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Antevisão da Volta aos Alpes (Giro del Trentino)


Durante esta semana o ciclismo não se restringe só às clássicas das Ardenas. Os corredores que querem fazer preparação mais específica para a Volta a Itália estão no Tour of the Alps, uma prova com um nome novo, sendo mais conhecida por Giro del Trentino. No menu está montanha, muita montanha, e uma lista de participantes de qualidade.

Percurso

As dificuldades montanhosas começam logo na 1ª etapa, uma jornada curta, 143 kms, mas com um desnível incrível. A meio há o duro Brandernberg, 8,1 kms a 5,4%, depois a subida de Aschau, 1,4 kms a 11,8% e a ascensão que pode partir o pelotão é o Schlogelsbach, com 3 kms a 9,1%, estando a 23,5 kms da meta. O final em Innsbruck tem 3,6 kms a 7,3% e pode logo começar a decidir a classificação geral.

O 2º dia pode ser mais calmo, mas tudo depende da atitude do pelotão na subida de St. Justina, pois tem 4,5 kms a 8,4% e está já dentro dos últimos 25 kms. A parte final tem 9,6 kms a 3,3%, é uma espécie de falso plano que parece não ter fim.

A etapa rainha vem ao 3º dia, com apenas 142 kms. A 1º subida é o Passo delle Erbe, que tem 14,5 kms a 6,3%, apesar de uma descida a meio, depois o Alpe Rodengo tem uns incríveis 8 kms a 10,3% e para acabar temos a ascensão a Funes, que é a chegada ao alto mais dura da competição, com 8,7 kms a 6,9%.

A 4ª tirada parece desenhada para a fuga e para corredores que estejam a lutar pela classificação da montanha, especialmente com o Passo Mendola logo ao início (14,6 kms a 6,6%). A 35 kms da meta está a grande dificuldade do dia, a Forcella di Braz, com 5,8 kms a 10,6%.

Para acabar a prova temos a etapa mais dura, após 3 subidas relativamente duras, temos um monstro, o Vason Monte Bondone, com 19 kms a 6%. Está a 40 kms da meta, mas pode ser alvo de ataques. A 7 kms do final há uma colina bem dura, 2,1 kms a 9,1%.

Favoritos

Quem quiser ganhar esta competição vai ter que estar na frente todos os dias, pois as dificuldades vão estar presentes em cada uma das 5 etapas da prova. É necessário ter, também, uma certa explosividade e ponta final, dado que as bonificações podem ser importantes no final.

Geraint Thomas já se deu bem em terras transalpinas esta temporada, ao terminar o Tirreno-Adriatico em 5º lugar. Esteve bem na Volta a Catalunha e, recentemente, teve um estágio no Monte Teide. Como o Giro tão perto, a sua forma já deve ser bastante boa, por parte de um ciclista que para além de subir bem também tem uma boa ponta final. Em finais tácticos, também se costuma destacar, tendo a experiência da pista.

Acreditamos que Thibaut Pinot possa ser o grande adversário do britânico. O francês anda sempre muito bem em provas de uma semana (este ano já foi 3º no Tirreno e em Andalucia, onde venceu uma etapa), estando sempre ao ataque nas etapas de montanha. Os seus maiores problemas podem ser as descidas e a falta de equipa, já que pode ficar isolado cedo nas tiradas, pois só Steve Morabito é capaz de o apoiar.

Outsiders

Sem nenhum contra-relógio, Davide Formolo tem que ser um homem contente. O italiano é um grande trepador, teve o seu primeiro grande resultado na Vuelta do ano passado, e este ano já apresentou sinais de boa forma. Ao correr em casa, a motivação é grande, e os finais em alto, ao não serem muito duros são perfeitos para o ciclista da Cannondale.

Se há ciclista que não falha nesta prova é o pequenino Domenico Pozzovivo. Conta já com 8 top 10 em classificações gerais, vencendo já 3 etapas e a edição de 2012. Este ano, parece estar a ter uma melhor preparação para o Giro, apresentou um melhoramento de forma ao longo das provas que tem feito, ao contrário do que aconteceu na temporada passada. A não presença de contra-relógio também o beneficia .

A Team Sky é a equipa mais forte aqui presente e, para além de Thomas, temo vencedor do ano passado, Mikel Landa. Até agora, o basco ainda nada mostrou, pelo que tem que se destacar nesta prova para merecer ser co-líder no Giro. Nos últimos 2 anos, andou muito bem aqui e venceu etapas parecidas com as que vamos ter. Tal como dissemos com Thomas, pode aproveitar a superioridade numérica da sua equipa.

Possíveis surpresas

Nesta categoria, vamos destacar uma equipa: a Androni Giocatolli. A formação de Gianni Savio não foi convidada para o Giro e tem estado a fazer um calendário italiano de grande qualidade, vencendo diversas provas e estando na discussão de outras. Aqui, vão querer estar mais uma vez ao ataque, com Egan Bernal a ser a principal peça, ele que foi 16º no Tirreno-Adriatico e vem de um 2º lugar no Giro dell’Appennino. O colombiano é um dos grandes talentos na montanha e pode aproveitar o facto de não ser tão marcado para vencer etapas e, quem sabe, discutir a geral. O mesmo dizemos do seu compatriota Rodolfo Torres. Mattia Cattaneo é a última carta da Androni. Rohan Dennis deve ser o líder da BMC, preparando aqui o Giro e a sua primeira grande prova de 3 semanas, e com subidas não muito íngremes pode ser uma surpresa. Outra surpresa pode ser Danilo Celano, vencedor do Giro dell’Appennino, e que corre pela Selecção Italiana ao lado de Rinaldo Nocentini. Destacamos, ainda, Hugh Carthy, Damiano Caruso, Emanuel Buchmann e Michele Scarponi.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Matteo Busato e Rinaldo Nocentini.


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