Antevisão da 19ª etapa do Giro
A última chegada em alto é amanhã e muitos homens da geral vão querer aproveitar para ganhar tempo para aqueles que andam bem no contra-relógio. Hoje vimos que os jogos tácticos podem ter um papel importante na definição da etapa, algo que pode acontecer também amanhã.
Percurso
A dureza continua, desta vez num modelo diferente, mais quilometragem, menos contagens de montanha e menos desnível, voltam as chegadas em alto. O início é de novo em subida, são 14 kms a cerca de 4%. Após uma longa descida surge o sprint intermédio, de novo colocado no topo de uma colina, que antecede mais uma longa descida. A ascensão de Sella Chianzutan surge logo de seguida, um total de 11,8 kms a 6,1%, que servirá para aquecer os motores para o momento decisivo.
A aproximação é longa, o suspense vai ser muito, para uma chegada em alto a Piancavallo que tem 15,4 kms a 7,3%, uma ascensão claramente com 2 fases, os primeiros 11 kms bem duros, sempre a mais de 7% e os últimos 4,4 kms menos duros, com algumas fases planos e sem grandes rampas.
Favoritos
A etapa de amanhã não é muito difícil de controlar, visto que não é muito dura e existem várias fases de plano para recuperar tempo para a fuga que estiver na frente da corrida. Movistar e Bahrain-Merida quererão controlar para tentar as bonificações.
Quem viu a etapa de hoje, viu que Tom Dumoulin é o ciclista mais forte da classificação geral, respondendo facilmente aos ataques dos seus adversários e contra-atacando, colocando todos em dificuldade. Hoje jogou mais na defensiva mas, se a vitória em etapa estiver em disputa, o camisola rosa não vai desperdiçar. Em caso de sprint, ninguém estará à sua altura.
Se a fuga resultar, temos que colocar Jan Hirt como um dos candidatos máximos. O checo tem feito uma terceira de alto nível, estando nas fugas mais importantes da tirada, parecendo estar na melhor forma da carreira. O início complicado faz com que seja mais fácil entrar na fuga, onde será dos grandes candidatos.
Outsiders
Thibaut Pinot aproveitou a guerra entre os favoritos para ganhar bastante tempo e entrar, novamente, na luta pelo pódio. Sebastian Reichenbach esteve fabuloso na ajuda ao seu líder e, se amanhã estiver igual, o ciclista da FDJ pode muito nem triunfar, quer com um ataque, quer no sprint final.
O pequeno Domenico Pozzovivo está de volta às grandes exibições, depois da queda horrível em 2015. O ciclista da AG2R tem estado bastante discreto mas tem aproveitado todas as oportunidades para atacar e fazer a diferença. Se o final se tornar táctico, Pozzovivo pode aproveitar para vencer.
Mikel Landa tem a classificação da montanha quase assegurada e, amanhã, há pouco pontos no miolo da etapa, pelo que pode esperar pelo final para atacar a desejada vitória em etapas. Como está longe na geral, terá uma certa liberdade, no entanto não é de descartar vê-lo em mais uma fuga, onde tem demonstrado ser dos mais forte.
Possíveis surpresas
Nairo Quintana não está a conseguir distanciar os seus adversários na montanha, pelo que amanhã não achamos que o consiga, apesar de ser uma subida ao seu jeito, mas se há ciclista que o pode conseguir é o colombiano da Movistar. Tal como referimos com Quintana, não achamos muito provável ver Vincenzo Nibali a vencer. O italiano não conseguiu deixar os seus adversários para trás e ainda sofreu no final, pelo que achamos que amanhã correrá na defensiva, esperando por sábado. Ilnur Zakarin também vai poder aproveitar o jogo táctico para atacar no final e aproximar-se do pódio, sendo que tem a seu favor o facto de ter uma boa ponta final. Steven Kruijswijk, Bauke Mollema e Adam Yates também estão na mesma situação, sendo que o último deve atacar com toda a certeza, na tentativa de distanciar Bob Jungels na luta pela juventude. Para a fuga, devemos ter os nomes já habituais, sendo eles Pierre Rolland, Luis Leon Sanchez, Winner Anacona, Philippe Deignan, Igor Anton, Omar Fraile, Joe Dombrowski e Rui Costa.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Dario Cataldo e Maxime Monfort.