Antevisão da Volta ao País Basco
Entre o Tour de Flandres e o Paris-Roubaix, o World Tour continua com as provas por etapas em solo espanhol. Após a Volta a Catalunha, é a vez dos ciclistas de deslocarem mais para Norte para realizarem a Volta ao País Basco, prova conhecida pelos seus fervorosos adeptos e pelas suas subidas íngremes. O espetáculo está garantido, não só pelos ciclistas que vão lutar pela prova, mas também pelos classicómanos que vão ter aqui o último grande teste antes da semana das Ardenas.
Percurso
A primeira etapa deve ver uma chegada ao sprint, apesar de duas subidas a meio da tirada. O final é bastante perigoso, com muitas curvas nos 3 kms finais.
A segunda tirada volta a apresentar apenas duas subidas categorizadas, no entanto o final conta com duas subidas, que têm sprints intermédios no seu topo, sendo que a última está localizada a 6.2 kms do final (1100 metros a 6.6%). Apenas os 500 metros finais são planos.
Tudo começa a complicar ao terceiro dia, com 7 subidas difíceis, 4 delas nos 50 kms finais. Falamos do Alkizako Gaina (4 kms a 6.52%), o Andazarrateko Gaina (5.9 kms a 6.27%) seguido de uma subida não categorizada a 7%. A subida final começa a menos de 20 kms do fim, com o Mendozorrotzko Gaina (7.7 kms a 4.9%), sendo os primeiros quilómetros algo duros. O final é plano.
A quarta etapa é fácil de explicar, tendo 174,1 kms e duas subidas categorizadas: Sollube (4.6 kms a 7.8%) e Alto del Vivero (5.6km al 8.19%), sendo que o seu final fica a 14 kms da chegada. Tal como no dia anterior, o final volta a ser plano, depois de uma descida.
A etapa rainha está marcada para o quinto dia, com a tradicional chegada a Eibar. Ao ser curta, a etapa vai ser bastante atacada, ela que conta com 5 subidas antes da meta, 2 delas nos últimos 3 quilómetros e ambas a rondar os 7% de inclinação. A subida para o Alto de Arrate vai ser feita, este ano, por uma vertente diferente, tendo 3.9 kms a 10,7%, sendo suficiente para fazer diferenças entre os favoritos. Os últimos 2 kms são em descida.
Tudo termina com um contra-relógio de 27 kms na cidade de Eibar. A parte inicial tem um subida de 6.7 kms a 6.5%, mas com algumas zonas acima dos 8%. O resto é feito em terreno plano e prefeito para os especialistas.
Favoritos
Sem bonificações, tudo se deve decidir na etapa de Errate e no contra-relógio final. Como tem vindo a ser tradição, a chegada a Errate acaba em descida, pelo que é provável vermos um pequeno grupo a chegar à meta, sendo tudo decidido no dia final.
O campeão em título Alberto Contador está cá para defender o seu título e parte na pole position. Esta é a sua última prova antes de uma pequena pausa, pelo que deve sentir-se ainda mais motivado, ainda que o cansaço possa começar a aparecer. Não deve ceder na subida de Errate e, em contra-relógios com algumas dificuldades, costuma ser um dos melhores do mundo. O 5º triunfo está ao seu alcance.
Alejandro Valverde está numa forma fenomenal, tendo ganho 3 etapas e a geral da Volta a Catalunha, com alguma facilidade. Aqui, tem muitas tiradas perfeitas para ele, no entanto a não presença de bonificações é mau para o murciano. No contra-relógio deve andar entre os melhores e também vencê-lo, sendo este parecido com o da Vuelta a Andalucia onde foi 2º.
Outsiders
Ion Izagirre é um dos melhores do mundo em contra-relógios “ondulados”, pelo que deve estar a esfregar as mãos ao ver a etapa final. As restantes subidas não são muito ao jeito do ciclista da Bahrain, por serem algo explosivas, mas o basco já provou que pode estar com os melhores, onde já foi 3º em 2015.
Um dos ciclistas do momento é Julian Alaphilippe, ele que esteve em evidência no Paris-Nice e na Milano-SanRemo, e tem aqui a prova de preparação final para as clássicas das Ardenas. As subidas são perfeitas para ele e até o contra-relógio é bom para ele, já que, este ano, já conseguiu bater estes adversários noutras provas.
Pode parecer surpreendente, mas Primoz Roglic volta a ter aqui uma boa prova para melhorar o seu palmarés. Venceu no Algarve e foi 4º no Tirreno, tendo agora uma nova oportunidade para brilhar. Nas etapas de montanha deve perder pouco ou nenhum tempo, podendo rematar mais uma vitória no dia final.
Possíveis surpresas
Simon Yates vem de vencer o GP Miguel Indurain, já foi 5º aqui e parece estar numa excelente forma. Pode não ser tão marcado pelos seus adversários, podendo aproveitar isso para ganhar tempo que possa vir a perder no contra-relógio. Sergio Henao está numa situação parecida. Ganhou o Paris-Nice, foi 3º no GP Miguel Indurain e tem etapas ao seu jeito, mas no contra-relógio deve perder algum tempo, que o podem afastar da luta pelo titulo. Simon Spilak está de regresso aos bons resultados, tendo apresentado boa forma no Tirreno-Adriatico e é um ciclista a ter em atenção, dado que anda muito bem em contra-relógios com algumas dificuldades, tendo o pódio ao seu alcance. Diego Ulissi, Romain Bardet, Samuel Sanchez, Gorka Izagirre e Michael Woods devem andar bem mas o contra-relógio vai ser fatal para as suas aspirações na geral.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Jakob Fuglsang e Luis Leon Sanchez.