Antevisão da 3ª etapa do Tour
Depois dos contra-relogistas e dos sprinters terem tido a sua oportunidade, é a vez dos puncheurs testarem as suas capacidades, numa etapa que atravessa nada mais nada menos que 3 países.
Percurso
Começa o terreno ondulado com a viagem entre Verviers e Longwy, numa distância de 212,5 quilómetros. As colinas sucedem-se a uma velocidade incrível, algumas categorizadas, outras não. Logo ao início, ainda na Bélgica há o Cote de Sart, com 2,8 kms a 5,1%. Após alguma acalmia a passagem pelo Luxemburgo traz mais 2 contagens de montanha, o Cote de Wiltz, com 3,1 kms a 4,8% e o Cote d’Eschdorf, com 2,3 kms a 9,3%, sensivelmente a meio da jornada.
Após mais alguns pequenos topos entramos nos 15 quilómetros finais, que incluem o Cote de Villers-la Montagne, com 1,1 kms a 5,2% e a subida final para Longwy, uma ascensão de 3ª categoria que tem 1600 metros a 5,8% de inclinação média, já em território francês. Esta última subida é decrescente, muito dura nos primeiros 500 metros e depois acalma, sendo os 600 metros finais a 4%. Atenção que a parte final é extremamente estreita (6 metros de largura) e técnica, com ganchos a 1300 e 750 metros da meta.
Favoritos
A chuva deve dar tréguas, no entanto o pelotão vai continuar bastante nervoso por estarmos no início do Tour. A fuga não deve ganhar muita margem e os favoritos devem discutir a vitória.
Aí, Peter Sagan é o grande favorito. O campeão do mundo é um especialista neste tipo de finais e sabe que tem que começar a pontuar depois de hoje ter falhado no sprint final. Tem ciclistas capazes de manter o pelotão junto, como Jay McCarthy e Emanuel Buchmann, pelo que apenas vai ter que esperar pelo sprint final. De realçar que este final é parecido com o a 2ª etapa do ano passado, onde Sagan triunfou.
O australiano Michael Matthews também tem esta etapa marcada no livro de prova. O ciclista da Team Sunweb tem melhorado cada vez mais em subidas íngremes e já derrotou Peter Sagan este ano, numa etapa na Volta a Suíça. É dos mais rápidos e tem ainda Nikias Arndt como ciclista a protegê-lo.
Outsiders
Sonny Colbrelli esteve bastante bem no dia de hoje, ao ser 6º, num final em que nada se adaptava às suas características. Amanhã será diferente, já que se parece com as clássicas italianas que Colbrelli ganhava ainda com as cores da Bardiani. Tem tido uma ponta final cada vez mais rápida.
Outro ciclista que marcou esta etapa foi Greg van Avermaet, ele que é a "carraça" de Peter Sagan, já que já derrotou o eslovaco em vários finais deste género, incluindo o de Rodez, no Tour de 2015. Não terá muito apoio da sua equipa, pelo que será uma desvantagem, mas o campeão olímpico sabe como se posicionar e tem a ponta final necessária para vencer.
A Orica veio com ambições de vencer etapas, para além de lutar pela classificação geral, e, nesse cenário, Michael Albasini é a melhor carta da equipa australiana. O suíço adora este tipo de finais, basta ver os resultados dele nas Ardenas e quando aponta a um objetivo não costuma falhar. Será difícil vencer, mas na Volta a Suíça mostrou que tem uma boa ponta final.
Possíveis surpresas
Philippe Gilbert está na sua melhor época deste há muito tempo e tem aqui uma das poucas etapas perfeitas para ele. O belga preferiria que o final não fosse tão fácil, mas pode atacar na parte mais íngreme para se distanciar. Também pode esperar pelo sprint, no entanto será mais complicado e só com uma excelente colocação pode vencer. Diego Ulissi veio ao Tour lutar por etapas e amanhã tem a primeira oportunidade. O italiano já venceu etapas deste género no Giro e, por isso, sabe o que tem que fazer para conseguir levantar os braços. Na mesma equipa, Ben Swift tem que ser mencionado, ele que está a subir melhor que nunca. Arthur Vichot está numa boa temporada e por isso tem que ser mencionado, ele que também vai querer estar na frente para roubar pontos aos adversários de Demare na luta pela verde. Com Tony Gallopin não muito bem tratado, Tiesj Benoot terá carta branca na Lotto Soudal, tal como Tim Wellens (este para atacar de mais longe). O belga é um poço de regularidade incrível e deve estar entre os primeiros. Dentro das equipas dos ciclistas que lutam pela geral, atenção a Michal Kwiatkowski, Jesus Herrada, Jarlinson Pantano e Fabio Felline, Dos homens da geral, destacamos Fabio Aru e Daniel Martin.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Maurtis Lammertink e Michael Valgren,