Antevisão da 3ª etapa da Vuelta

Depois do vento ter feito mais algumas diferenças na classificação geral, surge a primeira etapa de montanha da Vuelta. Numa tirada que começa em França, passa por Espanha e acaba em Andorra, podemos ver o primeiro teste entre os candidatos à vitória final.

Percurso

Alta montanha já ao 3º dia? Só mesmo na Vuelta. As temíveis subidas de Andorra irão guiar os corredores à capital, Andorra la Vella. Os primeiros 31,5 kms são quase sempre a subir, o que irá levar os ciclistas ao Col de la Perche, oficialmente com 19,5 kms a 4,8%. Depois de uma longa fase de plano e descida, surgem as principais dificuldades do dia. Primeiro o Coll de la Rabassa, com 13,3 kms a 6,8% e por fim o Alto de la Comella, que tem 4,3 kms a 8,6%, uma ascensão curta, mas inclinadas, a 7 kms da meta. Atenção que a descida até Andorra la Vella não é nada fácil e o terreno plano só aparece a 1500 metros da meta.

Favoritos

Esta é uma etapa difícil de prever, já que podemos ver uma fuga a chegar uma vez que a QuickStep sabe que vai ser muito difícil manter a camisola vermelha, como os favoritos a discutirem a etapa entre si.

A etapa está no limite da dureza para Julian Alaphilippe. O francês parece estar totalmente recuperado da lesão e hoje fez um trabalho fantástico na altura da bordure. Se existirem muitos ataques ou se o ritmo for muito elevado, Alaphilippe pode descolar mas acreditamos mais que o ritmo será constante e deve passar. É muito rápido e num grupo reduzido será difícil de bater.

Wilco Kelderman é, dos homens da geral, um dos que tem uma mais rápida ponta final. O holandês parece querer aproveitar com unhas e dentes a oportunidade de liderar a equipa na Vuelta e já está muito bem colocado na geral. Quererá as bonificações e é bastante rápido, como demonstrou na Polónia.

Outsiders

A Team Sky vai preocupar-se, primeiro, com Chris Froome mas, se houver a oportunidade, porque não deixar Wout Poels lutar pela etapa? O holandês mostrou na Polónia que é muito rápido e se não for chamado ao trabalho estará fresco para lutar pela vitória, tentando também roubar bonificações aos adversários de Froome.

Se um ataque de longe tiver sucesso, temos que mencionar Adam Yates. Tal como o seu irmão, não tem medo de atacar de longe e já conseguiu algumas vitórias dessa forma. Como depois da subida é quase sempre a descer, será grande a probabilidade do ataque ter sucesso. Também tem uma boa ponta final.

Esta é uma etapa importante para a classificação da montanha e, por isso, temos que falar do vencedor desta classificação nas últimas duas edições Omar Fraile. Praticamente não correu desde o Giro, prova onde esteve incrível, mas acreditamos que estará em grande forma. É um excelente trepador, o início duro favorece-o para entrar na fuga e é rápido.

Possíveis surpresas

Se os favoritos discutirem a etapa entre si, Daniel Moreno tem que ser mencionado. O espanhol aparece sempre em forma na Vuelta, subindo melhor que na restante temporada, e continua a ser um ciclista rápido. Se a Trek e Alberto Contador lhe derem a chance no final, cuidado com Jarlinson Pantano. O colombiano é muito rápido em grupos restritos e não costuma falhar quando lhe é dada uma oportunidade. O mesmo podemos dizer de Patrick Konrad na Bora e Giovanni Visconti na Bahrain. Esta etapa fica no limite para alguns ciclistas, mas mesmo assim há possibilidade de estarem no final. Chris Froome pode tentar surpreender na descida e se o grupo for muito restrito, não é lento e pode vencer. Falamos de Michael Woods e Rui Costa, todos ciclistas que sobem bem e têm uma boa ponta final. Para ataques de longe, olho em Carlos Betancur, Simon Yates, Luis Leon Sanchez, Miguel Angel Lopez e Ruben Fernandez. Já ciclistas para a fuga, Alexandre Geniez, Alessandro de Marchi, Jan Polanc e Jhon Darwin Atapuma.