Paris-Roubaix mais rápido de sempre, porquê?
Quando Greg van Avermaet passou a linha de meta no Velódromo de Roubaix para concluir os 257 quilómetros da prova, o relógio marcava 5 hora, 41 minutos e 7 segundos. Isto quer dizer que a edição de 2017 do Paris-Roubaix foi a mais rápida de sempre, com 45,204 km/h de média superando os incríveis 45,129 km/h da edição de 1964. Recordamos que em 1964 havia muito menos sectores de empedrado. Vamos às possíveis razões. 1 – Clima – Com o vento de cauda e uma temperatura amena, perfeita para praticar a modalidade é normal que a velocidade seja mais elevada. Os próprios organizadores reconheceram isto, adiando a partida em 15 minutos, o suficiente para o pelotão não parar e dar passagem a um TGV. 2 – Factores naturais – O material usado hoje em dia nas corridas é muito mais evoluído tecnologicamente que no passado, o que permite velocidades mais elevadas, desde rodas a quadros. Para além disso com o avanço da medicina e maiores conhecimentos sobre o corpo humano, é possível levá-lo ao limite, usando por exemplo a alimentação, de uma forma muito mais meticulosa. 3 – O medo – Matthew Hayman, vencedor em 2016 saiu de uma fuga que se formou logo antes do primeiro sector de pavé. Portanto, este ano, houve medo de deixar sair gente com potencial para ganhar a prova bem cedo. Tanto que as 2 primeira horas foram percorridas a mais de 50 km/h e a fuga nunca teve mais de 1 minuto de avanço. As equipas dos grandes favoritos estiveram atentas a este facto e queimaram mais gente, mais cedo. 4 – A transmissão televisiva – O Paris-Roubaix deste ano voltou a ter transmissão na integra, o que despertou ainda mais o desejo das equipas menores de colocar gente na frente. Caso conseguissem, e ao contrário de outros anos, teriam pelo menos 2 horas de tempo de antena, que de outra forma, poderiam não ter. 5 – Um novo paradigma – As clássica este ano viram as principais figuras a mexer deste muito cedo, veja-se o ataque de Gilbert no Tour de Flandres, uma tendência que bem gostamos, admiramos e esperemos que continue. Isto faz com que realmente os mais fortes, audazes e inteligentes sobrevivam e torna as corridas bem mais rápidos em relação à média horária.