Antevisão da Volta a Portugal
Está na hora da Volta a Portugal! A Grandíssima arranca já amanhã nas ruas de Lisboa, terminando 12 dias depois em Viseu.
Percurso
Tudo começa a uma sexta-feira, com um prólogo de 5400 metros, na cidade de Lisboa.
A primeira etapa em linha tem um total de 203 kms e liga Vila Franca de Xira a Setúbal. Os últimos 30 kms são tudo menos fáceis, com a Serra da Arrábida a estar a 10 kms da chegada, podendo afastar muitos homens rápidos da luta pela vitória.
A segunda tirada é aquela que melhor se adapta aos homens rápidos. Com um percurso praticamente plano, entre Reguengos de Monsaraz e Castelo Branco, de 214,7 kms, as equipas dos sprinters vão controlar do princípio ao fim e não vão ser as 3 contagens de 4ª categoria a desfazer o pelotão.
Mais uma etapa para os sprinters mais duros presentes neste pelotão. 162,1 kms de Figueira de Castelo Rodrigo a Bragança, onde existem 3 contagens de montanha, sendo que a última e a mais difícil, a Serra de Bornes, fica a ainda 80 kms do fim, pelo que mesmo alguns sprinters que fiquem para trás ainda possam recolar.
A primeira chegada em alto surgem ao 5º dia, na quarta etapa, com a mítica Senhora da Graça que, para desagrado da maioria dos portugueses, será a uma terça-feira. No total, serão 152,7 kms, entre Macedo de Cavaleiros e o alto da Senhora da Graça (8,7 kms a 7%). Antes, os ciclistas terão a subida de Pópulo e a subida de Velão.
A quinta etapa tem nova chegada em alto, agora no Alto do Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo. Apesar de ser apenas uma 3ª categoria, a chegada é dura e poderá fazer diferenças, depois de mais 179,6 kms, depois de se começar em Boticas.
Antes do dia de descanso, surge mais uma etapa bem dura. 182,7 kms entre Braga e Fafe, com o Bom Jesus ainda na fase inicial, seguido do Viso, acabando com o Alto da Pedra Sentada, a subida de terra batida já feita no ano passado e que faz parte do WRC. Até ao final, restam 26 kms.
Depois do dia de descanso em Fafe, os ciclistas arrancam de Lousada, para chegarem ao Alto da Nossa Senhora da Assunção, em Santo Tirso, após 161,9 kms, em mais uma chegada em alto da prova.
O nono dia de competição vê chegar a tradicional chegada a Oliveira de Azeméis, num final bastante duro e que será para os puncheurs poderem vencer, numa chegada parecida à dos Campeonatos Nacionais.
A etapa rainha surgem no penúltimo dia. Os ciclistas partem de Lousã chegando à Guarda 184,1 kms depois, numa etapa com um final igual ao do ano transacto. A subida à Torre fica a 76 kms do fim, seguindo-se um duro circuito na cidade da Guarda. No entanto, a Serra da Estrela será o palco principal da etapa e onde se poderão fazer grandes diferenças.
Se ainda nada estiver decidido, o contra-relógio final, de 20100 metros, servirá para tal. A consagração do camisola amarela será feita na cidade de Viseu, mais precisamente na Avenida Europa, palco habitual de chegadas da Volta.
Favoritos
Este ano, voltamos a ter um percurso equilibrado na Volta, com muita montanha (4 chegadas em alto) e outras duas em pequenas dificuldades, e um total de 255000 metros de contra-relógio. Assim, só um ciclista completo será capaz de triunfar.
Gustavo Cesar Veloso surge, novamente, como o candidato máximo ao título. Vencedor em 2014 e 2015 e 2º em 2013 e 2016, o galego tem, aos 37 anos, talvez a sua última grande oportunidade. Para além de ser dos melhores na montanha, tem uma excelente ponta final, podendo conseguir bonificações, e é o melhor contra-relogista em prova. Preparou-se exclusivamente para a Volta.
O português que tem mais hipóteses de triunfar é Amaro Antunes. Encontra-se dentro da equipa mais bem apetrechada, pelo que pode não ter liberdade, mas quando toca a subir é, sem dúvida nenhuma, o melhor da atualidade em Portugal. Vencedor no Alto do Malhão, na Clássica da Arrábida, no Alto do Montejunto e na geral do Troféu Joaquim Agostinho, o português tem tudo para melhorar o 6º lugar do ano passado. Contra si, tem os 25,5 kms de contra-relógio.
Outsiders
O grande adversário dos nomes já referidos surge dentro da mesma equipa. Falamos de Raul Alarcon, 4º no ano passado, e que este ano tem estado magnífico, vencendo a Vuelta às Astúrias (a Nairo Quintana), o GP JN, sendo 2º na Vuelta a Madrid e 4º no GP Beiras e Serra da Estrela. Ganhou etapas em todas as provas. Tornou-se, garantidamente, um dos melhores trepadores em Portugal, é um excelente contra-relogista e também sabe sprintar.
Será complicado dar luta à W52-FC Porto, mas acreditamos que Frederico Figueiredo pode ser uma das grandes confirmações da prova. Aproveitando a ausência forçada de Joni Brandão, o jovem luso deverá ser a grande aposta do Sporting/Tavira. Está no seu melhor ano, 3º no Troféu Joaquim Agostinho e 5º na Vuelta a Castilla y Leon, entre outros resultados no top 10, o trepador tem tudo para estar nas discussões das chegadas em alto. O seu calcanhar de Aquiles vai ser o contra-relógio.
Vicente Garcia de Mateos pode ser uma grande dor de cabeça. O espanhol do Louletano sofreu uma grande transformação, passando de um sprinter para um trepador. Este ano, venceu o GP Abimota e a Clássica Aldeias do Xisto, e tem estado mais vezes com os melhores na alta montanha. Subidas curtas e explosivas, bem como chegadas ao sprint são perfeitas para o espanhol, sendo que a chegada à Senhora da Graça será o local onde perderá mais tempo. Defende-se no esforço indiviudal.
Possíveis surpresas
De regresso ao pelotão nacional está Sérgio Paulinho, outro ciclista muito regular esta temporada. Nos momentos em que se apresentou em forma, discutiu as corridas e é daqueles que pode estar na luta com Gustavo Veloso no contra-relógio. A experiência vai contar, e muito! João Benta também está a ter uma temporada fenomenal, 2º no GP JN, 4º em Torres Vedras e nas Astúrias e 6º no GP Beiras, gosta de subidas explosivas e tem uma boa ponta final. Nunca fez top 10 na Volta, tendo tido sempre um dia mau, mas este pode ser o ano. Edgar Pinto é o líder da LA Alumínios-Metalusa. O português está de regresso a Portugal com o objetivo de ganhar a Volta a Portugal; tem sido muito regular, já ganhou na Senhora da Graça, sprinta bem e os finais explosivos são perfeitos para si. Ganhou experiência na SkyDive e pode finalmente estar na luta. Todas as equipas portuguesas têm mais que um ciclista para lutar pela geral, mas achamos que estes vão ser aqueles que vão lutar pela vitória. Ainda assim, o campeão Rui Vinhas pode voltar a repetir o triunfo, se existirem jogadas tácticas, como no ano passado, tal como o seu companheiro de equipas António Carvalho. Henrique Casimiro e Jesus del Pino na Efapel, Rui Sousa e Egor Silin na RP-Boavista e Alejandro Marque e Rinaldo Nocentini no Sporting/Tavira são outras alternativas para top 10. Das equipas estrangeiras, não acreditamos que ninguém faça top 10, no entanto olho em José Diaz Gallego, Patrick Schelling, Davide Rebellin e Bjorn Thurau.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Antonio Parrinello e Roman Villalobos.