Antevisão da 9ª etapa da Volta a Portugal
Chegámos à etapa rainha da Volta a Portugal! Com a geral cada vez mais apertada, a Serra da Estrela vai ser o palco dos principais ataques, naquela que é a derradeira oportunidade para os trepadores ganharem tempo.
Percurso
Finalmente temos a etapa rainha, com 185 quilómetros entre Lousa e Guarda. Os primeiros 85 quilómetros são relativamente calmos, a passagem por Seia marca o início da subida à Torre, um verdadeiro monstro com 28 quilómetros a 5.1%, uma inclinação média enganadora por causa das fases de descanso a meio da subida. Após uma longa descida, as dificuldades continuam nos 35 quilómetros finais, com 3 contagens de 3ª categoria.
A 25 quilómetros da meta temos o Alto de Famalicão, com 8.6 kms a 4.6%, depois a 1ª passagem por Guarda, com 6.5 kms a 4.6% e por fim a chegada coincide com a última contagem de 3ª categoria, que tem 3.6 kms a 5.4%, com os últimos 500 metros a serem especialmente duros, empinando a 8%.
Favoritos
Mais uma etapa onde a W52-FC Porto decidirá o rumo da corrida. LA, Sporting-Tavira e Efapel estão a lamber feridas e com desfalques no elenco, Louletano tem poucos trepadores, portanto esperamos a Rádio Popular-Boavista de novo muito activa. Ainda assim, com a vitória na etapa já no bolso, os comandados por José Santos podem virar-se para proteger Luis Gomes na luta pela juventude e ajudar João Benta na geral.
Com as bonificações somadas nos últimos dias, Gustavo Veloso colocou-se ainda melhor na classificação geral, mais próximo da liderança. Isso incentiva ainda mais a W52-FC Porto a correr para ele, algo que é dito pelos responsáveis da equipa desde o início. Um ritmo mais calmo na Torre permitirá ao galego chegar ao final com alguma energia e explosão para dar a estocada final.
Amaro Antunes tem sido um dos que mais tem impressionado na montanha. O leve trepador é dos que mais beneficia com uma ascensão de quase 1 hora para puros trepadores. Caso os espanhóis da equipa tenham um mau dia pode muito bem ter carta verde para jogar as suas opções.
Outsiders
Se o ritmo na Torre for mais calmo, aí Vicente Garcia de Mateos tem hipóteses muito boas de chegar com os melhores à Guarda, com a subida final lhe assenta na perfeição. A facilidade do espanhol até agora tem impressionado de sobremaneira.
Acreditamos que Rui Sousa amanhã estará de novo ao ataque. Em Santo Tirso deixou-se ficar um pouco para trás para poupar energias e ter mais liberdade para sair nas suas ofensivas. Com a classificação da montanha ainda em jogo, quão poético seria o veterano de 41 anos sair daqui com 2 vitórias em etapa e a camisola azul?
Outro que está na luta por esta classificação e tem mostrado boas pernas é Mikel Bizkarra, um ciclista extremamente combativo. O facto de estar a 4:30 pode prender-lhe um pouco os movimentos, mas o basco irá perder muito mais tempo no contra-relógio.
Possíveis surpresas
Claro que Raul Alarcon e Rinaldo Nocentini têm as suas hipóteses, mas são ciclistas talhados para esforços de menor duração, com mais explosão e são ciclistas que podem jogar mais na defensiva. João Benta no ano passado quebrou nesta etapa, mas este ano está em muito melhor condição física. Dos corredores da Efapel aquele que assenta melhor a este perfil até é Henrique Casimiro, que está a recuperar das quedas sofridas. Em relação a ciclistas que podem estar ao ataque seleccionamos Davide Rebellin, Patrick Schelling, David de la Fuente, Sebastian Baldauf, David Rodrigues, Benat Txoperena, ou quem sabe, António Carvalho, num volte-face táctico.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Helder Ferreira e Egor Silin.