Antevisão da Omloop Het Nieuwsblad
Está aberta a temporada de clássicas! A Omloop Het Nieuwsblad marca o início das provas de um dia que cativam muitos amantes do ciclismo. Esta é mais uma prova que se estreia no World Tour e tem um leque de candidatos muito grande, sendo que se pode esperar espectáculo e indefinição, pois tanto pode chegar um pequeno grupo como o pelotão na luta pelo triunfo.
Percurso
A prova tem no total 198 kms e tem partida e chegada marcada em Gent. Após uma fase inicial mais tranquila da corrida, ao quilómetro 51 começam a surgir as primeiras dificuldades, onde os ciclistas apanham o primeiro setor de pavê do dia, o Haaghoek. Nos 15 quilómetros seguintes, o pelotão passa por mais 4 subidas curtas mas duras: Leberg, Berendries, Tenbosse e Eikenmolen. Com 10 quilómetros para descansar, os ciclistas enfrentam o Mur e, a meio do percurso a subida de Valkenburg.
Na segunda parte da corrida, os ciclistas voltou a passar por Haaghoek, quando apenas faltam 81 quilómetros para o fim. Pouco depois, estão o Kaperij, o Kruisberg e o Kaperij que são as últimas subidas antes da sucessão final de pequenos muros. A corrida mais séria começa a 59 kms do fim, quando os ciclistas sobem a curta, dura e empedrada subida de Taaienberg. Depois desta subida, o grupo de favoritos, que já deve ser mais pequeno, vai encontrar duas subidas separadas por apenas 3 kms, Eikenberg e Wolvenberg. O Wolvenberg leva o pelotão para mais uma sequência de 3 curtas subidas em empedrado: Ruiterstraat, Karel Martelstraat e Holleweg. A 44 kms do final, os ciclistas passam pela terceira vez pelo setor de Haaghoek. Este setor é seguido do Leberg e do Molenberg, que se situam a pouco mais de 35 quilómetros do fim. Apesar de não serem subidas duras, podem fazer dano nos favoritos devido aos quilómetros já acumulados.
A partir daqui, restam 35 kms planos que apenas têm 3 setores de pavê (Paddestraat, Lippenhovestraat e Lange Munte), sendo que o último está situado a 20 kms do fim e podem servir para fazer um ataque final e seguir isolado para a meta, tal como aconteceu nos últimos anos. O final é em ligeira subida, rondando os 4% de inclinação, sendo que a última curva está a 200 metros da chegada.
Favoritos
Esta é uma corrida muito dura, principalmente na fase do ano em que está. O posicionamento é chave, bem como a gestão do esforço. Olhando para os vencedores (Flecha, Langeveld, Vanmarcke, Paolini, Stannard e Avermaet desde 2010), podemos ver que é uma prova muito aberta, em que os grandes favoritos por vezes não arriscam tudo, é muito complicado para os sprinters sobreviverem.
Numa prova destas temos sempre de considerar Peter Sagan como um grande favorito. O eslovaco já não compete há 1 mês, mas no ano passado fez o mesmo e chegou aqui com uma excelente condição física. A equipa está focada em levá-lo à glória e tem homens experientes como Burghardt, Bodnar ou Saramotins a seu lado. Tem a grande vantagem de poder ganhar em vários cenários.
Dos corredores que têm uma motivação especial, Tom Boonen é com certeza um deles. O “Tommeke” está a fazer a sua última temporada e a Omloop é das poucas clássicas deste género onde ainda não deixou marca. Este será o seu único pico de forma, está rodado e a Quick-Step está muito forte e motivada.
Outsiders
Greg van Avermaet é o campeão em título, mas chega aqui em circunstâncias diferentes. Teve um Inverno complicado, onde uma queda lhe atrasou a preparação, mas segundo lemos tem trabalhado imenso para recuperar o tempo perdido. Tem uma excelente equipa consigo (Oss, Elmiger, Drucker) e parece estar bem no Tour of Oman.
Que início de temporada fulgurante teve Tiesj Benoot, após brilhar em Maiorca ainda veio fazer um brilharete à Volta ao Algarve, está muito forte e a subir muito bem. A juntar a isto também conta com uma boa ponta final. A motivação especial dele será procurar a primeira vitória como ciclista profissional.
Alexander Kristoff está numa época especial para ele, tem os Mundiais em casa e quer provar aos críticos que é um dos melhores do Mundo neste tipo de provas. Já ganhou o Tour de Flandres, é muito forte, o terreno está pesado e o norueguês esteve brilhante em Oman, passando muito bem as dificuldades. O grande problema poderá ser o apoio da equipa.
Possíveis surpresas
Algumas menções especiais, Sep Vanmarcke é um dos melhores especialistas deste tipo de terreno, mas não começou bem a época, e está numa Cannondale que não parece no seu melhor. Ian Stannard é um poço de força, um verdadeiro touro, já ganhou aqui 2 vezes e será o maior beneficiado de uma prova duríssima. Lars Boom está de regresso a “casa”, a Lotto NL-Jumbo mostrou progressos no empedrado no ano passado e está motivada. A Quick-Step tem tantas opções que pode jogar com os números, com Lampaert, Stybar, Terpstra e mesmo Trentin, mas a Team Sky não se fica a atrás, para além de Stannard ainda vem com Rowe, Puccio e Moscon. Muito cuidado ainda com a Trek-Segafredo, que vem com 2 corredores perigosos se sobreviverem à dureza, Edward Theuns e Jasper Stuyven e ainda com os puros sprinters que podem ter um dia anormalmente bom, falamos de Arnaud Demare e Magnus Cort.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Soren Kragh Andersen e Florian Senechal.