado tradicional, com um percurso equilibrado entre chegadas ao sprint e etapas para os homens da classificação geral fazerem as diferenças, pelo que só um ciclista completo conseguirá sair vitorioso.

A 1ª etapa irá ligar Unley a Lyndoch, com uma extensão de 145 quilómetros. Os primeiros 20 quilómetros são relativamente planos, e só depois o terreno empina para a única contagem de montanha do dia, após 38.5 kms. Deverá haver uma luta muito grande aqui, pois é uma ida garantida ao pódio. A parte final será disputada em circuito, mas a única dificuldade é um falso plano, a chegada ao sprint é previsível.

O 2º dia traz boas recordações para Portugal já que foi na chegada a Stirling que Manuel Cardoso venceu em 2010. Com 148.6 quilómetros, os ciclistas saem de Unley em direcção a Stirling. Uma contagem de montanha nos primeiros quilómetros servirá para aumentar a tensão antes da entrada no circuito de 21.1 kms que vai ser feito por 3 vezes e meia. O circuito é exigente e esperamos ver os homens da classificação geral com uma boa ponta final a lutar pelo triunfo.

Victor Harbour é outra cidade já habituada a receber finais do Tour Down Under e este ano não será excepção. Uma etapa sem grandes dificuldades, com 146.5 quilómetros, onde os homens rápidos voltaram a ser os protagonistas.

A grande novidade desta edição da prova australiana surge à 4ª etapa, com a introdução de um novo final. Serão apenas 128.2 quilómetros entre Norwood e Uraidla e sem dificuldades de maior até aos 20 kms finais. 5800 metros a 5% mas com rampas entre os 7-8% no seu início é aquilo que os ciclistas terão pela frente. A contagem de montanha termina a 7.4 kms do fim, mas a estrada continua a empinar até aos 3000 metros finais, ficando depois em ligeira descida. Para se fazerem diferenças, a subida terá de ser muito atacada e, por isso, o mais natural é vermos um pequeno grupo a chegar ao final.

A etapa rainha vem no 5º dia, com o mítico final em Willunga Hill. Ao todo serão 151.5 kms e serão 120 kms relativamente planos e 2 passagens por Willunga Hill, uma a 30 kms da meta e outra a coincidir com o final. Esta subida tem 3 kms e uma inclinação média de 7,5%, com rampas de 10%. Este é o final predilecto de Richie Porte, o australiano ganhou aqui em 2014, 2015, 2016 e 2017, somará mais uma em 2018?

A prova termina com um tradicional critério em Adelaide, com cada volta a ter 4,5 kms, perfazendo 90 kms ao todo, a última chance dos sprinters festejarem, apesar de uma pequena colina integrar o circuito.

Favoritos

O Tour Down Under este ano tem um perfil ligeiramente diferente, Willunga Hill vai continuar a ser o palco de todas as decisões, mas sem a chegada a Paracombe, haverá, teoricamente, um percurso menos duro. Por outro lado, a etapa 4, com aquela subida de 5 kms a 5 % pode ter algumas nuances táticas que fazem a diferença. Geralmente as bonificações são decisivas e parece-nos que este ano esse pode ser ainda proeminente. Curiosamente, todos os vencedores desde 2010 estão aqui presentes, Greipel em 2010, Cameron Meyer em 2011, Gerrans em 2012, 2014 e 2016, Tom Slagter em 2014, Rohan Dennis em 2015 e Richie Porte no ano passado. Gerrans, Dennis e Porte estão todos na BMC, que parece ser claramente a equipa a abater.

Richie Porte é o favorito das casas de apostas, e com razão, 2º em 2015 e 2016, 1º em 2017, Porte é o Rei de Willunga e as suas arrancadas nesta subida são famosas. Só que este ano, Porte não é tão favorito quanto isso para nós. É a primeira prova por etapas desde a sua horrível queda no Tour e não impressionou de sobremaneira nos campeonatos australianos. As bonificações podem tramá-lo, como em outros anos, mas se chegar a Willunga perto da frente na geral, é uma enorme ameaça.

Jay McCarthy tem subido imenso nos rankings, foi vice-campeão nacional de estrada há poucos dias, onde mostrou uma ponta final incrível e chega aqui com uma equipa fortíssima, para além de Peter Sagan ainda Peter Kennaugh para o ajudar na montanha. Foi 4º em 2016, 3º em 2017, tem todas as características necessárias para ganhar e procura afirmar-se num nível superior.

Outsiders

Nathan Haas vem de da melhor época de sempre e procura impressionar na sua estreia pela Katusha-Alpecin. Tem uma equipa muito forte em seu redor, com Jhonatan Restrepo, José Gonçalves, Tiago Machado, Maurits Lammertink, Mads Wurtz e Pavel Kochetkov. É rápido o suficiente para somar bonificações e o seu 4º posto na geral em 2018 mostrou que aprendeu a domar o Willunga Hill.

Diego Ulissi tem um excelente historial nesta corrida, apesar do domínio australiano que costuma haver. Foi 3º em 2014, 11º em 2016 e 5º em 2017, a prova tem um perfil perfeito para ele, pois o italiano consegue ir somar bonificações e depois defender-se perfeitamente no Willunga Hill. A UAE Team Emirates pode jogar com o facto de Rui Costa também fazer parte da equipa, principalmente na etapa 4.

Não se pode descartar Rohan Dennis, o australiano já ganhou aqui a geral, foi campeão nacional de contrarrelógio há poucos dias e pode beneficiar de uma marcação muito directa dos rivais de Richie Porte. Ainda tem uma melhor ponta final que o seu colega de equipa, podendo ajudá-lo na caça de bonificações.

Possíveis surpresas

A BMC ainda tem uma 3ª opção com Simon Gerrans, mas acreditamos que o conceituado australiano já estará numa tarefa de “road captain”, mais que a lutar pela geral. Rui Costa poderá estar no top 10, cremos que Diego Ulissi será a principal aposta da equipa, pois tem um bom historial aqui, tem mais chances de ir às bonificações e alguns dos melhores resultados de Rui Costa surgiram com condições climatéricas adversas e não com um calor abrasador. Ruben Guerreiro pode fazer uma muito agradável surpresa, tem uma excelente ponta final e é preciso recordar que no ano passado andou dentro no top 10 aqui. Se tiver os problemas de saúde debelados é uma excelente opção. Tom Jelte Slagter é outro dos ex-vencedores presentes, o holandês é explosivo e quer voltar aos bons resultados na sua nova equipa, a Dimension Data. A Bahrain-Merida tem uma excelente equipa aqui, Ion Izagirre e Domenico Pozzovivo dão todas as chances de uma presença no top 10. Várias equipas trazem 2 opções, a Team Sunweb, com Sam Oomen e o jovem da casa, Chris Hamilton, a Team EF Education First, com Daniel Moreno e outro jovem da casa, Brendan Canty. Esperem ainda ver ciclistas como Luis Leon Sanchez, Robert Gesink e Egan Bernal a rondar o top 10.

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Nathan Earle e Chris Hamilton.

Tips do dia

Gorka Izagirre a bater Jhonatan Restrepo -> odd 1,53 (geral)

Christopher Lawless a bater Mark Renshaw -> odd 1,665 (etapa 1)


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