Antevisão da 20ª etapa do Giro
Chegámos à derradeira etapa de montanha do Giro, aquela onde os ciclistas vão querer deixar tudo na estrada na tentativa de ganharem tempo aos seus adversários na luta pela classificação geral antes do dia final.
Percurso
190 quilómetros é o que separa os ciclistas de Pordenone a Asiago, uma jornada decisiva que servirá para fazer os últimos ajustes. Os primeiros 100 kms são bem mais calmos, só têm 1 contagem de montanha, o Muro Di Ca’Del Poggio, com 1,1 kms a 12,7%. O primeiro dos momentos decisivos é a meio da tirada, o Monte Grappa, com 24,2 kms a 5,3% servirá para fazer diferenças. A inclinação média é enganadora, tem 2 pequenas descidas e 3 partes planas, por exemplo, os primeiros 8,5 kms têm 7,8%.
Segue-se uma descida, uma parte plana de 13 kms até entrarmos para a última subida da 100ª edição do Giro, a ascensão a Foza. São 14 kms a 6,7%, é uma subida muito constante, praticamente sempre com a mesma inclinação. O cume é a 15 kms do final, e esta fase final não tem dificuldades de maior. Atenção que dentro dos 1500 metros finais há 4 curvas com indicação de perigo.
Favoritos
A etapa de amanhã é fácil de controlar no seu início e, apesar das grandes equipas já terem vitórias, a FDJ e a Katusha ainda não ganharam com os seus líderes. Essas duas equipas têm estado muito ativas nos últimos dias e amanhã não deve ser diferente.
Nas últimas duas etapas, Thibaut Pinot mostrou ser o ciclista mais forte. O francês está a acabar muito bem o Giro e tem os olhos no pódio e, quem sabe, na vitória final. Para isso, terá que ganhar mais tempo amanhã e nada melhor que uma vitória, onde conseguirá acrescentar as bonificações. Se não conseguir distanciar os seus adversários na subida, deve chegar um pequeno grupo onde será dos mais rápidos.
Ilnur Zakarin também tem sido dos mais ativos e tem, também, os olhos no pódio. Agora não terá tanta liberdade, mas vimos que a maioria dos seus adversários está muito justos de forças que podem ceder. Tal como referimos com Pinot, tem uma boa ponta final, caso chegue um pequeno grupo à meta.
Outsiders
Mikel Landa já venceu uma etapa, no entanto quer mais. O “maglia azurra” mostrou ser dos trepadores mais fortes da competição e pensamos que agora vai querer testar-se entre os favoritos e conquistar a 2ª etapa. Apesar do desgaste dos últimos dias, parece ainda estar fresco. Se na fase de plano ainda estiver no grupo, terá liberdade para atacar.
Também acreditamos que a fuga pode chegar e, aí, Rui Costa volta a ser um dos candidatos. O português conta já com 3 segundos lugares mas ainda não conseguiu a desejada vitória, tendo amanhã a derradeira oportunidade. Hoje esteve bem tacticamente e, se passar a subida na frente ou num pequeno grupo, tem tudo para fazer.
Muitas vezes já apontamos Patrick Konrad e o austríaco nunca esteve na frente. O ciclista da Bora-Hansgrohe tem estado muito bem durante todas as etapas, não perdendo muito tempo para os homens da geral, mas falta-lhe um triunfo. Se estiver na fuga, será dos mais fortes e tem na sua ponta final uma arma a utilizar.
Possíveis surpresas
Dentro dos ciclistas da geral, Domenico Pozzovivo poderá ter uma certa liberdade, já que não é um ciclista que ande bem no contra-relógio, por isso irá atacar, quer na subida, quer na fase de plano. Outro que terá que estar na ofensiva é Adam Yates pois tem uma vantagem curta para Bob Jungels na luta pela juventude, sendo que tem uma boa ponta final, algo que também podemos dizer do campeão luxemburguês. Bauke Mollema tem uma boa ponta final e também terá alguma liberdade. Vincenzo Nibali e Nairo Quintana terão que fazer a diferença na subida, se quiser vencer e ganhar tempo a Tom Dumoulin, mas não nos parecem a 100% para tal. Tom Dumoulin deverá jogar na defensiva, mas nunca se sabe se vai atacar na fase de plano. Para a fuga, devemos ter os elementos óbvios, sendo eles Omar Fraile, Luis Leon Sanchez, Pierre Rolland, Jan Hirt, aos quais acrescentamos Maxime Monfort, Stef Clement, Diego Rosa e Winner Anacona.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Joe Dombrowski e Pello Bilbao.