Antevisão da 16ª etapa do Tour
Começa, amanhã, a terceira e decisiva semana do Tour. A classificação geral ainda está em aberto mas a etapa 16 será mais uma para os homens rápidos.
Percurso
Os sprinters deverão estar a sorrir de novo com a ligação de 165 kms entre Le Puy-En-Velay e Romans-Sur-Isere. Após 20 kms sempre a subir que culminam numa contagem de 3ª categoria a orografia acalma um pouco. Ainda se seguem 50 kms de constante sobe e desce, mas daí até à meta não se localiza nenhuma dificuldade de maior.
Resta então descrever o final. O último quilómetro tem uma ligeira inclinação de 2 % e este final é dos mais perigosos que já vimos. Estreitar de estrada com 3 rotundas consecutivas entre os 4 e 3 kms para a meta, passagem por uma ponte, 2 rotundas próximas já dentro dos 1000 metros finais, viragem à esquerda e uma rotunda somente a 300 metros da meta. Tem tudo para dar mal.
Favoritos
Amanhã são esperadas rajadas de 25 a 30 kms/h em algumas partes da tirada, sendo assim difícil para uma fuga poder vingar no entanto também não acreditamos que o pelotão se possa fraccionar. Também a dureza inicial da tirada fará com que alguns sprinters fiquem para trás.
Quem encaixa neste cenário é Edvald Boasson Hagen. O ciclista da Dimension Data está a ter um Tour de muito bom nível, estando já várias vezes perto do triunfo. A tirada de amanhã estará marcada pelo possante norueguês pois passa bem as subidas, ao contrário de alguns dos seus adversários, e está muito rápido. A juntar a isto, amanhã é o Dia de Mandela, sendo uma motivação extra.
Michael Matthews também agradece a presença desta etapa. Está naquela que talvez seja a forma da sua vida, subindo melhor que nunca, e continuando a sprintar muito bem. Já tem um triunfo no bolso mas ainda sonha com a camisola verde e para isso amanhã tem que estar na frente. É dos poucos que garantidamente vai estar na frente.
Outsiders
Até agora, o Tour tem sido uma desilusão para Nacer Bouhanni, mas sabe-se agora que esteve doente no início da prova francesa. No final em Rodez tem estar na luta e esteve bastante bem, comparando com as restantes etapas ao sprint. É dos sprinters que sobe melhor e dos mais rápidos e com a doença já ultrapassada é um perigo.
A FDJ está reduzida a 4 elementos, mas um deles é Davide Cimolai, sprinter que costuma aproveitar as suas oportunidades. Depois do abandono de Demare, já se mostrou em chegadas ao sprint. Sabe o que é preciso para bater os nomes já referidos, pelo que não seria uma surpresa vê-lo a vencer.
A fuga não deve ter muitas oportunidades para vencer mas se o fizer acreditamos que Alberto Bettiol possa estar nela. O italiano tem-nos surpreendido pela forma como tem subido e pela sua evolução ao longo da temporada, sendo um dos destaques da Cannondale. Tem uma boa ponta final.
Possíveis surpresas
Em caso de sprint, Alexander Kristoff é um perigo. É verdade que não está na sua melhor forma, no entanto tem estado a melhorar com o passar o Tour. A parte inicial da etapa pode ser dura mas a Katusha deve trazê-lo para a frente. Gosta de dias duros em cima da bicicleta. O camisola verde Marcel Kittel é uma incógnita. Nos últimos dias tem descolado em pequenas dificuldades, mas pode ser para preservar energias para as últimas etapas. Se estiver no sprint final, estará mais desgastado que alguns adversários. Sonny Colbrelli tem aqui um dia perfeito para si, ele que tem andado desaparecido. Ben Swift, Greg van Avermaet e John Degenkolb devem estar presentes. Para a fuga, destacamos Stefan Küng, Philippe Gilbert, Stephen Cummings, Thomas de Gendt, Jay McCarthy, Maurits Lammertink, Tony Gallopin e Lilian Calmejane.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Jan Bakelants e Daryl Impey.