Antevisão da Kuurne-Brussels-Kuurne
O tradicional fim-de-semana inaugural das clássicas belgas termina com a Kuurne-Brussels-Kuurne, prova muito aberta onde, à primeira vista, se pode pensar que teremos uma chegada ao sprint mas onde um ataque de longe ou um grupo reduzido por surpreender, tal como acontece no ano passado.
Percurso
Os corredores terão um dos traçados mais fáceis de todas as clássicas, com 200.7 kms para percorrer e 11 subidas categorizadas para ultrapassar. Dessas 11 ascensões, apenas a subida de Edelare surge na fase inicial, serão 1.5 kms a 4.2% para aquecer bem as pernas. As colinas só voltam por volta do quilómetro 68, e entre o quilómetro 80 e o quilómetro 160 estão localizadas 9 das 11 subidas desta prova.
A 3ª subida é a La Houppe, com 1880 metros a 4.8%, e de seguida aparecem o Kanarieberg, 1000 metros a 7.7%, o Kruisberg, 1875 metros a 4%, e o Hotondberg, 2700 metros a 3.1%. É nesta sequência que a primeira selecção deverá ser feita, e onde o posicionamento pode já vir a ser importante. Esta fase de espera ainda comtempla o Cote de Trieu, que serão 1260 metros a 7%, e aqui o nervosismo já deverá estar bem elevado.
Após 115 kms de corrida surge o primeiro momento realmente decisivo, com o Oude Kwaremont, 2200 metros a 4%, que é uma das ascensões mais longas e duras na área, sendo normalmente palco de fortes ataques que podem mudar o rumo da corrida. Não haverá muito tempo para recuperar depois do Kwaremont, com o Kluisberg a surgir 7 kms depois, sendo composto por 1100 metros a 6%.
Depois desta terrível sucessão os corredores terão 15 kms de relativo descanso, mesmo antes da última série de colinas, que é composta pelo Tiegemberg, 750 metros a 5%, pelo Holstraat, 1000 metros a 5.2% e pelo Nokereberg, que serão 350 metros a 5.7%. Os sprinters menos talhados para este tipo de esforços ainda têm hipóteses de recuperar se estiverem um pouco para trás, pois os últimos 50 quilómetros desta corrida são praticamente planos. Os últimos quilómetros da corrida não apresentam grande dificuldades, nem mesmo curvas perigosas, e a parte final poderá tornar-se uma confusão enorme com a luta de posicionamento para o sprint final, se este vier a ocorrer.
Favoritos
Tradicionalmente esta é uma corrida para sprinters, a quilometragem entre a última dificuldade e a meta geralmente permite uma recolagem dos homens rápidos à frente. A excepção pode ser uma ataque já perto do final ou um grupo com muitos elementos da mesma equipa a destacar-se na parte complicada.
Um dos corredores que mais gosta de correr aqui é Alexander Kristoff. Foi 9º em 2012, 11º em 2014 e 2º em 2015 e 2016. Este ano quer adicionar esta prova ao palmarés e a juntar a isto está em grande forma. Irá contar com a ajuda preciosa de Baptiste Planckaert, outro ciclista que está em bom plano. Kristoff pode ganhar num sprint massivo ou num grupo reduzido. Apesar de ter caído ontem, o
Esta escolha pode ser surpreendente, mas elegemos Dylan Groenewegen como outro grande candidato. Tem mais velocidade de ponta que muitos dos sprinters aqui presentes, começou a época muito bem, está em evolução e em 2016 foi 4º. Geralmente obtém grandes resultados na Bélgica e tem uma equipa forte com ele.
Outsiders
Claro que temos que incluir Peter Sagan nestas categorias superiores, mas o eslovaco não parece gostar particularmente desta corrida. O melhor resultado foi o 7º posto no ano passado. Parece-nos que ele prefere não arriscar nada na Kuurne, pensando em objectivos futuros. Caso Sam Bennett sobreviva às dificuldades, acreditamos que será Sagan a lançar o irlandês, caso a corrida se parta, Sagan é mais candidato.
Arnaud Demare tem sido dos ciclistas que tem surpreendido neste início de temporada, contando já com duas vitórias e tendo estado em destaque em diversas e variadas etapas da Volta ao Algarve. O francês não tem dificuldades em passar as subidas com os melhores e tanto é uma hipótese quer num sprint em pelotão quer num grupo reduzido, sendo que na primeira se pode destacar mais devido ao excelente comboio que traz.
Não se pode descartar o campeão em título, Jasper Stuyven é um bom sprinter, conhece estas estradas como ninguém, e está em excelente forma. Na Volta ao Algarve acabou em 25º e fez bons lançamentos para Degenkolb. A Trek perdeu Cancellara, mas ficou com uma boa base de clássicas.
Possíveis surpresas
A dupla francesa Nacer Bouhanni e Bryan Coquard pode estar na frente: Bouhanni fez 3º aqui no ano passado, e o ciclista da Cofidis anda sempre escondido e aparece quando é mais preciso; não acreditamos tanto em Bryan Coquard. A Lotto-Soudal tem alternativas como Jurgen Roelandts ou Jens Debusschere, candidatos a pódio, mas não à vitória. A Team Sky tem a tradicional força dos números com Stannard, Rowe, Puccio e Moscon, mas falta aqui um sprinter, Lukasz Wisniowski pode até ser o melhor da formação britânica. A Quick-Step vem com a força toda, cuidado com Matteo Trentin se acontecer algo a Tom Boonen e a Zdenek Stybar para ataques finais. Greg van Avermaet não costuma fazer grandes resultados na Kuurne e a BMC pode virar-se para Jempy Drucker e por fim mencionar a Orica, com Magnus Cort a ser a aposta provável.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Oliver Naesen e Roy Jans.