Antevisão da 4ª etapa do Giro
Após o primeiro dia de descanso, entramos em novo território, com a primeira chegada em alto da Volta a Itália. O Monte Etna vai servir de palco para as primeiras movimentações entre os favoritos e para se fazerem as diferenças iniciais entre estes.
Percurso
O Giro entra na Sicília com um marco icónico, a subida ao Etna. Um vulcão que até pode Voltar a ter actividade durante a noite e a sua ascensão ser cancelada, é improvável, mas pode acontecer. Nesta 4ª etapa os primeiros 55 quilómetros são planos e perfeitos para a fuga se formar, até à subida da Portella Femmina Morta, com um total de 32,8 quilómetros a 4,5%, um verdadeiro monstro onde grande parte da táctica para a etapa se poderá desvendar.
Depois de uma longa descida e de uma fase com algum sobe e desce e algumas colinas vem a grande ascensão ao Etna. Uma subida que tem 17,9 quilómetros a 6,6% e que na primeira metade é feita aos repelões. No início da segunda metade surgem as rampas a 12% e até à meta a montanha é relativamente estável, com a excepção do último quilómetro, que é mais suave. Quando é que foi a última chegada ao Etna? Em 2011, onde Contador ganhou à frente de Rujano, Garzelli e Nibali. Amanhã irá estar um clima agradável, mas uma ligeira brisa frontal no Etna.
Favoritos
Esta é uma etapa complicada de analisar tacticamente e muitos cenários podem acontecer. 1 – Os favoritos disputam entre eles a vitória na etapa, neste caso a fuga não tem grandes trepadores, a Quick-Step pensa que pode manter a liderança e Team Sky e Bahrain-Merida ajudam. 2 – Ataque surpreendente no Etna de um ciclista menos marcado devido à falta de uma equipa que controle em termos numéricos. 3 – Fuga do dia a chegar, não é de descartar visto que Jungels não é o melhor trepador aqui e as equipas podem estar com medo do que se passe a seguir ao dia de descanso. Destes 3, os 2 primeiros cenários são os mais plausíveis.
Sendo assim, escolhemos Vincenzo Nibali como um dos grandes candidatos, com todo o risco que isso acarreta após as exibições menos conseguidas na Volta a Croácia. É dos poucos que tem motivação extra, é natural da Sicília, a etapa amanhã culmina na sua terra natal e quer entrar lá a vestir de rosa. A Bahrain-Merida já se mostrou disposta a trabalhar e Siutsou parece estar muito forte.
Se Geraint Thomas quer ganhar o Giro tem que fazer algo aqui. O galês já está em forma há algum tempo, mostrou-se em forma no Tour of The Alps e tem de ganhar tempo àqueles que apontam o seu pico de forma para a última semana. Tem a grande vantagem de ter Mikel Landa ao seu lado e a Team Sky já teve grandes prestações depois de dias de descanso, apesar de neste campo ser muito “hit or miss”.
Outsiders
É estranho apenas inserir Nairo Quintana nesta categoria, mas temos a sensação que o colombiano, claramente o melhor puro trepador aqui presente, está a apontar baterias para a 3ª semana, isto porque é a única maneira de ele conseguir fazer Giro-Tour de forma eficiente. Além disso não se pode desgastar muito e esta não é uma tirada para fazer grandes diferenças.
Davide Formolo é um daqueles ciclistas que assenta no 2º cenário. Está em grande forma, como mostrou no Tour of the Alps e na Liege-Bastogne-Liege, e com a Cannondale tendo tantas opções, ser-lhe-á concedida alguma liberdade, até pelos seus rivais de outras equipas.
Os irmãos Yates têm estado em grande nas chegadas ao alto, Simon já ganhou 2 fruto de ataques de longa distância e Adam foi 4º no Tour do ano passado. Adam Yates precisa de confirmar a sua ascensão, a Orica está sempre bem na 1ª chegada ao alto e, além disso, como o britânico não é um bom contra-relogista terá alguma liberdade para sair, tendo ainda uma boa ponta final, se necessário.
Possíveis surpresas
Thibaut Pinot é, dos homens da geral, talvez aquele com melhor ponta final, só que o francês não tem um bom historial após dias de descanso, veremos se já resolveu esses problemas. Ilnur Zakarin diz que está muito bem e precisa de recuperar tempo após o seu problema mecânico na 2ª etapa, simplesmente não nos parece tão bem como no ano passado. Para o 2º cenário que mencionámos gostávamos de nomear nomes como Mikel Landa, Domenico Pozzovivo, Tejay van Garderen, Rui Costa, ou mesmo Patrick Konrad, todos ciclistas atacantes, Landa e Pozzovivo treparam bem no Tour of The Alps, van Garderen em subida de forma. Para a fuga do dia são opções Alexander Foliforov, Hugh Carthy, Igor Anton, Rohan Dennis e Omar Fraile.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Dario Cataldo e Pierre Rolland.