Antevisão da 19ª etapa da Vuelta

Entramos nos dias finais da Vuelta, significando que as oportunidades para vencer são cada vez menores. Amanhã, a fuga volta a ter grandes possibilidades de vencer e os portugueses voltam a ser hipóteses para tal.

Percurso

Outra etapa curta e explosiva, com a média montanha a prevalecer, são assim estes 150 quilómetros a ligar o Parque Natural de Redes e Gijon. O pelotão pode partir-se logo no Alto de la Colladona, subida mais dura do dia que está nos 30 kms iniciais, e que tem 7 kms a 6,8%. A partir daí as 3 subidas restantes são de 3ª categoria, o Alto de Santo Emiliano, com 6,8 kms a 4,5%, o Alto de la Falla de Los Lobos, com 4,3 kms a 8,2% e por fim o Alto de San Martin de Huerces, com 4,5 kms a 7,2%. Esta última subida está somente a 15 kms da meta, 10 deles em descida. Em caso de final em pelotão reduzido, o final não é perigoso, tendo somente 2 curvas nos 2000 metros finais.

Favoritos

Teremos mais movimentações entre os favoritos? Acreditamos que o único a poder dinamitar a corrida seja Alberto Contador na contagem de 1ª categoria, só que depois de amanhã é a etapa do Angliru, onde se podem fazer enorme diferenças. Portanto pensamos que os principais “cavalos” se irão guardar e, caso Contador não esteja com ideias, será a última chance para a fuga.

A Lotto-Soudal está na mó de cima, já leva 3 vitórias em etapa e pode acrescentar mais alguma glória. Bart de Clercq é muito experiente a guardar energia nos momentos certos e apresenta-se sempre bem na última semana. As forças já não são muitas, como se viu hoje, e até os nomes mais inesperados podem vencer.

Esta é a última chance para Rui Costa, numa etapa que é completamente ao seu estilo, com subidas não muito longas, não muito inclinadas, uma média montanha dura que é a especialidade do português. Pode eventualmente entrar num grupo com um colega como Mohoric ou Niemiec, sendo ajudas importantes.

Outsiders

Alberto Contador é sempre um perigo. Um movimento que resulte por parte do espanhol tem de apanhar os outros desprevenidos, tem de surgir na contagem de 1ª categoria e tem de ser auxiliado por mais 1 ou 2 colegas, nomeadamente Jarlinson Pantano e Peter Stetina.

Matteo Trentin está na luta pela classificação por pontos, mas para a ganhar o italiano pode eventualmente entrar na fuga de amanhã, tal como fez hoje, isto porque se Froome fizer pódio no Angliru, torna-se praticamente impossível para o polivalente ciclista da Quick-Step chegar ao pódio.

A Orica-Scott procura sair da Vuelta com alguma glória e pensamos que poderá ser Jack Haig a fazer exactamente isso amanhã. O australiano tem demonstrado uma consistência e capacidade admirável e é dos poucos que ainda tem algumas energias no tanque.

Possíveis surpresas

Entre os favoritos poderemos ver alguém menos marcado atacar, um Fabio Aru, um David de la Cruz ou um Steven Kruijswijk, isto se o pelotão chegar junto à última subida. Como é óbvio trepadores como Jhon Atapuma, Rafal Majka ou Romain Bardet voltam a ser opções, mas nenhum deles se tem conseguido meter na fuga do dia. Luis Angel Mate tem estado muito activo, até quando não vai para a fuga, a Astana tem 2 opções muito viáveis, como são Luis Leon Sanchez e Pello Bilbao, Stef Clement é um corredor muito experiente e resistente e Davide Villella pode estar na fuga a defender a liderança da montanha. Especial atenção aos homens da Movistar, Jose Joaquin Rojas, Daniel Moreno, Richard Carapaz e Nelson Oliveira são todos opções. Dentro da Quick-Step talvez Bob Jungels possa ser aposta.