Antevisão da 21ª etapa do Giro
Emoção até ao fim na 100ª edição do Giro d’Itália. Para terminar, nada mais, nada menos, que um longo contra-relógio que termina em Milão e onde se farão as diferenças finais na classificação geral. Conseguirá Tom Dumoulin recuperar o tempo perdido nos últimos dias e levar a “maglia rosa” para casa?
Percurso
29300 metros é o que separa os ciclistas ainda presentes no Giro de acabarem a Grande Volta italiana. Os ciclistas começam no circuito de Fórmula 1 de Monza, para terminarem em Mião, na Piazza Duomo, em frente à Catedral.
O contra-relógio é totalmente plano, sendo que tem algumas partes a descer. Ao fim de 8,8 kms temos o primeiro ponto de cronometragem. A partir daqui, o percurso é em ligeira descida, não muito pronunciada mas que se nota no perfil. Depois do 2º ponto de cronometragem, ao km 17,4, o terreno fica mais plano. Nos 2 quilómetros finais, existem 4 curvas perigosas, sendo que na última, a 400 metros, existe pavê.
Favoritos
Um contra-relógio numa Grande Volta é diferente de um contra-relógio em qualquer outra prova, já que o factor recuperação será importantíssimo para se estar na frente.
Tom Dumoulin foi colocado debaixo de fogo nos últimos dias, perdendo muito das suas energias, sendo que hoje, no final da etapa, foi evidente que chegou vazio de forças. No entanto, acreditamos que as suas capacidades de contra-relogistas não vão falhar e o campeão holandês vai conseguir derrotar toda a gente, conseguir a 3ª vitória em etapa e levar o Giro. Pode não ganhar com uma vantagem tão folgada como na etapa 10, pois preferiria um perfil mais acidentado.
Apesar de não ser um percurso muito duro, o ex-campeão do mundo Vasil Kiryienka tem que ser um dos favoritos, já que não se desgastou tanto como o esperado e tem mostrado boa forma. Tal como Dumoulin, gostava de um perfil com algumas dificuldades no entanto o bielorusso tem um percurso longo para “ligar” a sua máquina a diesel.
Outsiders
Bob Jungels foi um dos melhores no primeiro contra-relógio e acreditamos que também o será no de amanhã, aproveitando o facto de ser daqueles que melhor andam nos esforços individuais. Tem-se mostrado muito bem nas últimas etapas, mais fresco que alguns, o que joga a seu favor, sendo que parte com o objetivo de conquistar a camisola branca.
Jos van Emden esteve no top 10 num contra-relógio que não se adaptava muito bem a ele e, no dia de amanhã, tem um percurso muito melhor para ele, totalmente plano, onde pode colocar na estrada toda a sua potência.
Até há alguns dias, Luis Leon Sanchez estava em grande forma, e nos últimos dias parecia em quebra mas mostrou na etapa 19 que ainda está em busca da vitória. Já foi melhor no esforço individual que agora, mas numa Grande Volta costuma andar bem em contra-relógios de 3ª semana, onde a frescura é importante.
Possíveis surpresas
Michael Hepburn preferiria um contra-relógio mais curto, mas com poucos grandes especialistas de topo tem uma grande oportunidade para estar entre os primeiros e lutar pela vitória. Tobias Ludvigsson foi 3º num contra-relógio parecido na Vuelta do ano passado, pelo que é um ciclista a ter em conta amanhã, ele que será fundamental para Thibaut Pinot, para lhe dar indicações do percurso. Andrey Amador costuma estar entre os primeiros, mas não parece estar na melhor forma, pelo que não deve estar nos primeiros. Apontamos, ainda, na luta pelo top 10, Marcin Bialoblocki, Manuel Quinziato, Manuele Boaro, Martijn Keizer, Jan Barta e Silvain Dillier. Dos homens da geral, Thibaut Pinot e Ilnur Zakarin são aqueles que têm mais probabilidades de estar entre os melhores.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Maxime Monfort e Stef Clement.