Equipo Bolivia de Nuno Meireles fecha portas
Numa entrevista dada à nossa página no passado mês de Fevereiro, via-se Nuno Meireles entusiasmado com o ingresso na Equipo Bolivia, uma formação que dizia “capaz de obter vitórias importantes este ano, já que tinha um ótimo grupo de trabalho com muita qualidade e que iriam sempre tentar a vitória”.
Tudo começou a ficar muito estranho quando a Equipo Bolivia deixou de interagir nas redes sociais, já que era uma equipa que estava sempre a colocar notícias sobre a equip no Twitter, continuando a fazê-lo apenas no Facebook. Depois, numa entrevista ao site Ciclo21, Egoitz Garcia, o ciclista mais experiente da equipa arrasou toda a estrutura, dizendo que não tinham dinheiro e que não pagavam. Soaram os alarmes.
A partir daí, soube-se que os ciclistas tinham o direito de abandonar a equipa, se tivessem trabalho garantido noutra. A data limite para o pagamento era 20 de Maio. O próprio Egoitz Garcia saiu, mesmo não tendo equipa, sendo que Carlos Jimenez arranjou lugar na Burgos BH.
Depois da primeira vitória da equipa, na 2ª etapa do GP Beiras e Serra da Estrela, Omar Medonza disse que este poderia ter sido primeiro e último triunfo da equipa, que se encontrava com grandes problemas financeiros para se manter na estrada. E o pior veio a confirmar-se. A Equipo Bolivia acabou devido à falta do investimento estatal, que tanto tinha sido elogiado no início da temporada.
No desemprego fica Nuno Meireles, ciclista que se tinha aventurado, pela primeira vez no estrangeiro. Em entrevista ao jornal “O Jogo” disse "Não têm sido momentos fáceis. Teoricamente, a equipa vai acabar. Só se vier uma mão de Deus para segurar o barco é que isso pode ser evitado. Ir para as corridas sabendo que a equipa não vai continuar, não é fácil para ninguém. Infelizmente, temos ciclistas que nunca receberam um tostão. Eu recebi apenas dois meses. Tenho salários em atraso”. Continuou, dizendo que "acima de tudo, tínhamos uma boa equipa, tínhamos um bom grupo de amigos e temos provado isso na estrada. Ainda no sábado vencemos, temos estado na discussão das corridas, a fazer pódios. Tentamos levar o nome da Bolívia o mais longe possível"
Já ao jornal “A Bola” afirmou que "Chegou ao fim um sonho que virou pesadelo. Tudo o que me disseram sobre o projeto da equipa quando me contactaram foram meras promessas". Logo no início da temporada, Nuno Meireles viu que nada estava a correr como o esperado “Face às muitas dificuldades, cedo me apercebi que as coisas não eram tão claras como pareciam, e visíveis logo no Challenge de Maiorca, em finais de Janeiro. Mas como eram as primeiras provas e toda a estrutura era nova, julguei que melhoraria. Fomos vivendo de balões de oxigénio, apenas adiando o inevitável, que foi a extinção da equipa.”
No final de ambas as entrevistas afirmou vive um período complicado, já que estas fases são muito difíceis para os ciclistas, porque ficam sem trabalhão e sem saber o que fazer. Quer continuar no seu sonho, ou seja, ser ciclista profissional, no entanto se não for possível, vai arregaçar as mangas e vai trabalhar para a fábrica de móveis dos pais.
Esta é uma situação lamentável no ciclismo, já que uma equipa recém-formada, com uma boa estrutura não conseguiu cumprir com tudo o que tinha dito, deixando todos os elementos desta no desemprego, ainda por cima a meio de uma temporada, onde ainda será mais difícil arranjar lugar noutra formação.