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Antevisão do E3 Harelbeke


Com a realização da Dwars door Vlaanderen, na passada quarta-feira, as clássicas do Norte continuam. Agora é a vez do E3 Harelbeke que se realiza no dia de amanhã e vai servir como o primeiro grande teste aos candidatos dos dois próximos monumentos da temporada, o Tour de Flandres e o Paris-Roubaix. Praticamente todos os grandes favoritos a essas corridas estão presentes.

Percurso

Esta prova tem, como seria de esperar, um perfil semelhante, às clássicas de pavê que se vão disputar nos próximos dias, com destaque para o Tour de Flandres, muito por culpa das diversas subidas que são ultrapassadas nas duas provas. Serão, no total, 206.1 kms, com um total de 15 subidas em empedrado. As subidas começam cedo na jornada, com Katteberg (600 metros a 6.7%), a surgir após 28.9 kms de prova, uma subida que deve servir apenas para os ciclistas se adaptarem ao pavê. Seguem-se 60 kms de terreno plano, até atingirem o La Houpe (3,4 kms a 3.32%). 20 kms mais à frente, voltam as dificuldades, e desta vez em grande quantidade. Serão 5 subidas em apenas 20 kms: Oude Kruisberg (800 metros a 4.8%), Knokteberg (1530 metros a 5.3%), Hotondberg (1,2kms a 4%), Kortekeer (1 km a 6.4%) e o famoso Taaienberg (650 metros a 9.5%, com rampas de 18%). Ultrapassado o Taaienberg, restam 75 kms para a meta, o que significa que as primeiras movimentações entre os principais candidatos podem começar neste momento. Mesmo com possíveis ataques, seguem-se 8 kms de plano, o que deve levar ao reagrupamento de pequenos grupos que se tenham formado. Aí, os ciclistas vão apanhar 3 subidas seguidas, sendo elas o Boigneberg (2180 metros a 5.8%), o Eikenberg (1200 metros a 5.5%) e o Stationsberg (460 metros a 3.2%). A última destas fica situada a 56 kms do fim. Passados mais 10 kms de plano, os ciclistas chegam ao Kapelberg (900 metros a 4%). Esta subida será apenas um aperitivo para o que se segue, uma vez que a subida seguinte é o temível Paterberg (365 metros a 12.9%, com rampas de 20%), que fica situado a 42 kms da meta. Apenas 3.5 kms à frente, existe outra das grandes subidas do mês de Abril, o Kwaremont (1500 metros a 4%). Restam, somente, 37 kms e apenas 2 subidas para vencer as últimas diferenças, isto se ainda não tiverem sido feitas. A primeira surge a 30 kms do fim, Karnemelkbeekstraat (1530 metros a 4.9%), ao passo que a posterior é 11 kms à frente, Tiegemberg (1 km a 6.5%, com rampas de 9%). Pelo meio, existe um pequeno setor de pavê, o Varentstraat, em terreno plano. O Tiegemberg está localizado a 19 kms da meta e a partir desse momento o terreno é plano.

Favoritos

O inevitável Peter Sagan parte, mais uma vez, como o grande favorito para uma prova que já bem conhece. No ano passado foi batido por Michal Kwiatkowski e já a venceu em 2014, para além de mais um 2º posto em 2013. Sagan não gosta de correr na defensiva, como se viu na Milano-San Remo, e é expectável vê-lo ao ataque no Kwaremont ou Paterberg. Se for mais cirúrgico que noutras corridas já disputadas, o campeão do mundo tem tudo para levar o triunfo.

O campeão belga Philippe Gilbert é um dos ciclistas em boa forma no pelotão internacional. O ciclista da QuickStep foi 13º no Paris-Nice e 2º na Dwars door Vlaanderen, depois de ter feito ataques muito fortes. Gilbert está na equipa com mais soluções para poder triunfar e, por isso, o jogo táctico pode favorecê-lo no final. A uma semana do Tour de Flandres, o seu primeiro grande objetivo da temporada, o belga está a ultrapassar com facilidade as subidas e sprinta, também, muito bem em grupos restritos.

Outsiders

Greg van Avemaet é, obviamente, mais um crónico candidato. O campeão olímpico já venceu a Omloop esta temporada e esteve no ataque decisivo da Kuurne-Brussels-Kuurne, conseguindo bater Sagan na primeira prova referida. Este é dos poucos ciclistas que o pode conseguir fazer novamente, no entanto no final deve ficar isolado, tal como a maioria dos ciclistas, podendo ser uma desvantagem.

O britânico Luke Rowe está numa temporada de afirmação. Já venceu uma etapa no Herald Sun Tour, esteve no top 6 das duas clássicas de abertura da temporada de clássicas, sendo dos mais fortes nas subidas. Rowe é um ciclista rápido em grupos restritos, mas não será capaz de bater os nomes já referidos, mas pode aproveitar o facto de ainda não ser tão marcado para atacar no final.

Outra carta que a QuickStep vai utilizar é Zdenek Stybar. O checo é dos melhores do mundo nas clássicas flamengas e parece estar em excelente forma, após um ano menos bem conseguido. Foi dos mais fortes nas subidas da Dwars door Vlaanderen, falhando só a movimentação certa, mas onde não podia perseguir pois tinha lá dois companheiros. Após um longo dia, Stybar é um ciclista rápido e, tal como falamos sobre Gilbert, pode aproveitar a supremacia da sua equipa na frente para vencer.

Possíveis surpresas

A QuickStep tem ainda mais 3 opções viáveis para triunfar. Falamos de Niki Terpstra , que a par de Stybar foi o mais forte nas subidas da clássica da passada quarta-feira, e que para ganhar vai ter que chegar isolado; Tom Boonen, ciclista que está na sua última temporada e já venceu esta prova por 5 (!) ocasiões, sendo uma das apostas para um sprint num pequeno grupo, bem como Matteo Trentin. Sep Vanmarcke é um dos melhores do mundo nestas provas, mas uma queda na Strade Bianche aleijou-o nas costelas e, pensamos que ainda não esteja totalmente recuperado; caso contrário, estará na frente. Luke Durbridge esteve fortíssimo na Dwars door Vlaanderen e aponta a mais um excelente resultado. Alexander Kristoff e John Degenkolb vão tentar seguir todas as movimentações e esperar pelo sprint final, onde serão os mais fortes, a par de Sagan. Tiesj Benoot ainda não tem nenhuma vitória na carreira, mas tantas vezes o cântaro vai a fonte que vai ter que partir; está a ter uma excelente temporada e é a melhor opção da Lotto-Soudal. Atenção, ainda, a Oliver Naesen, ciclista da AG2R que acabou no top 10 todas as clássicas do empedrado até agora já disputadas; tem um sprint razoável e pode surpreender. Por último, caso os primeiros planos falhem, a Sky tem Ian Stannard e a Trek tem Jasper Stuyven.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Matti Breschel e Tony Gallopin.


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