Antevisão da prova de contra-relógio individual dos Campeonatos do Mundo de Bergen

Os elites masculinos voltam a entrar em competição em Bergen, agora para o contra-relógio individual, que tem um final muito complicado, que nem todos os especialistas vão gostar de fazer.

Percurso

Este ano, temos um percurso bastante curto, com apenas 31 quilómetros. A prova pode-se dividir em duas partes. Os primeiros 27.6 quilómetros são feitos em torno de um circuito que é percorrido quase por completo, por 2 vezes. Existem várias pequenas subidas no percurso, uma delas em pavê.

O mais difícil está guardado para os últimos 3400 metros, com a subida ao Mount Floyen, que tem uma média de 9.1%. Esta média é enganadora, já o final é um falso plano, fazendo com que o resto da subida seja sempre acima dos 10%.

Perfil da prova

Favoritos

Com a subida no final da prova, os puros especialistas vão sair a perder, já que apenas um ciclista completo vai poder triunfar e levar a camisola de campeão do mundo.

Tom Dumoulin foi criado para este perfil. O campeão holandês é dos contra-relogistas mais versáteis do mundo, sendo capaz de andar com os melhores nos mais planos e nos mais montanhosos. Desde o Giro, que centrou todas as suas forças aqui e no domingo mostrou estar em grande forma. A subida final é perfeita para si, não sendo muito longa e sendo algo inclinada, parecida com alguns finais do Giro onde esteve perfeito.

Chris Froome quer terminar o seu ano de sonho com a camisola do arco-íris. A parte inicial do contra-relógio não é o melhor para o britânico, no entanto sabe-se da capacidade de Froome na luta contra o cronómetro e, no final de uma longa temporada, pouco tempo deve perder. A chave do sucesso estará na subida, onde quererá e deverá ser o mais rápido de todos e tentará recuperar o tempo perdido. Mostrou grande forma no domingo.

Outsiders

Fosse este contra-relógio plano e Rohan Dennis seria o grande adversário e talvez maior candidato que Tom Dumoulin e Chris Froome. O australiano é o melhor do mundo quando o terreno é plano e, durante toda a temporada, tem sido imbatível nesses esforços. Agora, tem um desafio pela frente, com uma dura subida no final, que pode ser dura demais para si. Acreditamos que será o mais rápido na primeira fase e se se defender na subida poderá surpreender os grandes favoritos.

Vasil Kiryienka tem terminando nos primeiros lugares de todos os contra-relógios de Mundiais desde 2014, e volta a ser um dos candidatos. O bielorrusso mostrou estar no caminho certo no Tour of Britain e no último domingo foi dos mais fortes do comboio da Sky. Preferiria um contra-relógio ainda mais longo e com uma subida menos íngreme, mas o experiente ciclista estará na luta pelo título.

Wilco Kelderman acabou a Vuelta em grande forma. Anteriormente, o holandês era um especialista no contra-relógio, tal como se verificou na Grande Volta espanhola e, agora, está a subir melhor que nunca. É muito versátil e poderemos ver o ciclista da Sunweb conseguir a segunda medalha em Bergen.

Possíveis surpresas

Ilnur Zakarin foi mais um ciclista que saiu a voar da Vuelta, ele que também era um especialista enquanto mais jovem e agora está a voltar às melhores exibições. Não acreditamos no seu triunfo, mas sabemos do seu valor e pode estar na luta pelas medalhas. Primoz Roglic tem aqui o segundo objetivo da temporada, no entanto não parece na melhor forma. É mais um contra-relogista muito versátil, já que anda bem no plano e também sobe muito bem. Bob Jungels veio da Vuelta mas não convenceu. Tejay van Garderen pode ser uma das surpresas do dia, ele que tem estado em boa forma, mas sem ninguém dar muito por ele. Será quase impossível ver Tony Martin a repetir o título mundial devido à subida final. Jonathan Castroviejo parece não ser o mesmo de outros tempos. Gianni Moscon veio de uma grande Vuelta e pode ser uma surpresa. A Nelson Oliveira não se pode pedir mais que o top 10.