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Antevisão da Milano-Sanremo


Eis o primeiro Monumento da temporada! Após uma longa espera, a “La Primavera” abre, de forma mais séria, a temporada de clássicas, sendo esta aquela em que os sprinters têm mais probabilidade de poder brilhar e conseguir erguer os braços, no entanto, nunca podemos descorar um ataque perto do final.

Percurso

A Milano-Sanremo continua com o seu formato tradicional, com a Cipressa e o Poggio a marcarem de forma decisiva a prova, depois de 291 quilómetros de prova.

A corrida tem início da Praça Sampione, bem no centro de Milão, e a partir daí serão 139 kms quase totalmente planos, que apenas irão servir para acumular desgaste e para se formar uma fuga. A primeira dificuldade será o Passo del Turchino, que ascende até aos 532 metros de altitude. Segue-se uma rápida descida e mais 80 kms de terreno plano, antes da incursões pelo interior, para percorrerem os famosos cabos. O Capo Mele, o Capo Cervo e o Capo Berta vão surgir aos quilómetros 239.6, 244.7 e 252.6, respectivamente. Estas colinas não são muito duras, mas irão servir para acumular desgaste nas pernas dos ciclistas, em especial dos sprinters.

A prova começa a decidir-se em seguida, com a famosa passagem pela Cipressa, que tem 5.6 kms e 4.1% de inclinação média, não parece muito dura, mas após 269.5 kms vai doer nas pernas e muito. No topo desta ascensão faltam apenas 20 kms, e 10 kms de descida e terreno plano sucedem-se, mesmo antes do Poggio. O Poggio, última dificuldade desta clássica, tem 3.7 kms e 3.7% de inclinação média, mas tem rampas de 8%. É aqui que surgem sempre as últimas ofensivas, de forma a tentar evitar o sprint massivo.

Desde o topo do Poggio até à meta são 5.4 kms, cuja primeira metade é uma descida extremamente técnica, que já foi palco de quedas nos últimos anos, e 2.3 kms de terreno plano, com estradas largas e em bom estado, que levam ao risco de meta. A última curva está localizada a 750 metros do final, não costumando ser um factor propiciador de quedas.

Favoritos

Com a retirada de algumas subidas mais duras, os sprinters têm voltado a dominar a “La Classicissima” nos últimos anos, apesar das várias tentativas de fuga que existem no Poggio.

Ora, Peter Sagan é o nome que encaixa, que nem uma luva, nos dois cenários: ataques no Poggio e sprint final. Já vimos, várias vezes, que o campeão do mundo não tem medo de atacar, tornando a corrida mais rápida cansando os velocistas mais rápidos. O historial aqui é que não é o melhor, “apenas” um 2º e dois 4º postos. Vem de duas vitórias no Tirreno-Adriatico, pelo que chega motivado, sendo o alvo a abater por todos.

O alemão John Degenkolb está de regresso ao mais alto nível, após uma temporada em que teve que recuperar o ritmo, depois de estar afastado por lesão. Este ano já venceu uma tirada no Dubai Tour e conseguiu mais uma grande quantidade de top 5 em etapas. Tal como Kristoff, em corridas mais longas, Degenkolb sente-se como um peixe na água, conseguindo ser mais rápido que a maioria. Repetir o triunfo de 2015 é algo que pode acontecer amanhã.

Outsiders

Alexander Kristoff ainda não convenceu este ano. Apesar das 3 vitórias no Tour of Oman, foi ao Paris-Nice e não conquistou nenhuma tirada. Uma corrida longa e dura favorecem o norueguês, que é dos melhores do mundo após um dia extenso em cima da bicicleta. Já venceu aqui em 2014 e conta, também, com um 2º, 6º e 8º lugares.

Fernando Gaviria esteve perto no ano passado, caiu na reta da meta, o que não lhe permitiu disputar o sprint. Este ano estava a ter uma preparação ideal, tendo já 4 vitórias, a última delas na segunda feira. No entanto, caiu ontem, num treino de reconhecimento do percurso, aleijando-se no pulso direito, o que o pode afetar durante a prova.

Um dos ciclistas em melhor forma neste início de temporada é Arnaud Demare, corredor que já acumula 3 triunfos, o último deles no Paris-Nice, prova onde esteve sempre em destaque nas etapas do vento. O ciclista da FDJ surpreendeu o mundo do ciclismo, ao triunfar no ano passado, e será complicado voltar a levantar os braços este ano, mas parece estar na forma ideal para o poder fazer.

Possíveis surpresas

Nesta categoria, vamos destacar três nomes. Primeiro falamos de Michael Matthews que já foi 3º em 2015 e começou bem a temporada no Paris-Nice, tendo como principal destaque os top 10 nas etapas do contra-relógio e da chegada a Nice. Deve passar sem dificuldades a Cipressa e o Poggio e, ao estar mais fresco que os restantes no final, é um sério candidato à vitória. Sonny Colbrelli conseguiu uma grande vitória no Paris-Nice, batendo os principais sprinters do mundo, depois de um longo e cansativo dia, mostrando que depois de muitas subidas e quilómetros consegue estar na discussão das provas. Por fim, destacamos Ben Swift, 2º no ano passado e 3º em 2014. Ainda não tem resultados de relevo este ano, mas tem aqui o primeiro objectivo da temporada e quer mostrar o porquê de ser uma das contratações sonantes da UAE Team Emirates. Nacer Bouhanni esteve perto no ano passado, mas ainda não mostrou muito na temporada de 2017, Niccolo Bonifazio é uma alternativa a Colbrelli dentro da Bahrain Merida, a Lotto Soudal deve apostar em Jurgen Roelandts, a Orica em Magnus Cort ou Caleb Ewan e Edvald Boasson Hagen deve ser a carta dentro da Dimension Data, já que Mark Cavendish não parece estar em forma. Atenção a Tim Wellens, Greg van Avermaet, Alexey Lutsenko, Jan Bakelants e Michal Kwiatkowski para possíveis ataques vencedores já perto do fim.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Filippo Pozzato e Sam Bennett.


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