Antevisão da Volta ao Alentejo
A competição velocipédica continua em Portugal, agora com a Volta ao Alentejo, prova que subiu de escalão e foi colocada numa nova data na temporada. O pelotão é mais forte que nos anos anteriores, numa prova onde nunca ninguém conseguiu repetir o triunfo na classificação geral.
Percurso
Esta é uma Volta ao Alentejo com um percurso muito tradicional, visitando cidades habituais. As bonificações poderão ser decisivas, numa prova que irá ficar com os dados lançados logo no 1º dia. A ligação entre Portalegre e Castelo de Vide é, sem dúvida, a mais complicada da prova será a única chance para eliminar os sprinters da discussão da classificação geral. Após 100 kms calmos (com as 3 metas volantes) começa o carrossel, com o Cabeço de Mouro (1.5 kms a 13%) onde a corrida pode ser endurecida. Segue-se o Monte Paleiros (2.5 kms a 6.2%) e a subida a Marvão (3.2 kms a 4.9%). A 20 kms da meta surge a subida da Senhora da Pena, onde as diferenças podem ser feitas, são 1200 metros a 9.2%. O final é em Castelo de Vide, em ligeira subida, os últimos 3400 metros têm 3.4% e o último quilómetro é praticamente a 5%.
A 2ª etapa liga Monforte a Portel, com uma distância de 171,3 kms. A primeira metade tem de novo as 3 metas volantes, a 50 kms do final vem a única contagem de montanha do dia, em Monsaraz, são 1.8 kms a 5,8%. O final em Portel é muito técnico, tem 3 rotundas nos últimos 1600 metros e o último quilómetro é a 2% de inclinação.
A 3ª tirada é entre Mourão e Mértola, com um total de 208,8 kms. Não existe nenhuma montanha categorizada e as metas volantes são em Moura, Beja e Castro Verde. Este final é mais uma vez muito perigoso, 2 curvas nos últimos 600 metros, e os últimos 200 metros são a 10%.
A 4ª etapa tem a ligação entre Odemira e Alcácer do Sal. É aquela mais talhada para os sprinters puros, tem apenas 1 contagem de montanha (6.4 kms a 2.5%), em Santiago do Cacem, e não há qualquer dificuldade nos últimos 70 kms. A última viragem é a 600 metros da meta e os 1000 metros finais a 4%.
A última tirada ocorre entre Ferreira do Alentejo e Évora, com 168,9 kms. Também é relativamente plana, a única contagem de montanha tem 1.3 kms a 4,5%, mas o grande desafio é o final em Évora. Os últimos 500 metros têm 5% de inclinação até à Praça do Giraldo. As metas volantes são em Alvito, Alcáçovas e Arraiolos.
Favoritos
Esta é uma prova globalmente muito aberta, mas o vencedor nos últimos anos tem sido sempre um ciclista muito forte e completo, um sprinter que passa bem a média montanha e é muito combativo. A juventude tem sido também um denominador comum.
O primeiro nome que escolhemos é Vicente Garcia de Mateos. Os espanhóis têm um passado muito feliz, 2 vencedores nos últimos 3 anos. Mateos tem o perfil certo, passa muito bem a montanha, tem boa ponta final e pode ir bonificando. Está em grande forma, o 2º posto no Alto do Malhão prova exactamente isso.
Elegemos também Eduard Prades para esta categoria, outro corredor com as características certas. Pior na montanha que Mateos, mas também com uma boa ponta final. Já fez 2º nesta prova e está em boa forma, o corredor da Caja Rural fez 19º na Vuelta a Andaluzia, uma competição bem dura.
Outsiders
Continuando com a senda de espanhóis, é preciso ter cuidado com Carlos Barbero, o corredor da Movistar é um forte candidato se aguentar a dureza da primeira etapa. Está habituado a correr ao mais alto nível, já ganhou a Volta ao Alentejo em 2014 e está numa equipa fortíssima.
Jesus Ezquerra deve ser a aposta do Sporting/Tavira, pelas declarações do seu director desportivo. Foi 4º aqui no ano passado, é muito completo, tem capacidade explosiva e está a passar bem a montanha, como prova o top 30 que conseguiu no Malhão.
Rafael Silva tem um excelente histórico na Volta ao Alentejo, o jovem de 26 anos foi 2º na época transacta e pode ser a aposta da Efapel. Um dos melhores sprinters portugueses e com capacidade para passar a média montanha, está a andar bem, fez 15º na 1ª etapa da Volta ao Algarve
Possíveis surpresas
Pegando nesta lista de participantes há imensos possíveis vencedores, a W52 – FC Porto pode ir com Samuel Caldeira ou Daniel Freitas, Filipe Cardoso já fez pódio por mais que 1 vez aqui, o Sporting/Tavira tem Rinaldo Nocentini em grande momento, a LA pode apostar em Edgar Pinto ou César Fonte, a Axeon tem vários jovens promissores, mas pensamos que Logan Owen e Ivo Oliveira poderão andar muito bem aqui, a Gazprom trás um sprinter bem completo, no caso de Roman Maikin. A CCC pode surpreender tudo e todos, Jan Hirt e Jan Tratnik têm muita qualidade, e é preciso não esquecer o basco Garikoitz Bravo. A Team Coop geralmente anda sempre muito bem na “Alentejana” e tanto Krister Hagen, como August Jensen são opções viáveis, no caso dos noruegueses, a falta de competição nas pernas pode ser o grande problema.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Evan Huffman e Adrien Costa.