Análise das equipas portuguesas – Sporting Clube de Portugal/Tavira
A formação de Vidal Fitas apostou forte no mercado no entanto foi um ciclista que já conhecia os cantos à casa a figura de proa.
A temporada começou com as contratações sonantes de Joni Brandão, Frederico Figueiredo e Fábio Silvestre, três ciclistas portugueses de grande qualidade, no entanto foi um corredor que já estava na estrutura que mais se destacou em 2017. O veterano Rinaldo Nocentini teve uma das melhores temporadas dos últimos tempos. Começou na Volta ao Algarve, terminando em 9º na geral, antes de ser 2º na Volta ao Alentejo (onde ganhou a etapa inaugural) e na Clássica Aldeias do Xisto. Depois de um início de ano fantástico, o transalpino voltou à ribalta nos Campeonatos Nacionais, fazendo 3º na prova de estrada, batido apenas por Fabio Aru e Diego Ulissi. Foi 2º no Troféu Joaquim Agostinho e terminou a temporada com um 4º lugar na Volta a Portugal. Aos 40 anos, Rinaldo Nocentini continua a mostrar toda a sua classe, sendo um exemplo para os mais novos.
O jovem Frederico Figueiredo voltou a ser um poço de regularidade: 5º na Vuelta a Castilla y Leon e na prova de estrada dos Campeonatos Nacionais, 10º no GP Beiras, 6º no GP Abimota e 3º no Troféu Joaquim Agostinho. Na Volta a Portugal caiu por várias vezes, tendo sido obrigado a abandonar. No seu regresso a Tavira, Alejandro Marque voltou a apresentar o bom nível que nos tinha habituado. Foi 13º na Volta ao Algarve e na Volta ao Alentejo, 4º na Clássica da Primavera, 5º na Vuelta às Astúrias e na Volta a Portugal, tendo ganho um contra-relógio no GP do Dão. Foi um dos melhores na luta contra o cronómetro e andou melhor na montanha que em anos anteriores.
Dois espanhóis que na maioria das vezes são gregários também merecem ser destacados. Jesus Ezquerra continuou a sua evolução, ganhando uma etapa na Volta a Bairrada e fazendo alguns top 10 em chegadas mais duras. Mario Gonzalez foi um dos mais combativos da equipa e aproveitando o facto de ser um bom rolador, ganhou o GP do Dão, foi 10º na Clássica da Arrábida, 4º na Volta a Albergaria e 2º no Troféu Concelhio Oliveira de Azeméis.
Joni Brandão centrou toda a sua temporada na Volta a Portugal e, quando se soube da sua ausência da prova devido a doença, conclui-se, logo, que a sua temporada não tinha sido muito boa.7º na Clássica da Arrábida e no GP Jornal de Notícias e 6º na Clássica Aldeias do Xisto foram os únicos resultados de relevo do trepador português que espera voltar ao seu melhor em 2018. Quem também esteve uns furos abaixo foi Fábio Silvestre. Começou o ano sendo 3º na Prova de Abertura e depois foi preciso esperar até Junho para ver o sprinter a ganhar (4ª etapa do GP Abimota). Na Volta a Portugal mal se viu.
Shaun-Nick Bester voltou a ser um gregário importante nas fases mais planas das provas. Valter Pereira e David Livramento, dois ciclistas já com muita história no clube, viram as suas temporadas serem marcadas por lesões que os afastaram da competição. Luís Fernandes voltou a ter um ano cheio de azares, mas foi importante na Volta a Portugal, sendo sempre um gregário útil nas fases planas. Oscar Gonzalez pouco correu em 2017 e quando o fez fê-lo em prol do coletivo.
De saída da equipa estão Jesus Ezquerra, que sobe de escalão para representar a Burgos-BH, Luís Fernandes, para o Aviludo-Louletano, Oscar Gonzalez e Shaun-Nick Bester, que regressa à África do Sul. São 4 perdas importantes no entanto Vidal Fitas e a restante equipa mexeu-se bem no mercado. Alvaro Trueba foi contratado à Efapel, ele que é um bom rolador tendo também características de puncheur, Nicola Toffali chega da alemã 0711-Cycling, sendo um bom sprinter que passa bem a média montanha, e Alexsandr Grigoryev, ciclista que corria numa equipa de clube espanhola e vem rotulado como um bom contra-relogista. Rinaldo Nocentini e Joni Brandão serão os líderes para as provas por etapas, sempre com Alejandro Marque e Frederico Figueiredo à espreita. Fábio Silvestre terá a concorrência de Nicola Toffali para ver quem será o principal homem rápido da equipa.