Antevisão da 4ª etapa da Volta a Portugal
Após duas etapas para os sprinters, é hora dos homens da classificação geral batalharem na primeira chegada em alto da prova, na mítica Senhora da Graça, local onde se vão fazer as primeiras grandes diferenças na geral.
Percurso
Um dos clássicos da Volta a Portugal chega à 4ª tirada, com os 153 quilómetros entre Macedo de Cavaleiros e a Senhora da Graça. Após 50 kms relativamente calmos surge o Alto do Populo, com 8 kms a 4.6% e antes da Senhora da Graça ainda há o Alto do Velão, uma ascensão longa, com 19.2, mas somente 3.1%. Depois de uma longa descida e da tradicional passagem e sprint intermédio em Mondim de Basto, começa o Inferno. São 8.8 kms a 7.1%, coincidindo a chegada com uma contagem de 1ª categoria.
Favoritos
Não é de esperar outra coisa senão ver os ciclistas da classificação geral a discutir a etapa, ainda para mais quando a W52-FC Porto está no comando das operações, com a liderança de Raul Alarcon.
A Volta tem sido dominada pela W52-FC Porto até ao momento e esperamos que essa tendência se mantenha. Amaro Antunes tem estado a um nível incrível, sempre na frente, bem colocado, a lançar sprints, a fechar espaços e ainda se defendeu no prólogo de forma valente, ele que é pequeno e leve.
Gustavo Veloso já ganhou aqui na Senhora da Graça e é o líder declarado da formação liderada por Nuno Ribeiro. O galego tem sido um dos homens poupados e conhece esta subida como a palma da mão, preparou a temporada a pensar neste momento.
Outsiders
Vicente Garcia de Mateos tem-se mostrado ambicioso nas declarações e está numa boa posição na classificação geral. O espanhol passou de sprinter a discutir a geral, e como tem demonstrado uma quebra na sua ponta final, esperamos uma melhoria nos dotes de trepador.
João Benta está a fazer a sua melhor temporada até agora e hoje esteve ao ataque na parte final. Na chegada a Setúbal perdeu algum tempo, o que lhe pode conferir alguma liberdade para atacar, podendo resguardar Rui Sousa, que está bem melhor posicionado.
Porque não pensar na manutenção da camisola amarela por parte de Raul Alarcon? O espanhol está a fazer tudo bem e não parece ter quebras. Teve um pico de forma em Maio onde inclusivamente bateu Nairo Quintana. Está a trepar como poucos em Portugal e não deve trabalhar.
Possíveis surpresas
Estamos expectantes de ver o que 2 veteranos conseguem fazer, em primeiro lugar Sérgio Paulinho, neste seu regresso à Senhora da Graça, e em 2º lugar Rui Sousa, que tem estado incólume até agora. Ambos têm evitado as quedas e podem provar que a experiência é um posto. Pelo Sporting-Tavira, Frederico Figueiredo já caiu e pode estar debilitado, Alejandro Marque também caiu e somente quererá defender-se o melhor que sabe e Rinaldo Nocentini tem aqui uma subida que estará um pouco para além do seu limite como ciclista explosivo que é. Mesmo a W52-FC Porto tem outras opções como Rui Vinhas ou António Carvalho, mas têm estado em fugas ou a trabalhar. Henrique Casimiro já caiu por 2 vezes e espera estar recuperado. David de la Fuente tem estado muito atento e pode ser a alternativa a Vicente Garcia de Mateos. Diríamos que a maior incógnita será Egor Silin, o russo que já fez top 20 na Vuelta e que ainda não mostrou muito em Portugal. Das equipas estrangeiras destacamos Patrick Schelling e Antonio Parrinello.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Jesus del Pino e Nikodemus Holler