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Au revoir Tommy, o mestre dos ataques de longe e das caretas


Despediu-se hoje, nas ruas de Paris, um dos ciclistas franceses mais marcantes da sua geração e que, sem dúvida, vai ser lembrado. A 21ª etapa do 104º Tour assinalou o final da carreira profissional de Thomas Voecker, aos 38 anos. Ao todo foram 17 temporadas como ciclista profissional e 41 vitórias, num palmarés que está recheado. Irreverente e polémico, nada consensual e pouco elegante em cima da bicicleta, acrescentava sempre um pouco de entretenimento à transmissão televisiva.

A carreira de Thomas Voeckler começou na 2ª divisão do ciclismo, na formação francesa da Bonjour, em 2001. No ano seguinte deu nas vistas, e saltou para a Brioches La Boulangère em 2003. Aí, ganhou a primeira prova como profissional e viria a fechar top 20 no Tour em 2004, numa edição em que integrou uma fuga na etapa 5 e envergou a camisola amarela até à 14ª tirada. Passou então, em 2005, para a Bouygues Telecom, a actual estrutura da Direct Energie. Em 2006 teve um ano muito positivo, ganhou a Paris-Bourges, 1 etapa na Volta ao País Basco e a Route du Sud e no ano seguinte triunfou mesmo no GP Plouay.

Só que teria de esperar até 2009 para cumprir um dos sonhos de criança, ganhar 1 etapa do Tour, foi na 5ª tirada, na chegada a Perpignan, num ano com muitas vitórias e em que também fez o Giro com bons resultados. Mais glória no Tour o esperava, ganhou a 15ª etapa do Tour de 2010 e em 2011 tornou a corrida inesquecível. Ganhou a camisola amarela ao 9º dia, quando perdeu a etapa para Luis Leon Sanchez e só a largou à 19ª etapa, no Alpe d’Huez, cedendo para Cadel Evans e os irmãos Schleck. No meio disto tudo, conseguiu minimizar as perdas e finalizar esse Tour no 4º lugar.

2012 foi outro ano de muito sucesso, para além de fazer 5º na Amstel Gold Race e 4º na Liege-Bastogne-Liege, ainda ganhou as etapas 10 e 16 do Tour nesse ano, levando também para casa a camisola da montanha. A partir daí, claramente o seu nível desceu, só mais 1 vez viria a estar num pódio numa etapa e as suas 2 últimas participações no Tour foram mais que discretas. Aliás, das suas 41 vitórias, só 4 foram obtidas nas últimas 4 temporadas, todas em 2016, levando para casa 1 etapa e a classificação geral tanto do Tour de la Provence, como do Tour de Yorkshire.

Claramente sentido que já não estava a um nível, para ele, aceitável, decidiu abandonar a sua carreira profissional, mas certamente não o ciclismo como desporto. Esperem ver Voeckler a falar ciclismo, a comentar ciclismo, alguém que viveu a modalidade como poucos. As fugas eram a sua especialidade e esta foi uma fuga para outros objectivos na vida, de alguém odiado por muitos, mas amado por muitos, até dentro do meio.

Ficam para a história as 4 tiradas conquistadas no Tour, a camisola da montanha conquistada, os 20 dias passados de amarelo, os 2 títulos nacionais franceses e as clássicas ganhas. Mas também ficam para a história, as expressões faciais, muitas, que Thomas Voeckler fez, durante a sua carreira.


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