Antevisão da 5ª etapa do Tour
Finalmente está aí a alta montanha, um momento desejado por muitas fãs do Tour e do ciclismo, a classificação geral deve sofrer alterações significativas e podemos ter novo líder.
Percurso
A primeira jornada em linha abaixo dos 200 kms é quando entra a alta montanha em acção, Vittel recebe a partida e 160,5 kms depois há a chegada na Planche des Belles Filles. Realisticamente esta é uma etapa de “unipuerto”, o Cote d’Esmoulieres a meio do traçado tem 2,3 kms a 8% e não fará diferenças, e apesar de outras pequenas colinas, é na Planche des Belles Filles que se decide tudo.
Oficialmente esta contagem de 1ª categoria tem 5900 metros a 8,5%, mas a estrada empina ligeiramente 2 kms antes. A ascensão começa logo dura, com 9,4%, o quilómetro seguinte baixa para 6,7% e a partir daí não baixa dos 8% até umas centenas de metros planos perto dos 500 metros finais. A estrada volta a empinar, com rampas de 20% para os últimos 300 metros.
Favoritos
Richie Porte vai querer recuperar o tempo perdido no contra-relógio inaugural e este é o terreno perfeito para o australiano fazer isso. Na 3ª etapa mostrou-se muito forte e à vontade, a equipa relativamente fraca na montanha não será problema e esta subida faz muito lembrar Willunga Hill, onde Porte costuma brilhar.
Chris Froome geralmente anda sempre muito bem na primeira chegada em alto e o britânico quer dar um grande golpe psicológico à concorrência aumentando a vantagem para todos. A Team Sky deverá tomar o controlo das operações e impor um ritmo fortíssimo para o seu líder, que tem estado incólume até agora.
Outsiders
Daniel Martin tem estado atento a tudo o que mexe e mostrou estar em grande condição física na 3ª etapa. A subida tendo menos de 6 kms está no limite para o irlandês, que prefere colinas mais curtas e explosivas, onde ele pode usar a capacidade de aceleração. Gianluca Brambilla deve ser uma ajuda útil.
Nairo Quintana é uma das grandes incógnitas deste Tour, o colombiano não compete desde o Giro e não se sabe bem como estão as pernas de trepador do corredor da Movistar. Sem Alejandro Valverde deve estar ainda mais na defensiva e somente atacar pela certa, até porque certamente prefere subidas mais longas.
Fabio Aru parece estar de volta ao seu melhor, após uma longa paragem devido a lesão. O italiano está fresco pois praticamente não competiu e sem a seu lado uma equipa forte e dedicada à causa. Não tem medo de atacar e sabe que precisa de ganhar tempo por causa dos contra-relógios.
Possíveis surpresas
Romain Bardet é a principal esperança francesa para a classificação geral e a moral está em alta depois de ter visto um compatriota ganhar. Alberto Contador não esteve ao seu melhor nível este ano e parece não ter recuperado as melhores sensações, a 3ª etapa não foi um grande indicador. O duo da Orica composto por Simon Yates e Esteban Chaves são outras 2 pequenas incógnitas, o colombiano ao seu melhor é dos melhores do Mundo e o britânico costuma andar bem na primeira etapa de montanha das Grandes Voltas. Rafal Majka e Louis Meintjes estarão bem, mas fora do pódio, eles que preferem subidas mais longas. Por fim, mencionar ainda Geraint Thomas e Sergio Henao, que podem aproveitar para fechar top 10 e Jakob Fuglsang, que vai tentar manter o gás trazido do Criterium du Dauphine.
Super-Jokers
Os nossos wuper-jokers são Pierre Latour e George Bennett.