Antevisão da Volta a Califórnia
Para animar as noites europeias, teremos, durante uma semana, a Volta a Califórnia, mais uma prova que subiu ao World Tour. Este ano, a prova norte-americana não vai poder contar com o brilhantismo das equipas continentais do seu país no entanto o elenco presente tudo fará para esquecer essa ausência. Num percurso bem completo, apenas um ciclista completo poderá triunfar.
Percurso
A primeira tirada será disputada em torno de Sacramento, com um total de 167 kms, e devemos ver a primeira chegada ao sprint. Nomes como Marcel Kittel, John Degenkolb, Elia Viviani, Peter Sagan e Alexander Kristoff querem começar bem.
Com apenas 144,5 kms, a segunda tirada vê chegar a montanha e em abundância. 3 contagens de montanha antecedem o brutal Mount Hamilton (6.9 kms a 8.7%). O pelotão deve já ser curto depois desta subida, existindo depois uma longa descida, que tem pelo meio mais uma dura subida. Os últimos 20 kms são todos em subida, apesar de não ser categorizada, sendo que a parte final é o mais duro.
A 3ª etapa trará mais uma chegada ao sprint, numa ligação entre Pismo Beach e Morro Bay, com 192,5 kms.
Santa Clarita tem o hábito de ver as etapas disputadas entre os homens rápidos e isso deve voltar a acontecer este ano. Apesar de dois terços da etapa não serem fáceis de controlar, com muito sobe e desce, as equipas dos sprinters não vão desperdiçar esta oportunidade, no entanto uma fuga pode vingar.
A etapa rainha surge ao 5º dia, com a chegada ao Mount Baldy. Duas duras primeiras categorias antecedem a subida. Falamos do Glendora Ridge Road (9.2 kms a 6.8%) e Glendora Mountain Road (12.6 kms a 5.1%). O Mount Baldy tem 8200 metros a 8,4%, sendo que os 6 quilómetros finais são os mais duros.
Big Bear Lake será o palco de todas as decisões no que diz respeito à classificação geral. Os ciclistas terão pela frente 24 kms num percurso completamente plano.
A etapa final não será um passeio. Serão apenas 125 kms, no entanto com duas 2ª categorias e uma 3ª categoria, nem todos os homens rápidos devem passar, só aqueles que aguentam melhor estas dificuldades, como Sagan, Degenkob e Kristoff.
Favoritos
O elenco da Volta a Califórnia deste ano tem algumas semelhanças com o do ano passado, algumas figuras de segunda linha dentro das principais equipas para a classificação geral e alguns dos melhores sprinters do Mundo para preparar o Tour. A prova irá sentir falta da Axeon Hagens Berman, uma equipa jovem e entusiasmante, que animava muito a corrida.
Um dos claros candidatos para esta corrida é Samuel Sanchez, o veterano da BMC que foi 6º no ano passado e procura ganhar ritmo competitivo. A equipa já disso que ele seria o líder, é um excelente trepador, defende-se perfeitamente nos contra-relógios e está motivado.
Andrew Talansky procura continuar a subir de forma, após um início de época conturbado, não completou as 2 provas que efectuou. O norte-americano traz uma boa equipa com ele e tem experiência aqui, foi 4º no ano passado.
Outsiders
Todas as atenções da Bora-Hansgrohe estarão em Rafal Majka, o polaco que esteve presente na Volta a Califórnia em 2011. Está aqui para preparar o Tour e tem tido uma temporada aceitável, com o 10º posto na Liege-Bastogne-Liege como grande destaque. Precisa de ganhar tempo na alta montanha, pois está longe de ser um puro contra-relogista.
A Team LottoNL-Jumbo é das equipas mais apetrechadas e com 2 opções viáveis. A primeira é Robert Gesink, o holandês está a fazer uma época ligeiramente abaixo do esperado, mas sempre esteve bem nesta prova, foi 9º em 2008, 8º em 2009, 1º em 2012 e 5º em 2015, um sofredor puro.
A 2ª opção é George Bennett, uma das grandes confirmações do ano, foi 9º na Volta a Catalunha e 11º na Vuelta al País Vasco. O neozelandês foi também 7º no ano passado e terá papel livre para fazer a sua corrida, o que também lhe irá retirar pressão. Consegue defender-se bem nos contra-relógios.
Possíveis surpresas
Alguns ciclistas a destacar, primeiro Brent Bookwalter, alguém que terá papel livre também na BMC e que está em grande forma, foi 11º no Tour of the Alps e 4º no Tour de Yorkshire, tem boa ponta final e é completo, foi 3º no ano passado. Estão presentes 2 portugueses, ambos com aspirações legítimas ao top 10, Tiago Machado na Katusha, ele que vem de um 11º lugar no Tour de Yorkshire e já foi 4º aqui em 2014, e ainda Ruben Guerreiro, líder da Trek-Segafredo a par de Haimar Zubeldia. A Team Sky vem quase com a terceira linha, mas não se pode descartar Peter Kennaugh, Ian Boswell e Tao Hart. Olho ainda em Kristijan Durasek, Lawson Craddock e Janier Acevedo. Por fim, estamos muito curiosos em ver o que pode fazer Enric Mas, que tem uma oportunidade de ouro de liderar a Quick-Step numa competição importante. O espanhol é um talento incrível e tem trabalhado na perfeição para os seus líderes.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Serghei Tvetcov e Gregory Daniel.