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Antevisão da Volta a Catalunha


Após a Milano-Sanremo, as provas por etapas estão de regresso ao calendário World Tour e a Volta a Catalunha é a paragem seguinte para as equipas. A primeira de duas provas por etapas em solo espanhol começa já amanhã e promete muito espectáculo, com várias chegadas em alto e grandes nomes do ciclismo presentes.

Percurso

Mais uma vez a Volta a Catalunha tem a sua primeira etapa com início e final em Calella. No ano passado ganhou Nacer Bouhanni, mas este ano a tirada tem mais 1 subida, o Alt El Muntanya, que tem 4,3 kms a 6,9%, que deverá seleccionar ainda mais o grupo.

A grande novidade no percurso vem na 2ª etapa, um contra-relógio colectivo de 41 kms, que poderá fazer diferenças decisivas na classificação geral. É um traçado com muito sobe e desce, o que torna o dia ainda mais difícil, inclui algumas partes com 1,5 km a 5%.

A alta montanha chega logo no 3º dia, para alguns corredores começarem a rectificar as perdas do 2º dia. As 3 contagens de 1ª categoria têm 9,5 kms a 6,5%, 9,4 kms a 6,1% e 12,7 kms a 4,3%, respectivamente. A parte final não é excessivamente dura e poderemos ver um grupo de 5/10 elementos a discutir a vitória.

A 4ª etapa é uma longa ligação de 195 kms e o ponto decisivo é a contagem de 2ª categoria que está a 13 kms do final. Tem 5,3 kms a 5,4% e alguns homens rápidos poderão pensar no triunfo. Primeira hipótese para a fuga.

A 5ª tirada culmina com uma chegada em alto bem dura, podem fazer-se grandes diferenças, a subida a Lo Port tem um total de 13,3 kms e uma inclinação média de 7%.

Na 6ª jornada teremos mais um dia de ligação, com sobe e desce constante. Sendo complicada de controlar, deverá ser a grande oportunidade para a fuga. A contagem de 1ª categoria a 36 kms da meta tem 10,5 kms a 5,2%.

Para terminar em beleza temos o clássico circuito de Barcelona, um final espectacular. Ao todo são 7 passagens pelo Alto de Montjuic (2,2 kms a 5,1%), a última delas a 3800 metros do final.

Favoritos

Esta é uma prova que será decidida basicamente em 3 dias, nas 2ª, 3ª e 5ª etapas, é preciso ser-se um excelente trepador, em boa forma, e com uma forte equipa a apoiá-lo, não só para controlar as etapas, mas também para fazer um bom contra-relógio colectivo.

Alberto Contador vem de uma dura derrota no Paris-Nice, mas por outro lado estará bastante motivado pela condição física que está a demonstrar. A chegada ao alto é mesmo perfeita para ele, mas deverá perder tempo no contra-relógio colectivo. A equipa conta com reforços de peso como Peter Stetina e Bauke Mollema, podem ser elementos decisivos.

Terceira competição do ano para Chris Froome, mas esperemos que o britânico já ande a um nível muito elevado. A Team Sky fará um bom registo no contra-relógio colectivo, salvo percalços mecânicos e tem talvez a melhor equipa na montanha.

Outsiders

Vencedor desta prova em 2009, Alejandro Valverde vem de uma paragem prolongada devido a problemas de saúde. Estava em grande forma em Fevereiro, veremos se o murciano já está totalmente recuperado. A Movistar tem Castroviejo, Amador e Nelson Oliveira no contra-relógio e ainda conta com Ruben Fernandez e Marc Soler na alta montanha.

A Quick-Step Floors tem um trio de luxo na alta montanha, mas Daniel Martin deverá ser o líder, até porque as subidas longas são ao seu jeito. A equipa não irá andar tão bem como habitualmente no contra-relógio colectivo, pois não tem nenhum grande especialista.

Esta aposta pode parecer estranha, mas Rohan Dennis pode fazer um bom resultado. A BMC é a provável vencedora do contra-relógio colectivo e Dennis está em boa forma. Foi 15º na chegada em alto no Tirreno e tentará de novo minimizar perdas. O facto das subidas não serem extremamente inclinadas beneficia-o.

Possíveis surpresas

Geraint Thomas está numa forma fenomenal a caminho do Giro, está cheio de ritmo nas pernas e pode ser o grande beneficiado da Team Sky ter várias opções. Outra equipa na mesma situação é a Quick-Step Floors com Julian Alaphilippe, o francês está em grande após o Paris-Nice e a Milan-San Remo. A BMC conta com um trio de luxo para além de Dennis, falamos de Samuel Sanchez, Tejay van Garderen e Ben Hermans, mas todos nos parecem um pouco fora de forma. Adam Yates abandonou o problemas com problemas de saúde, dificilmente está totalmente recuperado. É preciso ter em atenção ciclistas que andaram bem nas montanhas do Paris-Nice, falamos de Ilnur Zakarin, Jakob Fuglsang e Pierre Latour. Andrew Talansky está a estrear-se em competições este ano, Rafal Majka, Steven Kruijswijk e Louis Meintjes parecem-nos claramente fora de forma. Cuidado especial com Bauke Mollema, uma segunda cartada a jogar pela Trek-Segafredo, o holandês é muito consistente e foi 4º em Abu Dhabi Tour e 9º no Tirreno-Adriatico.

Super-Jokers

Os nossos super-jokers são Davide Formolo e George Bennett.


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