Antevisão da Clásica Ciclista San Sebastian
É já amanhã que se disputa a única clássica espanhola presente no World Tour, a Clasica San Sebastian. Duras subidas e adeptos fervorosos caracterizam esta região do País Basco, prometendo espectáculo.
Percurso
231 quilómetros é a extensão da prova que começa e acaba em San Sebastian. Após uma fase plana, surge a primeira dificuldade do dia, a Meaga (3,9 kms a 3,3%), ao km 27,2. Nada de muito duro, servindo apenas para se formar a fuga do dia. Seguem-se Iturburu (7,4 kms a 4,8%) e Alkiza (4,5 kms a 5,7%), estando estas dificuldades ultrapassadas com 81,4 kms percorridos.
A dureza da prova vai-se começar a sentir a 100 kms da chegada. Os ciclistas entram num circuito de 35,7 kms a ser percorrido por duas vezes. Primeiro sobe-se o Alto de Jaizkibel (7,5 kms a 5,8%) e depois Arkale (2,7 kms a 6,4%). Na última passagem, os ciclistas ficam a 30 kms da chegada.
Depois da primeira passagem pela meta, a 16 kms do fim, surge a dificuldade final, que fica a menos de 10 kms da chegada. É o Murgil Tontorra (1,9 kms a 10,2% mas com rampas a 20%). Uma descida muito técnica pode fazer diferenças, antes dos 3000 metros finais que são planos.
Favoritos
Esta é uma prova em que os ciclistas que vêm do Tour aproveitam o que resta da sua forma, superiorizando-se aos restantes. Estes anos deve ser o mesmo, sendo que tudo se deve começar a decidir na 2ª passagem pelo Alto de Jazkibel.
Rigoberto Uran é um desses ciclistas. Nunca pareceu em dificuldades nas etapas de maior dificuldade do Tour e parece ter acabado a prova francesa ainda fresco. Tem melhorado bastante nas clássicas, como se comprova pelo final de 2016, gosta de subidas curtas e explosivas e tem uma boa ponta final.
O vencedor do ano passado Bauke Mollema pode muito bem repetir a vitória. Esteve em grande na semana final do Tour, conseguindo uma vitória e trabalhando muito para Contador, nunca parecendo cansado. É um poço de regularidade (já foi 1º, 2º, 5º, 6º e 9º aqui), as subidas curtas adaptam-se às suas características, arrisca em descidas técnicas e é rápido.
Outsiders
Michal Kwiatkowski foi o gregário do Tour. Muito trabalhou e ainda acabou com um 2º lugar no contra-relógio final. Parece estar de regresso o velho Kwiatkowski. Da forma que subiu no Tour, nenhuma das subidas deverá ser um grande dificuldade para o polaco e, se chegar num pequeno grupo, pode ganhar utilizando a sua veloz ponta final.
Miguel Angel Lopez é dos poucos que pode derrotar os ciclistas que vieram do Tour. O colombiano está a preparar a Vuelta e vem da Volta à Áustria, onde triunfou na etapa rainha, deu espectáculo e ficou em 3º na geral. Já mostrou que subidas curtas e explosivas também lhe assentam bem, mas sabe que para ganhar tem que chegar isolado.
A Team Sky vem com uma equipa tão forte que Mikel Landa é outro possível vencedor. O basco vem de fazer 4º no Tour e nunca pareceu cansado, isto depois de já ter feito o Giro. O seu à vontade nas subidas francesas foi tão grande que não é de descartar a possibilidade de se isolar na subida final e vencer isolado.
Possíveis surpresas
Warren Barguil foi um dos destaques do Tour e quer acabar o mês de Julho da melhor forma. Conta com Tom Dumoulin na equipa e será complicado deixarem-no para trás na subida. Tem uma boa ponta final. Simon Yates pareceu estar um pouco cansado no final do Tour, no entanto o britânico é um ciclista que gosta deste tipo de provas, pelo que temos que ter sempre em atenção o ciclista da Orica. A Lotto Soudal vem com Tony Gallopin, 2º no ano passado e vencedor em 2013, e Tiesj Benoot, uma das belas surpresas do Tour, sendo eles dois ciclistas que sobem bem e são rápidos; Philippe Gilbert é a aposta da QuickStep, mas não esteve muito bem no Tour, tal como Greg van Avermaet na BMC e Diego Ulissi na UAE. Alexis Vuillermoz, Primoz Roglic, Jay McCarthy, George Bennett e Gianni Moscon podem ser três boas surpresas, podendo infiltrar-se entre os primeiros.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Louis Meintjes e Gianluca Brambilla.