Antevisão da 6ª etapa da Volta a Portugal
A anteceder o dia de descanso, os ciclistas terão pela frente mais uma difícil tirada, com o final no tradicional empedrado de Fafe? Será que a W52/FC Porto vai voltar a vencer?
Percurso
A 6ª tirada liga Braga a Fafe, numa distância de 182 quilómetros e é um autêntico carrossel. Logo nos 50 quilómetros iniciais há a subida ao Bom Jesus, que tem 5.2 kms a 5.9%. Após uma fase de tradição chegamos ao sprint intermédio de Celorico de Basto, que marca o início da montanha do Viso, uma das mais duras da Volta, com 8500 metros a 6.8% e os últimos 2600 metros a 10.2%.
Após uma primeira passagem por Fafe, os corredores seguem para o mítico Salto da Pedra Sentada, uma ascensão com 11.1 kms a 3.4% e uma parte final em terra, com 1.9 kms a 5.8%. Segue-se uma descida, mas ainda há uma colina antes de Fafe, a 4.5 kms da meta, com 1.3 kms a 6.8%. A chegada em Fafe é em ligeira subida e não é nada fácil.
Favoritos
Como esta é a última etapa antes do dia de descanso e já há algumas diferenças na classificação geral, esperamos ver uma jornada muito mexida e em que alguns ciclistas já sem nada a perder lancem os seus ataques no Viso, para tentar recuperar tempo. Pensamos que o resultado dependerá muito da estratégia de 2 equipas, a W52-FC Porto, equipa mais forte em competição, e a Radio Popular-Boavista, equipa que tem 7 ciclistas nos 30 primeiros.
Num cenário de sprint em grupo reduzido, o favorito tem de ser Vicente Garcia de Mateos, o espanhol provou que está a subir melhor que nunca na Senhora da Graça, cedendo somente 4 segundos para o vencedor, e num grupo de 10-15 unidades é o que tem melhor ponta final.
António Carvalho rompeu o grupo por completo na Senhora da Graça e ainda fez top 10, está numa condição física impressionante e pode ser tacticamente importante amanhã. Caso ciclistas que estão entre o 10º e o 20º lugar ataquem no Viso, a W52-FC Porto pode enviá-lo para a frente para marcar estes ataques. Este grupo chega a Fafe e António Carvalho finalmente consegue a glória merecida.
Outsiders
Claro que Raul Alarcon tem de ser mencionado numa etapa destas. O espanhol é explosivo e a chegada assenta-lhe bem, a W52-FC Porto pode optar por não mandar ninguém seguir os ataques e simplesmente controlar a jornada para o actual líder da prova.
Numa chegada deste género o italiano Rinaldo Nocentini tem de ser tido em conta. Tem alguma explosão, principalmente em subida, veja-se a Volta ao Alentejo e tem tudo para seguir com os melhores. Pretende somar bonificações para diminuir a diferença para Alarcon.
Domingos Gonçalves está a 4:53 na classificação geral, está no limite para ter liberdade por parte dos homens da geral. O ciclista da Rádio Popular-Boavista é irreverente, e está numa equipa que tem por hábito arriscar um pouco e meter homens na frente. A grande dificuldade para Domingos Gonçalves será o Viso, mas se entrar com vantagem por estar na fuga, tem tudo para ganhar.
Possíveis surpresas
Todos os ciclistas da W52-FC Porto para a classificação geral possuem alguma explosão, e com várias cartas para jogar, são todos opções, falamos de Gustavo Veloso e Amaro Antunes. João Benta foi outro a mostrar-se em grande forma na Senhora da Graça, veremos se aguenta o bom momento. Ciclistas como César Fonte e Daniel Mestre estarão a pedir para que o Viso e a Pedra Sentada não sejam feitos a alta velocidade, para poderem aplicar a ponta final eficaz que têm, o mesmo se aplica a Krists Neilands. Em relação a opções para ataques no Viso, seleccionamos os experientes Rui Sousa, Filipe Cardoso, Hugo Sancho, Benat Txoperena, Frederico Figueiredo e Jesus del Pino.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Antonio Parrinello e Jarno Gmelich Meijling.