Antevisão da 14ª etapa do Tour
O Tour está ao rubro e para apimentar as coisas temos uma etapa de média montanha, com um desfecho altamente imprevisível.
Percurso
Uma das poucas jornadas de média montanha surge na 14ª tirada, um percurso de 181,5 kms entre Blagnac e Rodez bastante ondulado. No meio de tanta colina há 2 contagens de 3ª categoria, 2,3 kms a 7% e 2,3 kms a 7,7%, ambas a mais de 30 kms da meta. Atenção que a cerca de 12 kms da meta já uma colina não categorizada que é bem duro.
A entrada em Rodez vai ser bem rápida, pois é antecedida por uma descida e o final é bem conhecido, os últimos 500 metros têm 9,6%, a colocação vai ser decisiva, não só pela inclinação do final, mas pela sua componente técnica, 5 curvas dentro do quilómetro final numa estrada com apenas 5,5 metros de largura.
Favoritos
Etapa complicada de analisar, vamos por partes. A última chegada a Rodez ocorreu em 2015 e foi um duelo entre Greg van Avermaet e Peter Sagan, favorável ao belga. A questão é que neste Tour muitas equipas ainda nada ganharam e o eslovaco já não está, menos uma equipa para trabalhar. Portanto, acreditamos que a fuga tem 60/70% de chances de resultar, pois todos irão achar Avermaet o maior candidato e a BMC não consegue assumir as despesas todas sozinha. A chave no sucesso da fuga está na sua composição, se tiver mais de 8 elementos e contiver algumas das principais equipas, acreditamos no seu sucesso, nesta tirada que é para classicómanos.
Como já mencionámos, o grande favorito é Greg van Avermaet, venceu aqui em 2015 e parece estar a melhorar de dia para dia, hoje só descolou na parte da etapa. Não se admirem de ver o campeão olímpico na fuga, ele é bem capaz disso mesmo sendo o favorito, de lembrar a fuga que integrou quando tinha a camisola amarela.
A nossa primeira escolha para a escapada vai para Oliver Naesen, um puro especialista em clássicas que está a ter a melhor temporada de sempre. Foi recentemente campeão belga e amanhã terá liberdade para procurar a glória, mas sem pressão que Romain Bardet já ganhou uma etapa.
Outsiders
Michael Albasini é um corredor que, tal como Avermaet, pode estar nos 2 cenários. O suíço é exímio em subidas curtas e inclinadas, mal o temos visto neste Tour e está integrado numa equipa que não tem por hábito ir de mãos a abanar.
Michael Matthews está a trepar extremamente bem e será dos poucos sprinters capazes de aguentar estas rampas. A questão é se a Sunweb irá trabalhar no pelotão para ele, é possível. Dificilmente irá integrar a fuga porque assim pode somar pontos no sprint intermédio e a Quick-Step não quer isso.
A Bora-Hansgrohe não tem Peter Sagan, mas poderá vingar-se amanhã. A equipa está a apostar tudo na fuga e Jay McCarthy é um ciclista a ter em conta, principalmente se o australiano tiver outro companheiro na fuga, é explosivo quanto baste e sobe bem.
Possíveis surpresas
Dos sprinters só vemos Sonny Colbrelli, Edvald Boasson Hagen e John Degenkolb a poderem estar na luta. O alemão foi 4º aqui em 2015, mas não está ao seu melhor, o italiano também parece estar sem gás, portanto o que tem mais chances é mesmo Boasson Hagen, moralizado por alguns bons sprints que já fez. Dos homens da geral, aquele que melhor se adapta é mesmo Daniel Martin, historicamente com bons resultados nas Ardenas e com uma excelente equipa para o colocar. Para este tipo de chegadas há ainda que ter em conta Philippe Gilbert, que tem desiludido, inclusive hoje ficou cedo para trás, Jan Bakelants, 3º aqui em 2015 e Diego Ulissi, o italiano que tem estado em algumas fugas. De resto, mais opções para vitória da fuga mencionamos ainda Tony Gallopin, Tim Wellens, Jens Keukeleire, Maurits Lammertink, Julien Simon, Dylan van Baarle e Ondrej Cink.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Daryl Impey e Alexis Vuillermoz.