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Antevisão do Tour de Flandres


Chegou o momento que muitos fãs de ciclismo esperavam, o segundo monumento do ano está aí com o Tour de Flandres a marcar uma espécie de climax nesta fase das clássicas. Esta é uma das corridas mais épicas do ano, pela distância, pela tradição, pela dureza, pelo histórico. O Tour de Flandres é um dos grandes objectivos do ano para muitos corredores, prometendo assim muito espectáculo.

Percurso

Num traçado muito semelhante ao de anos anteriores, a grande novidade nesta edição é o regresso do Muur-Kappelmuur, uma ascensão icónica, que foi colocada a cerca de 95 kms da meta. A prova tem mais 6 kms que no ano passado, totalizando 261 kms.

Como é normal neste tipo de corridas, a parte inicial apenas irá servir para estabelecer a fuga do dia e para acumular fadiga nas pernas. Esta primeira parte da prova é constituída por 116 kms, altura em que surge a primeira dificuldade, e é logo o Oude Kwaremont (2.2 kms a 4%). Esta subida marca a 2ª parte da prova, que se caracteriza por muitas ascensões, numa rápida sucessão.

Começa pela Kortekeer, depois o duro Eikenberg (1.2 kms a 5.2%) aparece aos 134 kms, logo seguido do Wolverberg (1.65 kms a 7.9%). Nesta altura já deverá ter havido ataques no pelotão, de figuras secundárias quase seguramente.

Ainda nesta 2ª fase da corrida, do primeiro circuito de Oudenaarde, há muito para contar, pois os corredores ainda terão de enfrentar o sector de pave de 2 kms do Haaghoek, e as subidas asfaltadas do Leberg (0.95 kms a 4.2%), do Berendries (0.94 kms a 7%) e ainda a ascensão do Tenbosse (0.45 kms a 6.9%). Segue-se o duríssimo Muur-Kapelmuur, antes de cerca de 18 kms de terreno plano. As subidas antes do 2º circuito são o Pottelberg e o Kanarieberg (1 kms a 7.7%), com esta última a culminar a 70 kms da meta.

Mas a corrida só vai começar a aquecer quando os ciclistas entrarem na 3ª fase da prova e no 2º circuito de Oudenaarde, que começa com mais uma passagem do Oude Kwaremont, à qual se segue o famoso Paterberg (0.36 kms a 12.9%). A 44.6 kms da meta aparece o Koppenberg (0.6 kms a 11.6%), logo seguido do sector de pave do Mariaborrestraat, do Steenbeekdries (0.7 kms a 5.3%) e do Taaienberg (0.53 kms a 6.6%), que está a 36.8 kms do final.

Mas é a secção final que é a mais importante e que, ao que tudo indica, irá definir o resultado da corrida, com o Kruisberg (2.5 kms a 5%) a anteceder a terrível dupla do Oude Kwaremont e do Paterberg, sendo que esta ascensão termina a apenas 13.3 kms da linha de meta. Da última dificuldade até à linha de meta as estradas são planas e bastante largas, perfeitas para uma perseguição a um ciclista que esteja isolado.

Favoritos

Essencialmente espera-se uma corrida muito táctica, a grande incógnita será qual a equipa que realmente vai dar início ás hostilidades, mas dada a sua força em termos de números, pode bem ser a Quick-Step, também para tentar pôr Sagan em xeque.

Peter Sagan foi o vencedor em 2016 e vem aqui defender o título. A forma física parece estar lá e as recentes picardias com a Quick-Step podem ter despertado ainda mais o touro. A ganhar cremos que será mais pela força física pura do que pela parte táctica, até porque conta com uma equipa curta para o seu estatuto, Lukas Postlberger, Andreas Schillinger, Marcus Burghardt e Maciej Bodnar podem não chegar.

Quem pode aproveitar de novo as guerrilhas do pelotão é Greg van Avermaet, o belga que tornou-se no 2º ciclista de sempre a conseguir ganhar Gent-Wevelgem, E3 Harelbeke e Omloop het Nieuwsblad no mesmo ano. Conta com apoios experientes, como Daniel Oss e Martin Elmiger, mas também com jovens talentos como Silvan Dillier. Muito astuto, e cada vez melhor tacticamente.

Outsiders

Oliver Naesen tem sido um dos grandes destaques da temporada das clássicas, após fazer top 10 na E3 Harelbeke, Gent-Wevelgem, Omloop het Nieuwsblad e Kuurne-Brussels-Kuurne. É um ciclista ofensivo, não muito marcado e com boas relações no pelotão. Conta com o apoio importante de Stijn Vandenbergh.

Philippe Gilbert é outro dos homens do momento, recente vencedor dos 3 dias de la Panne, é uma das 4 opções principais da Quick-Step, juntamente com Boonen, Terpstra e Stybar. Destes consideramos que Gilbert é o melhor tacticamente, o menos marcado e com mais confiança actualmente, o que o pode beneficiar em muitos contextos.

Tiesj Benoot tem passado um pouco mais despercebido este ano, mas os resultados têm sido de qualidade. Não tem estado na discussão directa, mas segue sempre no grupo perseguidor e depois consegue bons resultados no sprint, graças à boa ponta final que possui. Conhece estas estradas como a palma da mão e tem muita ambição.

Possíveis surpresas

Claro que a Quick-Step tem muito por onde escolher e pode ditar o rumo da corrida, Tom Boonen quer fechar a sua carreira em beleza e repetir as vitórias de 2005, 2006 e 2012. Niki Terpstra quer deixar para trás as recentes polémicas e Zdenek Stybar parece em pior condição física do que em outros anos. Sep Vanmarcke já fez 3º em 2014 e 2016, não está no seu melhor, tem sofrido de problemas estomacais, veremos se já estão resolvidos. John Degenkolb é uma especialista em clássicas, só que o Tour de Flandres nunca foi a sua praia. Arnaud Demare e Alexander Kristoff são ciclistas que em grupo reduzido podem fazer estragos, o francês tem os seus dias e o norueguês já esteve melhor. Há uma equipa que muitos subvalorizam e que pode decidir a corrida, a Orica-Scott, que tem Luke Durbridge, 4º na Dwars door Vlaanderen e na E3 Harelbeke, Jens Keukeleire, 2º na Gent-Wevelgem, Matthew Hayman, vencedor do Paris-Roubaix e ainda Magnus Cort, um corredor com muito potencial. Todos com capacidade para fazer uma gracinha.

Super-Jokers

Os nossos super-jokers são Dylan van Baarle e Alexey Lutsenko.


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