Antevisão da prova de estrada dos Campeonatos do Mundo de Bergen
Está na hora da prova mais aguardada! Finalmente os elites masculinos vão para a estrada para discutir o título mundial. Conseguirá Peter Sagan fazer história ou alguém vai acabar com a senda vitoriosa do eslovaco?
Percurso
A cidade de Bergen, na Noruega, irá acolher a última prova destes fantásticos Mundiais com 276 quilómetros para a prova de estrada em elites masculinos, a prova rainha. Após 66 quilómetros fora do circuito principal, apenas com 1 subida, os ciclistas eram no circuito de Bergen, já usado para as outras provas de estrada.
São cerca de 19 quilómetros com 2 colinas e 1 subida principal como dificuldades montanhosas. Primeiro, aos 3.3 kms há Solheimsviken (600 metros a 5,5%), depois surge Arstad (900 metros a 5%), e finalmente a ascensão que é mais conhecida por Salmon Hill, que tem 1500 metros a 6,4%. A passagem por esta última dificuldades está a cerca de 10.7 quilómetros do final. Segue-se uma rápida descida, pouco técnica e cerca de 5 quilómetros em terreno plano.
Perfil da prova
Favoritos
Até agora tivemos 4 provas de estrada nestes Mundiais, em 3 delas vimos um/uma ciclista a chegar sozinho/a. Na outra ocasião foi um sprint a 2 que decidiu a contenda. Acontecerá o mesmo amanhã? Pensamos que, a haver sprint, será num grupo bem reduzido, com 40 unidades no máximo. Mas um ataque na última ou mesmo na penúltima volta pode dar vitória, se tiver os condimentos certos. O percurso é mais duro do que parece, até porque as colinas não se restringem a Salmon Hill. Deverá ser “todos contra Sagan”, porque todos estarão com medo de serem batidos pelo eslovaco na linha de meta.
Como é óbvio o maior favorito para esta prova é Peter Sagan, mas não o achamos tão favorito assim. É verdade que o actual campeão do Mundo é super-completo, mas todos os seus adversários podem correr contra ele, tal como fizeram em corridas recentes. Sabemos que foi afectado por uma pequena gripe a semana passada. É talvez o mais forte, mas dada a falta de equipa, só irá ganhar se for muito astuto.
Matteo Trentin foi uma das grandes figuras da Vuelta, mostrando-se numa forma impressionante, até nas subidas. Tem as opções Colbrelli e Viviani na equipa, portanto deve partir para o ataque, onde pode contar com ajuda dentro da equipa transalpina. Está cheio de confiança e pode beneficiar do facto de, apesar de todo o sucesso, ainda não é um dos homens mais marcados do pelotão.
Outsiders
A Team Sunweb pode ficar com os 3 títulos de elites masculinos, e a hipótese mais forte será Michael Matthews. Após conquistar a camisola verde no Tour o australiano preparou estes Mundiais muito bem. 2º em 2015 e 4º em 2016, quer melhorar esse resultado e tem está numa selecção de 9 elementos em que ele é o único líder. A Austrália pode vir a ser a melhor aliada de Sagan.
Campeão do Mundo em 2014 num percurso relativamente semelhante a este, Michal Kwiatkowski tem de ser um dos candidatos. Após um Tour brilhante o ciclista da Team Sky focou-se nesta fase da época e sabe que tem de atacar de longe se quer ter hipóteses de vencer. Será que vamos ver a selecção polaca a pegar na corrida para a endurecer?
Vencedor do Giro e já com dois títulos Mundiais no bolso, Tom Dumoulin está sem pressão. Numa equipa holandesa sem líder declarado, Dumoulin vai tentar fazer a dobradinha. O ciclista da Team Sunweb terá de atacar de longe, provavelmente na penúltima volta, e não lhe podem dar muito espaço, senão só o vêem depois da linha de meta.
Possíveis surpresas
A Bélgica tem de atacar a corrida, Stuyven é mais lento que Sagan no sprint e Avermaet não consegue deixar o eslovaco para trás a subir e é muito marcado. Portanto acreditamos que Oliver Naesen e, principalmente Tim Wellens, serão os maiores candidatos daqui. O traçado será duro demais para Viviani, mas cuidado com Sonny Colbrelli, bem como Gianni Moscon e Diego Ulissi para ataques de longe. A França também terá de atacar de longe, com Tony Gallopin e Julian Alaphilippe como setas apontadas à glória. A Colômbia jogará em 2 tabuleiros, com Gaviria a tentar resistir às dificuldades e Rigoberto Uran a marcar os ataques. Na Holanda, para além de Tom Dumoulin, é preciso ter atenção a Lars Boom e a Wout Poels. A grande esperança norueguesa será Edvald Boasson Hagen, achamos o traçado duro demais para Alexander Kristoff. Atenção a homens rápidos em selecções mais discretas, como Soren Kragh Andersen e Michal Albasini e a Bob Jungels, Alexey Lutsenko e Michael Valgren para ataques distantes. Quanto a Portugal, achamos que a selecção portuguesa tem de atacar a corrida forçosamente, se ficarem à espera no pelotão arriscam-se a nem fazer top 20, a única hipótese de medalha é colocando ciclistas na frente e ver no que a tentativa de fuga dá. Tiago Machado e Ruben Guerreiro numa fase mais inicial e Nelson Oliveira e Rui Costa numa fase final.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Zdenek Stybar e Jose Joaquin Rojas.
Tip do dia
Michael Matthews no top 6 -> odd 1,75
Michael Matthews a bater Alexander Kristoff -> odd 1,50
Michal Kwiatkowski a bater Greg van Avermaet -> odd 1,70
Tim Wellens a bater Dylan Teuns -> odd 1,60
Michael Valgren a bater Luis Leon Sanchez -> odd 1,60